REFLEXÃO DOMINICAL - Mt 16, 13-19 - FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

SÚMULA BIOGRÁFICA:
- Seu nome era Simão. Ao ser apresentado pelo irmão André, Jesus lhe muda o nome. "Chamar-te-ás 'Kefa' (grego), que quer dizer 'pedra' (Pedro)".
- Nasceu em Betsaida, mas, no momento do seu encontro com Jesus, morava em Cafarnaum, cidade fronteiriça, com uma alfândega e sede de uma guarnição romana, situada à margem esquerda do Mar da Galileia.
- Era casado, pescador de profissão e a sogra morava com ele.
- Estava convicto de sua missão de Chefe da Igreja, pois, logo depois de Pentecostes, preside a eleição de Matias, para substituir Judas Iscariotes.
- É ele que toma a palavra no primeiro concílio da Igreja em Jerusalém.
- Entre os anos 64 e 67 da Era Cristã, foi crucificado numa perseguição movida por Nero, em Roma(...)

PEDRO ERA UM SANTO BEM HUMANO - ELE ERA "PESCADOR", "PECADOR" E NADA DE "DOUTOR".
Como pescador, foi encontrado por Jesus entre as barcas e redes na beira do Mar da Galileia, bem perto da sua casa. Como todo pescador naquele tempo e naquelas paragens, quase nada sabia. A Bíblia não diz nada a esse respeito como para indicar que saber ou não saber não faz diferença para Deus, que pode mudar a matéria-prima ao seu talante.
Mas Pedro era também "pecador". A negação de Pedro naquela noite de quinta-feira, à beira da fogueira, é um crime comparado ao de Judas. Só que Judas entrou na tangente do desespero e Pedro, no caminho da conversão, como diz Frei Clarêncio Neotti (Ministério da Palavra - Ano A - pág. 223). Diz a Bíblia: "E Pedro se lembrou da palavra de Jesus... E começou a chorar."
POR ISSO O PAI DO CÉU FALAVA PELA BOCA DE PEDRO
Em Cesareia de Felipe, Jesus quis saber se o povo o tinha como Messias. Foi um constrangimento para ele. O povo o tinha como um profeta redivivo. Mas nenhum como O Messias. Perguntou, então, aos seus próprios apóstolos. Somente Pedro, no meio dos doze, não tinha dúvida nenhuma sobre a divindade de Jesus, e da sua boca saíram estas palavras, nada condizentes com o humilde pescador: "Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo." Pedro, então, ouviu de Cristo a declaração exultante de que o Pai do Céu falara pela boca dele. Aí Pedro, humilde pescador, recebeu as chaves do Reino dos Céus.
- "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus".
As chaves na antiguidade no Antigo Testamento eram que abriam, fisicamente, as muralhas da cidade ou as portas do templo ou as do palácio do rei. Por isso, elas eram, às vezes, bem grandes e consistiam de um pedaço de madeira tendo na extremidade alguns pinos de ferro, que eram ajustados aos orifícios da tranca. Então, eram, às vezes, bem grandes e eram levadas ao ombro. "Porei sobre os seus ombros a chave da casa de Davi: quando ele abrir, ninguém fechará; quando ele fechar, ninguém abrirá." (Is 22, 22). No Novo Testamento e ainda hoje, a chave é usada metaforicamente, para dar a alguém o poder de fazer entrar a quem quiser na cidade, no edifício, no Reino. Então, Pedro, nessa passagem, recebe o enorme poder de impedir ou permitir alguém de entrar no Reino dos Céus, poder que é reforçado, como diz Frei Clarêncio Neotti (Ministério da Palavra - Ano A - pág. 225) com a expressão "atar ou desatar".
MISSÃO PARA A IGREJA
- Há duas virtudes que devemos imitar de São Pedro ao pé desse evangelho: a "humildade" e a "confiança na misericórdia de Deus". A sua humildade ele manifestou, por exemplo, quando ao ser crucificado revelou o desejo de ser posto de cabeça para baixo, por não merecer a posição de Cristo. A "confiança na misericórdia de Deus" ele revelou quando, ao trair feiamente seu amigo, teve a coragem de chorar e arrepender-se humildemente.

FRANCISCO VALMIR ROCHA

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