REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - DOMINGO DE PÁSCOA - Jo 20, 1-9 - ANO C


PÁSCOA é, antes de tudo, MUDANÇA
SAÍDA de uma religião passiva para uma MILITÂNCIA CRISTÃ

NOTAS PARA A COMPREENSÃO DO TEXTO:

- MARIA MADALENA – Maria Madalena morava em Mágdala, uma aldeia de pescadores situada na margem ocidental do Lago de Genesaré. Daí o nome “Madalena”. Fora libertada por Jesus da possessão de sete demônios e sua gratidão transformou-se num verdadeiro devotamento a Jesus, como vemos a seguir. Ela, com outras mulheres da Galileia, seguiam a Jesus ajudando-o com seus bens...
Apesar de não termos, por exemplo, a presença de Pedro, ela estava ao lado da cruz e é mencionada no nosso evangelho de hoje acorrendo ao túmulo de Jesus ao dealbar da madrugada de domingo. Por isso, foi Maria Madalena a única a ser favorecida com uma aparição do próprio Jesus.” (Vide “Dicionário Enciclopédico da Bíblia” redigido por A. Van Den Born, pag. 951). Alguns a identificam com a pecadora que lavou os pés de Jesus com as suas lágrimas e com a Maria de Betânia, aquela que se deixava ficar aos pés de Jesus, ouvindo-o, mas isso continua no reino da dúvida.

PÁSCOA – Essa palavra vem do aramaico "Pasha" (pronuncia-se “paska”) e quer dizer “passagem.” Passagem de quê? – Passagem do estado de escravidão em que os judeus viviam no Egito para a liberdade da Terra Prometida. A festa consistia, principalmente, em uma ceia em que se comia um cordeiro sem defeito e sem lhe quebrar nenhum osso. Devia ser comido às pressas, sandálias aos pés, prontos para viajar. Com o sangue eram besuntadas as ombreiras das portas das casas judaicas para que elas fossem reconhecidas na “passagem” do anjo exterminador. O sentido de “passagem” de “Páscoa” realizou-se literalmente na transposição a pé enxuto do mar vermelho pelos judeus.

Por fim, a Páscoa, por estar bem no centro da História da Salvação, foi retomada por nós cristãos após a ressurreição de Jesus, só que com outro significado, o significado definitivo, a passagem da escravidão do pecado para a liberdade da graça.

-A RESSURREIÇÃO É A MAIOR FESTA DA IGREJA:

Santo Agostinho diz que “a Páscoa é a alma de todas as celebrações da Igreja.” Ela é a prova cabal da divindade de Jesus. Alguns têm dúvida se não seria o Natal a maior festa da Igreja. “ Mas teria sentido pequeno festejar o Natal, se Jesus tivesse apodrecido nalgum túmulo, incapaz de vencer a morte.” (Vide Frei Clarêncio Neotti, OFM in “Ministério da Palavra – Ano C – PAG. 104). Como poderíamos acreditar na sua declaração “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” , se a pedra que foi rolada sobre aquele túmulo tivesse encerrado para sempre aquele corpo como acontece com cada um dos mortais? Então, pobre de Pedro, escolhido que foi  para chefe da Igreja, tão fraco na fé que , antes que o galo cantasse uma vez, negou três vezes a Cristo! A barca de Pedro teria soçobrado nas primeiras lufadas de vento. Será que Pedro, então, teria coragem de dizer com firmeza diante dos judeus: “Este homem... vós o matastes, crucificando-o...mas Deus o ressuscitou...”, como disse nos Atos dos Apóstolos (2,23)? E Tomé, “O Incrédulo”, que só ia vendo e apalpando, teria se entregado com aquele “Meu Senhor e meu Deus”? 

-REFLEXÕES:  A grande lição que nos fica da Páscoa flui da palavra-mestra “PASSAGEM “  . Ela nos incute que devemos deixar perdido pelos caminhos “o velho homem”, que vivia dentro de nós e “passar”:

-da noite do pecado para a aurora da graça;

-da nossa moleza para uma militância cristã mais fervorosa;

-do estado de hibernação de urso para uma vida ativa, revigorada pela graça do Cristo Ressuscitado.

Se não houver essa passagem, o dia da Páscoa consistirá só no destacar de uma folhinha do calendário ou na encenação de um drama comum.

Por Francisco Valmir Rocha - Animação Bíblica de Camocim/CE

Nenhum comentário :