Uma das maiores divisões entre católicos e protestantes dá-se a respeito da Eucaristia. Como entendemos o que Jesus fez na Última Ceia? Qual foi sua intenção? Presenteou a Igreja com um simples memorial de sua Paixão e Morte, dando-lhe o pão e o vinho como símbolos do Mistério Pascal? Deu Ele realmente seu Corpo e Sangue aos discípulos reunidos em torno da mesa do Cenáculo? Hoje em dia Ele dá seu Corpo e Sangue aos fiéis reunidos em torno do altar?
Desde os tempos apostólicos, todos os seguidores de Jesus acreditaram na Presença Real de Jesus na Eucaristia. Isto foi assim até o nascimento do protestantismo no século XVI!(...)
A fé na Presença Real ao longo da história da Igreja
Antes do tempo de Lutero, porém, houve algumas poucas vozes dissidentes que negaram a fé da Igreja na Presença Real. Logo nos primórdios, Santo Inácio de Antioquia (110 d.C.) nos conta que os gnósticos se recusavam a acreditar na Presença Real. Ele diz: "Eles se abstêm da Eucaristia e da oração, porque não professam a doutrina de que a Eucaristia é a carne de nosso Salvador Jesus Cristo, carne que sofreu por nossos pecados e que o Pai, em sua bondade, ressuscitou" (Carta aos fiéis de Esmirna 6,2-7,1). Pelo menos eles tinham a honestidade de não se aproximar da Eucaristia, porque não aceitavam o que a Igreja ensinava.
Quando os antigos Padres da Igreja analisavam o que está escrito em 1Cor 10, 16-17; Jo 6, 32-71, bem como os relatos da Última Ceia (Mt 26, 26- 28; Mc 14, 22-23; Lc 22, 19-20; e 1Cor 11, 23-25), eles interpretavam estas passagens literalmente. J. Kelly, o renomado historiador protestante da Igreja primitiva, suscintamente resume o ensinamento deles sobre a Presença Real, escrevendo: "[Sua] Doutrina eucarística - e isto é preciso entender desde o início - era em geral inquestionavelmente realista, isto é, o pão e o vinho consagrados eram tomados, tratados e designados como sendo o Corpo e o Sangue do Salvador" (Early Christian Doctrines, 440).
O primeiro cristão de alguma importância a negar a Presença Real foi Berengário de Tours. E ele viveu no século XI! Esse jovem sacerdote tinha a seu cargo uma escola de Teologia, em Tours, a qual era frequentada por muitos estudantes ilustres que mais tarde se tornaram bispos e arcebispos. Berengário recusava a crença de que Jesus está real e verdadeiramente presente na Eucaristia sob as aparências de pão e vinho. Ele chamava essa crença de "opinião da ralé" e ensinava que a Eucaristia é simplesmente um símbolo da presença de Cristo entre nós.
A doutrina de Berengário acabou ajudando a Igreja. Em resposta à rejeição de um elemento essencial do depósito da fé, a Igreja começou a pregar mais amplamente sobre a Presença Real. É interessante notar que, no decorrer do debate de sua doutrina entre teólogos e bispos, Berengário retratou-se pelo menos cinco vezes daquilo que dissera. Finalmente, no IV Concílio de Latrão, em 1215, a Igreja formalmente definiu que "por divino poder, o pão e o vinho são transubstanciados no Corpo e Sangue" (Cânon I) A doutrina da Presença Real é muito simples, embora profunda: a Eucaristia é o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo sob as aparências de pão e vinho. Isso significa que não é mais pão e vinho, aos olhos da fé. É o Corpo e Sangue de Cristo.
Que grande desserviço se presta à fé da Igreja quando alguém, na hora da Comunhão, diz que o vinho será distribuído de tal e tal maneira, ou que o pão será repartido de um certo modo. Por que não chamar a Sagrada Comunhão pelo que ela é: o Corpo de Cristo e o Sangue de Cristo?
No quarto Evangelho é notável a ausência da narrativa da instituição da Eucaristia na Última Ceia. Mas João é profundamente eucarístico em seu Evangelho. No dia posterior ao milagre da multiplicação dos pães e peixes por Jesus, João fala da pregação de Jesus na sinagoga de Cafarnaum. Jesus declara abertamente que Ele tinha vindo para nos dar sua carne e seu sangue como verdadeira comida e verdadeira bebida (cf. Jo 6, 26-58). Para muitos, essa doutrina era estranha e difícil de aceitar. Muitos que O haviam seguido até então reclamaram: "Como é dura essa linguagem! Quem pode aceitá-la?" (Jo 6, 60). Alguns de seus discípulos deixaram de segui-Lo por causa desse ensinamento sobre a Eucaristia. Jesus deixou-os ir.
"Então, como agora, a Eucaristia permanece ‘sinal de contradição' e não pode deixar de sê-lo, porque um Deus que Se faz carne e Se sacrifica a Si mesmo pela vida do mundo põe em dificuldade a sabedoria dos homens" (Bento XVI, Homilia em São João de Latrão, 7/6/07). O verdadeiro seguimento de Jesus inclui a aceitação do sagrado dom da Eucaristia. E uma autêntica fé na Eucaristia como Presença Real abre o caminho para entendermos todas as dimensões desse mistério e o caráter sagrado de toda a nossa vida.
