REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Mc 4, 26-34 - 11º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

-NOTAS PARA COMPREENSÃO DO TEXTO:

-REINO DE DEUS (“Reino dos Céus”):

-Somente Mateus usa a expressão “Reino de Deus”. Os outros evangelistas usam “Reino dos Céus”.

-“Reino de Deus” é a ideia central de toda a pregação de Jesus. Não é por coincidência que essa expressão está em toda a parte dos evangelhos: 14 vezes em Marcos, 39 vezes em Lucas. “Reino dos Céus está 39 vezes em Mateus(...)

-O Reino de Deus é este domínio régio de Deus nos corações humanos. Um reinado que não tem exércitos para garantir a ordem, mas tem a força grande do Amor, que une os corações. O Reino de Deus tem uma fase, escondida e humilde, aqui na terra; e outra, futura, em glória e esplendor, no Céu.

-PARÁBOLA – A palavra vem do grego e significa “comparação”. “Ela é uma narração...em que o conjunto de elementos (personagens e fatos) evoca (representa), por comparação, outras realidades de ordem superior.” (Veja o Dicionário Aurélio). A parábola foi a maneira predileta escolhida por Jesus para ensinar. Ela tornou-se o traço mais forte, a marca registrada da sua pregação. As parábolas do Filho Pródigo e do Semeador evocam especialmente a figura do Mestre pregando e seriam o traço mais forte de um retrato dele. Era assim que Ele transmitia para pessoas incultas (sem instrução) as verdades profundas do Reino dos Céus.

-O EVANGELHO DE HOJE NOS APRESENTA DUAS PARÁBOLAS:

-Primeira – “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra.”

-A “SEMENTE” é a palavra de Deus, que é fecunda por si mesma.

- O “SEMEADOR” é o missionário, o padre, o leigo: o pai\a mãe no seu lar, o catequista no seu catecismo, qualquer um na roda do círculo bíblico, qualquer um no seu ambiente de trabalho, nas ruas, nas esquinas etc. Não precisa ser ordenado para pregar a palavra de Deus, o batismo nos autoriza e nos envia para isso.

- O “ROÇADO”, com suas flores e com seus frutos, é a figura do Reino de Deus em crescimento.

-DICAS PARA “O SEMEADOR”: - A primeira é que o semeador não pode atribuir a si a causa da conversão da pessoa catequizada, nem mesmo quando os recursos oratórios e a habilidade dele forem sensacionais. É o Cristo que lembra: “Sem mim nada podeis fazer.” A segunda é que ele tem que ter paciência e perseverança para esperar a eclosão da semente. Ela pode germinar logo ou demorar. Conforme escreve Frei Clarêncio Neotti OFM (“Ministério da Palavra” – Ano B – PAG. 149), “o agricultor de hoje, o plantador de soja vamos supor, é muito imediatista. Ele quer que a semente germine logo” e torce para que a safra aconteça logo, para ser vendida na época dos preços bons. Tal não poderá acontecer na messe do Senhor. Aliás, nós não podemos apressar nem o amadurecimento do fruto. É preciso que ele amadureça devagar, porque fruto amadurecido à força (com o auxílio do carbureto como faziam antigamente) não tem o sabor daquele que é amadurecido no tempo devido.

-SEGUNDA PARÁBOLA: “O Reino de Deus é como um grão de mostarda...”

A MOSTARDA é uma planta que nasce de uma semente muito pequena, mas que dá um arbusto que pode chegar a três metros de altura. Ela tem flores amarelas muito bonitas e é muito utilizada na culinária (na cozinha) ou na farmácia (remédios). Na Palestina, ela pode ser encontrada na natureza ou cultivada.

-EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA: Essa parábola pode ser assim interpretada. O pequeno rebanho dos discípulos (no começo era apenas doze), formado de pessoas simples, era como a pequena semente de mostarda, que cresceu, virou árvore gigantesca, cuja copa cobre hoje toda a vastidão do planeta. Ainda hoje, chegam a ela pessoas de todas as nacionalidades e origens, que se acolhem nela como pássaros do céu, confiantes na segurança do que foi fundado no alicerce dos apóstolos.

-REFLEXÕES:

-Temos que ter paciência e saber esperar quando o nosso conselho ou o convite que fizemos a alguém para o Terço dos Homens por exemplo, a palavra que lançamos no coração de alguém não sortiram efeito com a rapidez que esperávamos. Vejamos o exemplo de Santa Mônica, a mãe de Santo Agostinho, o grande bispo de Hipona, que esperou tanto tempo rezando pela conversão dele. Mas conseguiu.

-Lembrar-se também que a semente lançada pelo exemplo pode nascer mais rápida e ativamente que a “palavra” verbal.

Por Francisco Valmir Rocha - Animação Bíblica de Camocim/CE

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