REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - FESTA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA - Lc 1, 39-56 - ANO C

-NOTAS PARA A COMPREENSÃO DO TEXTO:

  -“ASCENSÃO” é diferente de “ASSUNÇÃO” na escrita e no significado.

  -“ASCENSÃO” é o ato de subir por força própria, pelo próprio poder.

  -“ASSUNÇÃO” é o ato de ser levado para cima, por força de outrem, como aconteceu, por exemplo, com Elias, que foi levado por Javé num carro puxado por cavalos de fogo durante um vendaval.

  -A “ASCENSÃO” aconteceu com Cristo.

  -A “ASSUNÇÃO” aconteceu com Henoc, Elias, Maria...

-O HISTÓRICO DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA:

A Bíblia fala pouco sobre Maria e nada fala sobre seus últimos dias. Sobre ela falam mais as lendas e os livros apócrifos, por exemplo, o livro “Trânsito de Maria”. Há duas versões sobre o lugar em que Maria teria terminado os seus dias. Uns dizem que foi em Éfeso, para onde teria levado São João Evangelista, aquele que recebeu a guarda de Maria da boca do próprio Cristo na cruz. Outros dizem que foi em Jerusalém.

A crença de que Maria foi levada ao céu de corpo e alma e de que ela não sofreu a corrupção do túmulo é antiquíssima na Igreja. Temos menção dela com o teólogo Nicolau Cabasilas por volta de mil, trezentos e tanto (Vide Frei Clarêncio Neotti, OFM, in Ministério da Palavra, Ano C, pag. 215). O dogma da Assunção só foi proclamado em data bem recente, em 1º de novembro de 1950, por Pio XII. O dogma diz que Maria foi elevada ao céu pelos poderes de Deus.

-MAS A ASSUNÇÃO DE MARIA É BASEADA EM QUÊ?

Ela é baseada no fato diviníssimo de ser ela a Mãe de Deus. Da escolha de Maria como Mãe de Deus decorrem todas as suas prerrogativas, que são:

1ª) A Imaculada Conceição – Quer dizer que Maria foi preservada do pecado original (o pecado com que nós nascemos e é apagado pelo batismo) desde a sua concepção no útero de Santa Ana.

2ª) O poder da sua intercessão – Temos um exemplo:

Nas bodas de Caná, (João 1-11), faltou vinho no meio da festa: seria uma decepção imensa para os noivos. Maria, compassiva, foi a seu Filho e com a maneira confiante de uma mãe, preparou as coisas para o fato acontecer. E, então, contrariando os seus planos divinos, Jesus atendeu ao pedido da sua Mãe de maneira extraordinária.

3ª) A sua Assunção ao Céu – Os argumentos básicos que repugnam a “corrupção do túmulo” de Maria são os seguintes:

a) Se” o Filho de Deus tomou carne da carne de Maria”, não era conveniente que essa carne sofresse a corrupção do túmulo (Vide Frei Clarêncio Neotti, OFM, in “Ministério da Palavra” – Ano C – pag. 215).

b) Se a morte e a corrupção do túmulo são castigos do pecado, como Maria foi isenta do pecado, não era justo que ela sofresse as suas conseqüências, entre elas a corrupção do túmulo.

-REFLEXÕES:

  -Apesar de silenciosa e humilde, Maria teve o poder de:

   -fazer pular de alegria a criança no ventre de Isabel;

   -levar o Espírito Santo à sua prima Isabel;

   -vencer o dragão cor de fogo e de sete cabeças, que parou diante dela para devorar-lhe o filho. (Primeira leitura da missa de hoje.);

  Mudar os planos divinos do seu filho Jesus nas bodas de Caná.

Vale a pena conquistar Maria para atuar como advogada nossa no juízo depois da nossa morte. Ariano Suassuna, dramaturgo brasileiro nordestino contemporâneo, no seu livro “O Auto da Compadecida”, mostra  o poder da intercessão de Maria Junto ao Juiz Supremo, o seu próprio filho. Defendendo o agricultor João, diz ela nesse livro (pag. 184): “João foi um pobre como nós, meu filho, (palavras de Maria dirigidas a seu filho), teve de suportar as maiores dificuldades numa terra seca e pobre como a nossa. Não o condene...”

Por Francisco Valmir Rocha - Animação Bíblica de Camocim/CE

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