UMA REFLEXÃO PASTORAL SOBRE A JMJ RIO 2013

Já se escreveu muita coisa sobre a JMJ Rio 2013: sobre a grande e maravilhosa participação da juventude, sobre a presença do Papa Francisco, com sua encantadora simpatia, com seu testemunho de simplicidade e de zelo pastoral, mas também com seu jeito novo de falar sobre a missão da Igreja: uma Igreja que deve sair das sacristias para ir às periferias existenciais do povo. Jornais, televisões e jornalistas do mundo inteiro acompanharam e transmitiram o evento e a figura de Papa Francisco, como raramente ou nunca se viu! Nos olhos e no coração de todos, ainda está impressa a imagem daquela praia de Copacabana lotada por uma maré de jovens, padres, bispos e povo, participando da Missa do Envio com que se encerrou a semana da JMJ!(...) 

O que eu quero anotar aqui são só alguns aspectos da Jornada Mundial da Juventude, assim como foram vividos e sentidos nas Paróquias do Rio de Janeiro e na perspectiva pastoral de um Pároco de periferia.

O primeiro aspecto que quero frisar é a acolhida dos peregrinos nas Paróquias, escolas e lares do Rio de Janeiro. Aqui, na minha pequena e longínqua Paróquia de São João Evangelista, hospedamos uns 1400 jovens peregrinos, vindos de ônibus de quase todos os estados do Brasil: Pará (Xingu), Minas, interior de São Paulo, Bahia, etc. Vieram em grupos, muitos deles acompanhados pelos seus Párocos (aqui havia 10), dormindo no chão, sobre colchonetes, juntos com seus jovens. Na capelinha São Francisco de Assis, a CEB da localidade acolheu 25 seminaristas paulistas. Foi bonito ver o cuidado e o carinho com que os voluntários paroquiais, o povo das comunidades e as famílias católicas acolheram estes peregrinos! Pelos diversos testemunhos recebidos, acredito que a JMJ ficará marcada no coração dos peregrinos da JMJ também pela acolhida que receberam pelo nosso povo carioca e pelas nossas paróquias. Assim como tenho a certeza que a experiência da hospitalidade foi para o povo de nossas comunidades uma grande bênção!

Outra bênção da JMJ foi o trabalho de milhares de voluntários que desde o 2012 se ofereceram para ajudar na organização da Jornada no Rio de Janeiro. Acompanhei a atuação dos noventa voluntários JMJ da Paróquia - quase todos jovens: deram um bonito testemunho de responsabilidade, de dedicação, de sacrifício e, ao mesmo tempo, de entusiasmo pelo bom êxito da Jornada. Que Deus os abençoe!

Enfim, um aspecto que me tocou na atuação de nosso Papa Francisco: seu modo latino-americano de ser, pensar, falar e testemunhar a Igreja de Jesus Cristo. Durante a JMJ, seja em seu testemunho, seja em suas homilias, Papa Francisco foi uma expressão fiel de Aparecida, onde, em 2007, foi realizada a Conferência dos bispos da AL e foi elaborado o "Documento de Aparecida”, do qual o então Arcebispo de Buenos-Aires, foi um dos principais relatores e redatores. O Documento de Aparecida nos apresenta o rosto e missão da Igreja para os dias de hoje, a necessidade de renovação da Paróquia como "Comunidades de comunidades”, a opção preferencial pelos pobres e pelas periferias, o ardor evangelizador e missionário. É o Documento de Aparecida que, de forma "genial”, define o cristão como "discípulo missionário” (reparem: sem "e” no meio das duas palavras!) de Jesus Cristo. E foi assim que Papa Francisco, tantas vezes durante a JMJ, convidou os jovens e os cristãos do mundo inteiro: a serem discípulos missionários do Senhor!

FONTE: ADITAL

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