REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Lc 1, 26 - 38 - 4º DOMINGO DO ADVENTO - ANO B

-NOTAS PARA A COMPREENSÃO DO EVANGELHO

-O ANJO GABRIEL foi o mensageiro escolhido tanto para a concepção de João Batista no seio de Izabel, tanto para a concepção de Jesus no ventre da Virgem Maria. Por isso que ele anuncia a Maria no vers. 36: “Também Izabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice.” O nome do Anjo Gabriel foi profetizado pelo profeta Daniel em Dn 8,16-26 (...)

-NAZARÉ era uma pequena aldeia situada na região da Galileia, que só se tornou importante depois dos acontecimentos do Novo Testamento. A região GALILEIA, por causa da forte mistura de pagãos com judeus, era chamada a Galileia dos Pagãos. No tempo dos Macabeus, poucos israelitas moravam lá. Quanto a Nazaré, diz o biblista Frei Clarêncio Neotti (Ministério da Palavra – Ano B – PAG. 26): “Embora seu nome signifique “flor”, era mais conhecida pelas prostitutas à disposição, do que pelos valores religioso-culturais.” Deus, porém a escolheu, em vez da suntuosa Jerusalém, para ser o lugar da concepção do seu Filho e a cidade de Maria (“Maria de Nazaré”)...desígnios de Deus.

Foi lá que Jesus passou a sua juventude, até os trinta anos, de lá saindo para a vida pública, fixando-se em Cafarnaum. Mas ele é chamado mesmo “O Nazareno”.

Hoje ela é uma cidade movimentada, dominada pela Basílica da Anunciação, que se acredita ter sido construída sobre a casa de Maria e José.

O ÚLTIMO DOMINGO DO ADVENTO:

No último domingo do advento, quase às vésperas do Natal, a Igreja nos põe defronte do mistério da Encarnação, a parte substancial do Natal. A Encarnação é uma cena íntima, grandiosa e que encerra um mistério. “Nós já somos tão pobres para contar as coisas íntimas”, como diz Frei Clarêncio Neotti, e a dificuldade se torna maior quando se trata de um grande mistério: o encontro da divindade com a humanidade. O evangelista Lucas, porém, achou uma maneira muito singela e sublime de contá-lo. Tão sublime e tão bonita, que é contada em todas as festas de Maria.

A GRANDEZA DE MARIA

Deus deixou a esplêndida morada, ladeado pelos querubins de ouro do templo de Jerusalém, para habitar o ventre de Maria. Ela é, portanto, o templo da Nova Aliança, onde Deus passa a ser adorado, não sob a fumaça de bois e cabritos imolados, mas adorado “em espírito e verdade”.

Ela deu um “sim” muito corajoso e apoiada numa grande fé em Deus, fé do tamanho da fé de Abraão, pois ela sabia do constrangimento e complicação de aparecer grávida sem coabitar ainda com José, embora o noivado com ele já fosse tido juridicamente como matrimônio. Por outro lado, o “sim” corajoso permite que a salvação aconteça para toda a humanidade. Seu filho Jesus não é só dela, mas é de toda a humanidade. Não dá para chamar Maria “uma mulher como as outras.”

REFLEXÕES:

1) Notamos que a maneira com que Deus escolhe as pessoas para trabalhar no seu Reino não bate com a nossa maneira de avaliar, nem Ele segue as regras e procedimentos da sociedade humana que aí está. Nós valorizamos muito a posição social, as posses e a capacidade intelectual da pessoa. Deus não se enquadra dentro das nossas convenções sociais. O Pe. Nilo Luza, na sua coluna-laranja do jornalzinho “O Domingo” de 21.12.2008, diz que as pessoas escolhidas por Deus “normalmente são pessoas simples e pobres com um coração grande e generoso.”

2) Vamos ter a coragem de Maria para dizer o nosso “sim” a Deus no meio do nosso trabalho na comunidade. De modo geral, nossa coragem é pequena e hesitante ou de momento. Comprometemo-nos, às vezes, acenamos com a cabeça no meio da roda, mas na hora de arregaçar as mangas, ficamos de fora.

Por Francisco Valmir Rocha - Membro da Pastoral Bíblica de Camocim/CE

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