Tempo de advento é tempo de espera. A imagem mais
adequada para essa meditação é o período em que a mãe aguarda a chegada de seu
filho. É uma época de expectativa, reflexão e preparação para o que está por
vir. Nas quatro semanas que antecedem o Natal, acendem-se quatro velas
representando quatro facetas de nossa espiritualidade: a expectativa, a
contrição, a esperança e a alegria...
Advento (do latim Adventus: “chegada”, do verbo
Advenire: “chegar a”) é o primeiro tempo do Ano Litúrgico, o qual antecede o
Natal. Para os cristãos, é um tempo de alegria, onde os fiéis, esperando o
aniversário de Jesus, vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a paz. No calendário religioso este tempo
corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal. Ao contrário do que alguns
afirmam, no Natal Jesus não nasce; ele já nasceu há dois mil anos. O dia 25 de
dezembro marca a data do seu aniversário. Lá em casa, depois da Missa, fazemos
festa, celebramos e o “aniversariante” (representado por uma imagem do “coração
de Jesus”) sempre vem para a mesa.
A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver
alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante,
a esperança, o desprendimento das coisas materiais e a conversão. Deus é fiel a
suas promessas: o Salvador está no meio de nós, daí a alegre expectativa, que
deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera
acontecerá com certeza, de forma renovada e vigorosa. Portanto, não se está
diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta
e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo
mas que só se consumará definitivamente na parusia (volta) do Senhor. Por isso,
o brado da Igreja característico nesse tempo é “Marana tha! Vem Senhor Jesus!”.
O Natal, junto com a Epifania e o batismo de Jesus é uma das principais festas
da nossa Igreja. A mais importante, porém é a Páscoa, por causa da
Ressurreição.
O tempo do Advento é tempo de concretude porque
Cristo é a nossa esperança que se torna realidade; esperança na renovação de
todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida
eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações
da vida, diante das perseguições, etc.
O Advento também é tempo propício à conversão. Sem
um retorno de todo o ser a Cristo, não há como viver a alegria e a esperança na
expectativa da sua vinda. É necessário “prepararmos os caminhos do Senhor” nas
nossas próprias vidas, lutando incessantemente contra o pecado, através de uma
maior disposição para a oração e um radical mergulho na Palavra revelada.
Assim como lavamos as roupas, cortamos a grama e
pintamos as casas, igualmente deve ocorrer a “higiene” em nosso coração,
espírito e atitudes, para vivermos adequadamente a festa. Este é o sentido
primordial do Advento.
Fonte: ADITAL
Por Antônio Mesquita Galvão - Doutor em Teologia
Moral
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