ENCERRAMENTO DO ANO DA FÉ

Estamos chegando ao fim da celebração do Ano da Fé, evento eclesial proposto pelo papa Bento XVI como instrumento de renovação espiritual e de revigoramento da fé nas pessoas e nas comunidades cristãs, e que agora, na Festa de Cristo Rei, chega ao feliz termo nas mãos do Papa Francisco. Agradeçamos a Deus por esta feliz iniciativa e pelos abundantes frutos conquistados...

Aprofundar, viver e celebrar a fé é compromisso permanente para todos nós que nos alegramos profundamente com o dom de Deus que nos foi dado desde a nossa entrada no mundo. Um dom que precisa ser reconhecido com gratidão, permanentemente cultivado e até defendido.

O Ano da fé foi aberto na data em que 50 anos atrás se iniciava o Concílio Vaticano II (11.10.1962), a magna assembleia dos bispos que permitiu abrir novos horizontes para a Igreja, renovar sua identidade e missão perante uma modernidade que fazia questão de tomar distância da tradicional oferta religiosa por ela proposta. De fato, nestes anos pós-conciliares vimos ruir a prática religiosa das Igrejas do velho continente europeu. Um secularismo exacerbado invadiu o ambiente tradicional cristão, querendo extirpar na raiz as marcas seculares do cristianismo na tradição e cultura de nossos povos.

Diremos que entre nós não existe um tão grande desmantelo da fé do povo e da prática religiosa. Porém, um alerta nos foi dado já pelos resultados da prática religiosa do último censo (2010): Todos os analistas sublinharam a forte mudança no grupo dos que se declararam sem religião, que passaram de 2% para 7% da população brasileira, o que significa mais de 13 milhões de descrentes. Isso unido ao vendaval do surgimento de tantos grupos religiosos autônomos que substituem, sem nenhuma dor de consciência, o substancial acervo das verdades da fé cristã por uma faixa emocional de utilidade imediata e teremos razões suficientes para justificar um maior cuidado com o conhecimento, a vivência e a celebração da FÉ em nossas comunidades católicas.

Renovemos nossa fé em frequente contato com a Palavra de Deus, aprofundando seus conteúdos com o Catecismo da Igreja, celebrando seus mistérios na ativa participação das celebrações litúrgicas e caprichando no testemunho dado por nós no dia-a-dia da vida, como cristãos e católicos!

+ Francisco Javier Hernandéz Arnedo, OAR
Bispo da Diocese de Tianguá 

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