FONTE:
Desde os tempos apostólicos, todos os seguidores de Jesus acreditaram na Presença Real de Jesus na Eucaristia. Isto foi assim até o nascimento do protestantismo no século XVI!(...)
A fé na Presença Real ao longo da história da Igreja
Antes do tempo de Lutero, porém, houve algumas poucas vozes dissidentes que negaram a fé da Igreja na Presença Real. Logo nos primórdios, Santo Inácio de Antioquia (110 d.C.) nos conta que os gnósticos se recusavam a acreditar na Presença Real. Ele diz: "Eles se abstêm da Eucaristia e da oração, porque não professam a doutrina de que a Eucaristia é a carne de nosso Salvador Jesus Cristo, carne que sofreu por nossos pecados e que o Pai, em sua bondade, ressuscitou" (Carta aos fiéis de Esmirna 6,2-7,1). Pelo menos eles tinham a honestidade de não se aproximar da Eucaristia, porque não aceitavam o que a Igreja ensinava.
Quando os antigos Padres da Igreja analisavam o que está escrito em 1Cor 10, 16-17; Jo 6, 32-71, bem como os relatos da Última Ceia (Mt 26, 26- 28; Mc 14, 22-23; Lc 22, 19-20; e 1Cor 11, 23-25), eles interpretavam estas passagens literalmente. J. Kelly, o renomado historiador protestante da Igreja primitiva, suscintamente resume o ensinamento deles sobre a Presença Real, escrevendo: "[Sua] Doutrina eucarística - e isto é preciso entender desde o início - era em geral inquestionavelmente realista, isto é, o pão e o vinho consagrados eram tomados, tratados e designados como sendo o Corpo e o Sangue do Salvador" (Early Christian Doctrines, 440).
O primeiro cristão de alguma importância a negar a Presença Real foi Berengário de Tours. E ele viveu no século XI! Esse jovem sacerdote tinha a seu cargo uma escola de Teologia, em Tours, a qual era frequentada por muitos estudantes ilustres que mais tarde se tornaram bispos e arcebispos. Berengário recusava a crença de que Jesus está real e verdadeiramente presente na Eucaristia sob as aparências de pão e vinho. Ele chamava essa crença de "opinião da ralé" e ensinava que a Eucaristia é simplesmente um símbolo da presença de Cristo entre nós.
A doutrina de Berengário acabou ajudando a Igreja. Em resposta à rejeição de um elemento essencial do depósito da fé, a Igreja começou a pregar mais amplamente sobre a Presença Real. É interessante notar que, no decorrer do debate de sua doutrina entre teólogos e bispos, Berengário retratou-se pelo menos cinco vezes daquilo que dissera. Finalmente, no IV Concílio de Latrão, em 1215, a Igreja formalmente definiu que "por divino poder, o pão e o vinho são transubstanciados no Corpo e Sangue" (Cânon I) A doutrina da Presença Real é muito simples, embora profunda: a Eucaristia é o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo sob as aparências de pão e vinho. Isso significa que não é mais pão e vinho, aos olhos da fé. É o Corpo e Sangue de Cristo.
Que grande desserviço se presta à fé da Igreja quando alguém, na hora da Comunhão, diz que o vinho será distribuído de tal e tal maneira, ou que o pão será repartido de um certo modo. Por que não chamar a Sagrada Comunhão pelo que ela é: o Corpo de Cristo e o Sangue de Cristo?
No quarto Evangelho é notável a ausência da narrativa da instituição da Eucaristia na Última Ceia. Mas João é profundamente eucarístico em seu Evangelho. No dia posterior ao milagre da multiplicação dos pães e peixes por Jesus, João fala da pregação de Jesus na sinagoga de Cafarnaum. Jesus declara abertamente que Ele tinha vindo para nos dar sua carne e seu sangue como verdadeira comida e verdadeira bebida (cf. Jo 6, 26-58). Para muitos, essa doutrina era estranha e difícil de aceitar. Muitos que O haviam seguido até então reclamaram: "Como é dura essa linguagem! Quem pode aceitá-la?" (Jo 6, 60). Alguns de seus discípulos deixaram de segui-Lo por causa desse ensinamento sobre a Eucaristia. Jesus deixou-os ir.
"Então, como agora, a Eucaristia permanece ‘sinal de contradição' e não pode deixar de sê-lo, porque um Deus que Se faz carne e Se sacrifica a Si mesmo pela vida do mundo põe em dificuldade a sabedoria dos homens" (Bento XVI, Homilia em São João de Latrão, 7/6/07). O verdadeiro seguimento de Jesus inclui a aceitação do sagrado dom da Eucaristia. E uma autêntica fé na Eucaristia como Presença Real abre o caminho para entendermos todas as dimensões desse mistério e o caráter sagrado de toda a nossa vida.
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