“Até quando julgareis injustamente, apoiando a causa dos ímpios?
Defendei antes o fraco e o órfão, ao humilde e ao necessitado fazei justiça.
Salvai o pobre e o indigente, livrai-o da mão dos ímpios" (Sl 82,2-4).
Caríssimos leitores e leitoras: a política e as eleições de outubro
rapidamente dominarão nossas discussões tão logo avancemos para a segunda
metade do ano (...)
Não é fácil analisar a política nacional: as pessoas geralmente se
mostram decepcionadas e descontentes, quando não revoltadas. Muitas vezes, o
discurso que domina é: "não tem mais jeito" ou "vai
piorar". Tal pessimismo pode até ser compreensível, mas não justificável.
Devemos reconhecer que há, sim, várias pessoas iluminadas na política, dotadas
de espírito de serviço e legítima preocupação com a vida e o bem comum do povo.
Há cerca de um ano (07 de junho de 2013), o Papa Francisco reuniu-se na
Sala Paulo VI com alunos e ex-alunos dos colégios jesuítas da Itália e da
Albânia. Deixando de lado seu pronunciamento, o Santo Padre preferiu responder
às questões daqueles jovens.
Entre tantas e preciosas declarações, o Papa disse que envolver-se na
política é uma obrigação para o cristão, pois é através da atuação política que
se pode trabalhar pelo bem comum. "Para o cristão, é uma obrigação
envolver-se na política. Nós, cristãos, não podemos ‘jogar a fazer o Pilatos‘,
lavar as mãos. Não podemos! Devemos envolver-nos na política, pois a política é
uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. E os leigos
cristãos devem trabalhar na política".
E o Papa Francisco ainda afirmou: "A política está muito suja; e
ponho-me a pergunta: Mas está suja, por quê? Não será porque os cristãos se
envolveram na política sem espírito evangélico? Deixo-te esta pergunta: É fácil
dizer que ‘a culpa é de fulano‘, mas eu que faço? É um dever! Trabalhar para o
bem comum é um dever do cristão!".
Portanto, precisamos cada vez mais das pessoas de bem, iluminadas pela
fé, atuando politicamente. Nesse sentido, muito importante é o trabalho, em
todo o país, dos agentes da Pastoral Fé e Política. É preciso incentivar e
formar novas lideranças, revestidas do espírito de Cristo e conscientes de que
política também é missão.
Caríssimos leitores e leitoras: façamos a nossa parte para conseguir as
mudanças de que o país necessita, através do voto consciente em pessoas dignas
e iluminadas, testemunhas da fé em Jesus Cristo, devidamente preparadas. Assim
poderemos superar os desafios da política, fazendo justiça ao fraco, ao pobre e
ao necessitado.
Por D. Vicente Costa
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