
- QUARENTA DIAS – Desta palavra “quarenta” foi tirada “quaresma”, o período de quarenta dias que vai da quarta-feira de cinzas à missa vespertina da quinta-feira santa.
-“Foi tentado por Satanás.” – A pergunta inevitável que vem da declaração ao lado é esta: “Como Jesus podia ser tentado, se não tinha pecados?”(...)
-Para responder a essa pergunta, temos que nos lembrar que em Jesus havia duas naturezas: a divina e a humana. Como homem, ele foi igual a toda pessoa humana menos no pecado. Ora, as tentações acompanham toda pessoa humana. Cada um de nós sabe que a tentação nos acompanha em todo momento e não é só o homem pecador que as tem. Os santos também as tiveram. Por isso Jesus passou por elas. Ele foi tentado na sua vida terrestre e não foi só essa vez. Pedro, a certa altura, ouvindo que Jesus ia a Jerusalém, onde podia ser condenado, quis fazê-lo desistir desse intento. Significa dizer que Pedro queria demovê-lo de cumprir sua missão. Quer dizer que Pedro foi pedra de tropeço, instrumento de tentação para Jesus. Noutra ocasião, depois da multiplicação dos pães, o povo tentou aclamá-lo rei e, assim, fazê-lo livrar-se da ignomínia da cruz. Foi outra tentação para Jesus. O episódio nos ensina que sofrer tentações não é desdouro para nenhum mortal, mesmo no mais alto grau de santidade. O que é desdouro é ser vencido pelas tentações.
-HOUVE TRÊS SITUAÇÕES DE TENTAÇÃO OFERECIDAS A JESUS POR SATANÁS.
1ª) Jesus é tentado a converter pedra em pão. – Caindo na cilada do Demônio, Jesus passaria a ser um “milagreiro”, tornar-se-ia centro de um populismo fácil, oferecendo pão a todo mundo. Seria coroado rei com certeza e se furtaria de cumprir sua missão.
2ª) Foi tentado a pular do pináculo do templo. Seria, então, servido, publicamente, pelos anjos como um rei coroado antes de tempo. Com certeza, com essas regalias, não passaria pela ignomínia da cruz, que é de onde deveria nascer a sua verdadeira glória conforme seus planos divinos.
3ª) A Jesus foram apresentados os reinos esplendorosos do mundo, os quais seriam seus e, portanto, com esse poder, não poderia ser condenado à morte de cruz.
Concluímos, então, que a essência das tentações arquitetadas maliciosamente por Satanás tinha o objetivo de fazer Jesus furtar-se à condenação e morte de cruz, o plano de salvação da humanidade.
-“O tempo já se completou.”
Essa expressão significava que a plenitude dos tempos havia chegado. Jesus, acrisolado e purificado pelas tentações, iria iniciar as suas pregações, que teriam como objetivo supremo instaurar o REINO DE DEUS sobre a terra. O Antigo Testamento terminava ali e estava começando um novo tempo. Todos iriam ver o que os patriarcas e profetas desejaram ver e não viram: os paralíticos saltariam, os cegos enxergariam, os mudos ouviriam e os endemoninhados se libertariam. Estava se firmando a Nova Aliança.
-O REINO DE DEUS.
O Reino de Deus ou “Reino dos Céus” é o domínio régio de Deus sobre nós. É esta “presença ativa mas misteriosa de Deus no mundo e entre as criaturas humanas. Trata-se de um modo de viver, aqui e agora, na presença divina, invisível mas percebida por seus sinais.”(Frei Clarêncio Neotti OFM em “Ministério da Palavra” – Ano B – pag. 163)
-REFLEXÕES:
-Como está o nosso compromisso com o Reino de Deus, estamos dando a ele o apreço que lhe dava e lhe dá o Filho de Deus?
-A Campanha da Fraternidade de 2012 está brotando. Extremamente oportuna para os dias que vive o Brasil, ela vem nos mostrar o cenário miserável de pobres em fila nas calçadas “desde as frias madrugadas”, para conseguir uma ficha marcando uma consulta médica no SUS.
Por Francisco Valmir Rocha - Membro da Pastoral Bíblica de Camocim/CE
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