"IDE PELO MUNDO INTEIRO E ANUNCIAI O EVANGELHO A TODA CRIATURA".
A subida gloriosa de Jesus na Ascensão não pode ser vista como uma cena carregada de emoções e de saudades nem pode ser encarada como um fato estanque, um ponto final. A Ascensão não significou nem um minuto de ausência do Senhor de junto de seus discípulos nem mesmo enquanto ia subindo ao Céu. Ele mesmo disse: "Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Última palavra do evangelho de Mateus). O verbo está empregado no presente ("estou"). O que aconteceu foi que, a partir da falta da presença física de Jesus, este transferiu aos seus discípulos seus movimentos presenciais. Estes passaram a ser instrumentos de Cristo na terra. Seus pés passaram a substituir os pés empoeirados d'Ele pelas encostas dos montes da Palestina, pelas praias do Mar da Galiléia(...) A boca deles passou a ser a boca de Jesus espalhando a semente da Palavra. Os braços passaram a ser prolongamentos dos braços de Cristo abençoando, gesticulando na ânsia incontida da pregação. É o que São Paulo diz: "Ora, vós sois o corpo de Cristo e sois seus membros, cada um por sua parte." (I Cor 12, 27). Mesmo, eles tinham uma tarefa muito grande e não podiam esperar: fazer que todos os povos se tornassem discípulos dele. Entre esses povos estão os das Américas, descobertos depois. Então, nós, os discípulos de hoje, estamos também engajados nessa tarefa do Reino de Deus, pois os discípulos daquele momento não sobreviveram para evangelizar os povos das Américas. Então, nós também estamos engajados nessa missão.
"EXPULSARÃO OS DEMÔNIOS EM MEU NOME, FALARÃO NOVAS LÍNGUAS"
Precisamos ter alguns esclarecimentos para compreendermos a frequência da invasão demoníaca no meio do povo, nos tempos de Cristo. Nós sabemos que os escritores sagrados falam a linguagem humana dos seus tempos, com as limitações científicas da época. Ora, os fenômenos epiléticos, em que o doente entra em transe, cai por terra onde ele estiver, tem alucinações sensoriais, entra em convulsões, já existiam naquele tempo. Se tais fenômenos, explicados naturalmente pela Ciência, são ainda hoje mal interpretados pelas pessoas iletradas e crédulas, o que não diriam os judeus dos tempos de Cristo? Nós sabemos que a Epilepsia, na antiguidade, era chamada a Doença dos Deuses e, no tempo de Cristo, era chamada "O Mal Sagrado".
Também os judeus do tempo de Cristo não podiam ter como naturais os distúrbios nervosos em que a vítima dá gritos lancinantes, reviram os olhos, mudam o tom de voz como se alguém falasse por elas. Tais manifestações eram tidas como "possessões demoníacas". Claro que não podemos negar a existência do Demônio e o assédio que ele nos faz a todo momento, nem tão pouco negamos a possibilidade de existir a possessão demoníaca, como nos ensina a santa Igreja. Só que ele tem maneiras mais potentes e eficazes de nos tentar. Ele explora os nossos pontos fracos: a concupicência, a ganância pelo dinheiro, a sede do poder. São as armas do demônio.
"FALARÃO NOVAS LÍNGUAS..."
É preciso termos explicações para compreendermos a passagem acima e o que ocorreu no "Milagre de Pentecostes" em que "todos começaram a falar em outras línguas". "Línguas novas não necessariamente significam novos idiomas." diz o biblista Frei Clarêncio Neotti ("Ministério da Palavra - Ano B - Pág. 138"). Então, não podemos afirmar, por exemplo, que Pedro tivesse elevado a sua voz em Aramaico e os gregos presentes o tivessem ouvido em grego, os egípcios na língua egípcia e assim por diante. Aqui, devemos interpretar que todas as pessoas, no momento de Pentecostes, apesar das diversidades de origem, costumes e religião, entenderam o conteúdo da mensagem evangélica inspirado pelo Espírito Santo. Baixando aos tempos atuais, há quem explora o carisma do "falar em línguas" de maneira artificiosa e desnecessária. Já ouvimos, nas novenas em família, certo balbuciar ininteligível de algumas pessoas, misturado à reza popular. São Paulo, no capítulo 14 da 1ª Carta aos Coríntios, diz sobre o que "fala em línguas": "Ninguém o entende, pois ele, em espírito, anuncia coisas misteriosas...Supondo, agora, irmãos, que eu vá ter convosco falando em línguas; como vos serei útil, se a minha palavra não vos levar nem revelação, nem ciência, nem profecia, nem ensinamentos?"
REFLEXÕES SOBRE O EVANGELHO:
Estamos conscientes da parcela que nos cabe na pregação do Reino de Deus e que esse envio não nos foi dado aleatoriamente, mas no sacramento do Batismo, que recebemos?
