UM ANO EM QUE A IGREJA REDESCOBRIU A MENSAGEM DE SÃO PAULO

O Ano Paulino não só bateu recordes de visitas de peregrinos ao túmulo de São Paulo, em Roma, mas serviu também para a Igreja universal redescobrir a importância e a mensagem do apóstolo, explica o cardeal Andrea Cordero Lanza di Montezemolo.
O purpurado italiano da Basílica de São Paulo Fora dos Muros, fez nesta sexta-feira um balanço sintético para Zenit desses 12 meses, à margem do encontro que manteve com os jornalistas na Sala de Imprensa da Santa Sé.
Segundo explicou o cardeal, que propôs ao Papa a convocação deste ano para toda a Igreja, o grande fruto recolhido foi “dar a conhecer melhor e meditar a riquíssima mensagem do apóstolo em seus escritos que, frequentemente, são difíceis e pouco conhecidos ou mal interpretados”.
“O que Paulo apresenta é a Palavra de Deus como norma para nossa vida de cada dia”, sintetiza o purpurado.
De acordo com o cardeal, nascido há 83 anos em Turim, este fruto pôde-se percorrer em parte e sobretudo graças ao magistério que durante esses 12 meses o Papa ofereceu sobre a figura de Saulo de Tarso(...)

Em particular, o cardeal lembrou com satisfação do momento em que o Papa lhe anunciou que dedicaria as catequeses de quarta-feira à mensagem de Paulo.
“O Papa, grande teólogo, tem uma capacidade extraordinária para tornar fáceis as coisas difíceis.”
Por este motivo, reconhece, um grande fruto desse ano foram as catequeses do Papa, pronunciadas entre 2 de julho de 2008 e 4 de fevereiro de 2009, e que agora a Livraria Editora Vaticana apresenta em um volume.
Entre os eventos eclesiais deste ano, o cardeal sublinha “a abertura do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, que o Papa realizou no mês de outubro passado na basílica de São Paulo”.
De fato, nessa reunião mundial de bispos, São Paulo, depois de Cristo, foi o mais citado.
Impacto ecumênico
Este fruto do Ano Paulino –acrescentou–, não apenas pôde-se constatar na Igreja católica, mas também se estendeu a “todos os cristãos”, alcançando assim um real impacto ecumênico.
Como exemplo, cita a “Sinaxis”, o encontro dos patriarcas das Igrejas ortodoxas em Constantinopla, celebrado em outubro, em que se propôs um congresso sobre São Paulo.
O outro fruto ecumênico desse ano –explica– foram as visitas dos patriarcas com amplas delegações de Igrejas orientais, católicas e não católicas, à Basílica de São Paulo, em Roma.
Foram numerosas também as peregrinações a São Paulo Fora dos Muros promovidas pelas Igrejas surgidas da Reforma.
Porta Paulina segue aberta
“O Ano Paulino conclui –reconhece o cardeal–, mas os benefícios espirituais que suscitou em todo mundo devem continuar.”
A Porta Paulina da Basílica seguirá aberta, e a chama que Bento XVI acendeu no início desse ano seguirá brilhando.
Nesse sentido, o cardeal crê que este novo Ano Sacerdotal é uma oportunidade para aprofundar nas riquezas do Ano Paulino.
Com esta iniciativa –assinala–, o Papa apresenta aos sacerdotes a figura de Paulo como modelo para suas vidas e de relação com Deus.

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