REFLEXÃO DOMINICAL - Mc 6, 30-34 - 16º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

Retorno dos doze apóstolos da Missão

O evangelho deste domingo é a continuação do evangelho do domingo anterior em que os apóstolos são enviados a evangelizar.

- "Os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado"
Depois do sucesso da missão, todos os apóstolos voltaram ao pé de Jesus num ato de reconhecimento de que dele é que dimanava o poder, de que o êxito de tudo o que aconteceu naquela missão (o poder sobre os demônios, por exemplo) vinha de Jesus.
Nem sempre acontece assim hoje, há os que se embriagam com os aplausos do público, atribuindo a si próprios, à sua desenvoltura, aos seus recursos oratórios, à sua cultura, o mérito das conversões obtidas etc. E partem daí para um programa insano de atividades... só atividades... "Sem mim nada podeis fazer."(...)


- "Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco"
A proposta de irem para um lugar deserto para descansar não pode ser interpretada como um convite só para um descanso, como se Jesus estivesse preparando um piquenique. Como acontece em várias outras passagens do Evangelho, junto com o descanso Jesus incentivava uma oração pessoal de agradecimento a Deus e recarga para uma nova missão.
Também há outras interpretações para essa passagem. Herodes tinha acabado de assassinar João Batista. Como para Herodes Jesus e os apóstolos eram vistos como subversivos, era prudente fazer uma pausa na pregação.
Outra interpretação era que os galileus estavam avaliando erradamente a nova pregação. Eles estavam procurando Jesus simplesmente como um milagreiro ou como um líder político. Os planos de Jesus, porém, eram que a sua pregação mostrasse que Ele era o Filho de Deus. Jesus, antes de mais nada, encarecia e exigia sempre a fé.

Lição principal do Evangelho:
O evangelho em pauta traz à tona a polêmica muito atual sobre o que é mais importante: a vida de oração ou a ação? Para os missionários há uma tendência para eleger A AÇÃO. Entre as ordens religiosas sobretudo as contemplativas (carmelitas etc), há uma tendência para a ORAÇÃO.
Observando várias passagens do Evangelho, como a do início deste, a cada grande sucesso na pregação Jesus incentivava um recolhimento para a oração. O Concílio Vaticano II afirma que "o divórcio (separação) entre a fé professada e a vida cotidiana de muitos deve ser enumerado entre os erros mais graves de nosso tempo." (Gaudium et Spes, 43).
Então, como diz Frei Clarêncio Neotti, o segredo de uma vida santa é o equilíbrio entre a AÇÃO e a CONTEMPLAÇÃO.

FRANCISCO VALMIR ROCHA

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