Francisco Valmir Rocha
A subida gloriosa de Jesus na Ascensão não pode ser vista como uma cena carregada de emoções e de saudades nem pode ser encarada como um fato estanque, um ponto final. A Ascensão não significou nem um minuto de ausência do Senhor de junto de seus discípulos nem mesmo enquanto ia subindo ao Céu. Ele mesmo disse: "Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Última palavra do evangelho de Mateus). O verbo está empregado no presente ("estou"). O que aconteceu foi que, a partir da falta da presença física de Jesus, este transferiu aos seus discípulos seus movimentos presenciais. Estes passaram a ser instrumentos de Cristo na terra. Seus pés passaram a substituir os pés empoeirados d'Ele pelas encostas dos montes da Palestina, pelas praias do Mar da Galiléia(...) A boca deles passou a ser a boca de Jesus espalhando a semente da Palavra. Os braços passaram a ser prolongamentos dos braços de Cristo abençoando, gesticulando na ânsia incontida da pregação. É o que São Paulo diz: "Ora, vós sois o corpo de Cristo e sois seus membros, cada um por sua parte." (I Cor 12, 27). Mesmo, eles tinham uma tarefa muito grande e não podiam esperar: fazer que todos os povos se tornassem discípulos dele. Entre esses povos estão os das Américas, descobertos depois. Então, nós, os discípulos de hoje, estamos também engajados nessa tarefa do Reino de Deus, pois os discípulos daquele momento não sobreviveram para evangelizar os povos das Américas. Então, nós também estamos engajados nessa missão.
"EXPULSARÃO OS DEMÔNIOS EM MEU NOME, FALARÃO NOVAS LÍNGUAS"
Precisamos ter alguns esclarecimentos para compreendermos a frequência da invasão demoníaca no meio do povo, nos tempos de Cristo. Nós sabemos que os escritores sagrados falam a linguagem humana dos seus tempos, com as limitações científicas da época. Ora, os fenômenos epiléticos, em que o doente entra em transe, cai por terra onde ele estiver, tem alucinações sensoriais, entra em convulsões, já existiam naquele tempo. Se tais fenômenos, explicados naturalmente pela Ciência, são ainda hoje mal interpretados pelas pessoas iletradas e crédulas, o que não diriam os judeus dos tempos de Cristo? Nós sabemos que a Epilepsia, na antiguidade, era chamada a Doença dos Deuses e, no tempo de Cristo, era chamada "O Mal Sagrado".
Também os judeus do tempo de Cristo não podiam ter como naturais os distúrbios nervosos em que a vítima dá gritos lancinantes, reviram os olhos, mudam o tom de voz como se alguém falasse por elas. Tais manifestações eram tidas como "possessões demoníacas". Claro que não podemos negar a existência do Demônio e o assédio que ele nos faz a todo momento, nem tão pouco negamos a possibilidade de existir a possessão demoníaca, como nos ensina a santa Igreja. Só que ele tem maneiras mais potentes e eficazes de nos tentar. Ele explora os nossos pontos fracos: a concupicência, a ganância pelo dinheiro, a sede do poder. São as armas do demônio.
"FALARÃO NOVAS LÍNGUAS..."
É preciso termos explicações para compreendermos a passagem acima e o que ocorreu no "Milagre de Pentecostes" em que "todos começaram a falar em outras línguas". "Línguas novas não necessariamente significam novos idiomas." diz o biblista Frei Clarêncio Neotti ("Ministério da Palavra - Ano B - Pág. 138"). Então, não podemos afirmar, por exemplo, que Pedro tivesse elevado a sua voz em Aramaico e os gregos presentes o tivessem ouvido em grego, os egípcios na língua egípcia e assim por diante. Aqui, devemos interpretar que todas as pessoas, no momento de Pentecostes, apesar das diversidades de origem, costumes e religião, entenderam o conteúdo da mensagem evangélica inspirado pelo Espírito Santo. Baixando aos tempos atuais, há quem explora o carisma do "falar em línguas" de maneira artificiosa e desnecessária. Já ouvimos, nas novenas em família, certo balbuciar ininteligível de algumas pessoas, misturado à reza popular. São Paulo, no capítulo 14 da 1ª Carta aos Coríntios, diz sobre o que "fala em línguas": "Ninguém o entende, pois ele, em espírito, anuncia coisas misteriosas...Supondo, agora, irmãos, que eu vá ter convosco falando em línguas; como vos serei útil, se a minha palavra não vos levar nem revelação, nem ciência, nem profecia, nem ensinamentos?"
REFLEXÕES SOBRE O EVANGELHO:
Estamos conscientes da parcela que nos cabe na pregação do Reino de Deus e que esse envio não nos foi dado aleatoriamente, mas no sacramento do Batismo, que recebemos?
Francisco Valmir Rocha
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