Certamente,
a grande maioria de nós já experimentou aquela magia e aquele encanto que
brotam inesperadamente quando dois olhares perdidos em meio à multidão resolvem
se encontrar e fundirem-se num só. Momento inesquecível que nos marcará para
sempre, quando a paixão desponta inesperadamente e pungente, fazendo o mundo
inteiro ganhar um colorido especial. O namoro é, sem dúvida alguma, a primavera
de nossas vidas, o primeiro passo para a construção do amor, o tempo propício
para amadurecermos os nossos sentimentos, afetos, emoções e assim entrarmos na
dinâmica do outro/a, permitindo que o outro faça o mesmo em nossa vida...
Somos na
realidade muito individualistas em nossas relações interpessoais e por isso,
temos dificuldades de entender o sentimento de empatia que deve permear todo e
qualquer relacionamento humano. Geralmente, o fator cultural é determinante
nesse processo. Vivemos ainda numa sociedade extremamente machista e
materialista, onde tudo é tratado como descartável, inclusive, determinados
valores e princípios que devem nortear toda a nossa vida. O erotismo exacerbado
é outra característica da contemporaneidade, que precisa ser refletida. Sem
falsos moralismos, uma verdade precisa ser dita! Infelizmente, o namoro tem
sido um momento de profunda banalização da afetividade, do encontro com o outro
e da própria descoberta do amor. Não somos propriedade ou objeto de satisfação
pessoal de ninguém e se quisermos compreender plenamente o sentido do amor,
temos que abolir gradativamente todo e qualquer sentimento de mesquinhez e
egoísmo que ainda nos escravizam – “O amor às vezes tem que se curvar pra não
ter que romper”.
Muito mais
do que um etapa, um frenesi passageiro, o namoro precisa ser um estado
permanente de vida. A poesia que acompanha os corações enamorados, aquele olhar
cheio de alegria incontida, o carinho sincero e ao mesmo tempo, carregado de
doces segundas intenções, não podem ser engolidos, consumidos pela rotina
estressante do dia-a-dia e pelo ativismo próprio desses tempos. É necessário romper
com certos paradigmas, “verdades” cristalizadas impostas pela sociedade,
protocolos quase invioláveis da vida a dois, que acabam sufocando o dinamismo
próprio do amor e da convivência entre pessoas que se amam. Não há fórmulas
pré-definidas, mas dois fatores não podem faltar jamais: sinceridade e
cumplicidade.
Nessa longa
jornada, somos todos eternos aprendizes, a mercê das contingências e das
surpresas que Deus nos reserva. Que a vida nos ensine a valorizar os pequenos
gestos, a conviver harmoniosamente com o diferente e a enveredar corajosamente
pelos caminhos do amor, sem perder de vista o que é essencial na caminhada.
A todos que acreditam no amor, em especial àquela que me
ensina todos os dias a conjugar o verbo amar, Jeane!!
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