REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Jo 6, 60-69 - 21º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

MAIS IMPORTANTE DO QUE ENTENDER DEUS É ACEITÁ-LO POR ELE SER QUEM É E CONFIAR NA PALAVRA DELE.

-“Naquele tempo, muitos dos discípulos de Jesus que o escutaram disseram: ‘Essa palavra é dura. Quem consegue escutá-la?... A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele.”

As palavras duras que os discípulos escutaram foram: “Quem come minha carne e bebe meu sangue tem vida eterna.” (Anúncio da Eucaristia)(...) Essas palavras soavam como uma bomba nos ouvidos daqueles judeus aferrados às leis antigas que tinham por finalidade blindar o povo judeu dos cultos pagãos de adoração aos ídolos dos povos que lhes eram vizinhos. Elas vetavam consumir sangue. Lemos nos Atos dos Apóstolos (15,20): “Mas se lhes escreva que se abstenham do que está contaminado pelos ídolos...das carnes sufocadas e do sangue.” Tinha outra. Jesus topava com um grande problema na sua época. O grosso dos seus ouvintes tinham grande dificuldade de erguer-se das coisas materiais para a esfera espiritual. Eles, jamais, alçavam o voo dos pássaros, mas ficavam rastejando como galinhas, que buscavam o alimento ao rés do chão. Às vezes, quando falava, Jesus estava numa e eles estavam noutra.

Os discípulos fraquejados deviam, pelo menos, munir-se do escudo da fé como fez Pedro, que, ao ser argüido por Cristo (“Vós também vos quereis ir embora?), exclamou: “A quem iremos,Senhor? Tu tens palavra de vida eterna...tu és o santo de Deus.”

No episódio, Jesus estava apresentando os fundamentos da Eucaristia, fazendo um paralelo entre o alimento que nutre o corpo e tem o poder de garantir sua vida por alguns anos e o alimento que nutre a alma, que garante a sua vida por uma eternidade.

-LIÇÕES:

No nosso relacionamento com Deus, mais do que entendê-lo é importante aceitá-lo. Deus age à sua maneira, nem sempre o entendemos, mas é preciso sempre aceitá-lo. Ele é como o gerente de uma imensa empresa, a do mundo dos homens, e numa firma desse porte, nem sempre um empregado entende uma medida tomada pelo gerente, mas isso não o exime de cumpri-la. Nós podemos criar uma parábola para tentarmos entender o relacionamento de Deus para conosco ainda hoje. Esta é a parábola. Um pai extremoso convidou a sua filhinha de nove anos para ir ver com ele um castelo maravilhoso que ele tinha feito para ela. Mas, no caminho, surpreendentemente, ele se escondeu. Sua filhinha, desamparada, ficou-o procurando aflita, julgando-se inteiramente entregue à sua sorte na crueza da mata. Só quando as primeiras lágrimas apontaram e antes que as suas forças fraquejassem, ele apareceu de surpresa e levou-a para morar com ele no palácio encantado.

-Na parábola, o pai extremoso é Deus.

-A filha de nove anos é cada um de nós. Cada um de nós, por mais adulto que seja, por mais inteligente e sabido, não passa de uma criança diante de Deus.

-Deus, às vezes, se emparelha conosco com desvelos de um pai extremoso, mas, surpreendentemente, falta-nos em determinados momentos – isso acontece até na vida dos grandes santos. Mas o que é importante é que não paremos de procurá-lo. Ele quer encontrar-nos procurando-o ansioso quando aparecer no encontro de surpresa de nossa vida.

2 – Como os discípulos do Evangelho, todos nós temos dúvidas sobre Deus e outros pontos em nossa caminhada espiritual. Alguns se deixam vencer por essas dúvidas e se afastam de suas crenças e voltam atrás como os discípulos que deixaram de andar com Ele. A primeira dica para esses é não deixar a orgulhosa Razão tomar conta da casa pusilanimemente. É preciso ter humildade e acreditar, como Pedro, que Ele tem palavras de vida eterna e por as mãos nas mãos do Senhor da Galileia, que tem o poder de acalmar as ondas do mar.

Por Francisco Valmir Rocha - Animação Bíblico-Catequética de Camocim/CE

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