A DROGA É O PROBLEMA SOCIAL NÚMERO UM DA NOSSA CAMOCIM DE HOJE

Quem sabe do desgaste que a droga causa num cérebro em formação fica preocupadíssimo com o futuro de nossa juventude e da nossa sociedade.

Quem vê aquelas cenas horripilantes das cracolândias nas nossas metrópoles pode até pensar que o problema está longe de nós. Mas ele está bem aqui na nossa cidade. Não raramente, tocando no assunto, alguém diz para o outro: “Bem ali na esquina,bem ali no escondidinho, vendem droga a escolher”, e o lugar continua envolto em mistério, e funcionando(...) Antes, não se viam garotos em formação, até que bem vestidos e não famintos, passarem pedindo um real. Alguns menosprezam a perspicácia da gente e chegam a pedir um vidro de café em pó ou coisa semelhante do mercantil, insinuando para os trouxas que querem é matar a fome. Com certeza, há muito receptador recebendo os vidrinhos de café do supermercado em troca das pedrinhas criminosas.

O problema da droga em Camocim - ninguém se engane – ele se alastra silenciosamente minando a saúde dos nossos pobres jovens, destruindo os neurônios dos cérebros em formação e levando a infelicidade às nossas famílias.

No princípio, era a cocaína e a cocaína se modernizou no craque. Já podemos até escrevê-lo na forma portuguesa “craque”, porque ele já se abrasileirou e se instalou em 98% das nossas cidades brasileiras – pasmem! Ele é uma forma impura da cocaína, nada mais do que isso. Traz uma euforia (um prazer) muito mais forte do que ela, mas , em compensação, produz uma depressão muito maior e mais rápida, o que leva o usuário a repetir a dose só pra se livrar dela. Embora seja mais barato do que a cocaína, acaba se tornando mais dispendioso que ela, porque, apesar de seu efeito ser mais intenso, passa mais depressa, o que leva o usuário a consumir várias pedras por dia. Depois, há o efeito chamado “tolerância” (o organismo tolera), em que o usuário procura sentir o mesmo prazer, mas a dose se torna pequena para tanto e é preciso aumentar a dose. Aí vem o endividamento, a cobrança crua dos vendedores e, às vezes, o homicídio (a morte) em paga do débito.

-AGORA, OS EFEITOS DO CRAQUE:

O craque produz, de imediato, grande sensação de euforia, alegria, por causa da produção desmedida de dopamina no cérebro. Mas, em compensação, uma falta de apetite, que dura dias, se a brincadeira durar dias. A euforia dura de cinco a dez minutos, após os quais, advém a depressão por causa da falta imediata da referida dopamina. Doses elevadas produzem irritabilidade crescente, agitação e ansiedade. A curto prazo, sobrevêm aumento de temperatura, aceleração dos batimentos cardíacos e da pressão arterial. Em casos raros, morte súbita ou AVC (acidente cerebral como derrames) podem ocorrer após o primeiro uso do craque ou, de forma inesperada, depois. Seis vezes mais potente que a cocaína, o craque tem ação devastadora no cérebro, produzindo lesões irreversíveis nele. A criação de dependência não é tanta em outras drogas, mas, no caso do craque, com apenas três ou quatro doses, o usuário se torna completamente viciado.

O dependente do craque dificilmente consegue comparecer ao seu emprego todo dia ou freqüentar seu colégio. De modo geral, ele passa a viver só em busca da droga. Para consegui-la, ele pode chegar a se prostituir, furtar e vender os móveis de sua casa, enfrentar os pais e matá-los, como estamos vendo, todo dia, na televisão.

A ânsia de uma mãe de afastar o seu querido filho do antro das drogas deve ser igual ao de afastá-lo da jaula de um leão.

Os círculos bíblicos que se reúnem no interior de nossas casas de família não podem deixar de aconselhar às mães e avós a reunirem em torno de si, frequentemente, seus filhos e netos e falarem de maneira sincera e completa sobre as drogas. “Completa”, porque os companheiros de rua só falam de uma parte. Eles dizem como começam, mas nunca dizem como terminam.

Por Francisco Valmir Rocha - Membro da Pastoral Bíblica de Camocim/CE

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