REFLEXÃO DOMINICAL - Mt 7, 21-27 - 9º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A

Há vários domingos, Jesus vem falando das bem-aventuranças. A proclamação delas sobre o Monte das Bem-aventuranças se compara à promulgação do Decálogo feita no Monte Sinai. É preciso ter em mente a importância das bem-aventuranças. Apesar de não terem sido proclamadas entre raios e trovões, elas são mais importantes que o Decálogo. Elas são o resumo dos evangelhos e são os pré-requisitos para se entrar no Reino dos Céus. Nos domingos anteriores, Cristo vem, com autoridade nunca notada entre os escribas e Mestres da Lei, explicando-as, reformulando de um lado, reforçando de outro, como se tivesse construindo um grande edifício(...) Hoje, o último domingo a tratar sobre elas, Ele faz uma revelação surpreendente.

-Para entrar no Reino do Céu não basta:
-Rezar;
-Não basta pregar e mesmo fazer milagres;
-Não bastam os arroubos e jogo de cena com exclamações do tipo “Senhor, Senhor” e outros recursos para arrebatar a assembleia.
-Não basta profetizar, mesmo fazer milagres e expulsar demônios.

É PRECISO PÔR EM PRÁTICA OS ENSINAMENTOS D’ELE.

Obs.: As palavras acima estão no livro Ministério da Palavra – Ano A – de Frei Clarêncio Neotti – pag. 138.

-O HOMEM PRUDENTE CONSTRÓI SUA CASA SOBRE A ROCHA:

O ilustre escritor acima Frei Clarêncio enaltece a importância dos carismas. As pessoas que os têm dão vida e ânimo à santa Igreja de Deus e a mostram cheia do Espírito Santo. Também esclarece que nem todo triunfalismo é condenável. Ele condena o triunfalismo tipo “oba-oba”. “Quando se pensa Jesus como um grande líder, há o perigo de tratá-lo como se trata a chegada ao palco do chefe político, com muito aplauso, palavras de ordem, muitos vivas e a ilusão de que ele acabará com todos os demônios da cidade.” Vide livro “Ministério da Palavra” citado acima, pag. 140.

-“Então eu lhes direi publicamente: ‘Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim...’”

É constante o perigo de criarmos para nós uma religião, desligada dos evangelhos, mas do nosso jeito. Pode ser uma religião arrebatadora que sacuda as massas, que tenha o Cristo como bandeira da nossa vida e até acenando para os outros como o herói encontrado para vencer todos os males. Nossas orações podem ter os arroubos dos anacoretas e o nosso Cristo pode ser aquele capaz de abrir todas as janelas do céu. Nossa religião pode ter tudo isso, mas não pode estar desligada da nossa vida. Vamos acertar os rumos da nossa espiritualidade enquanto é tempo, para não termos a surpresa de ouvir as palavras desenganadoras e terríveis lá de cima: “Jamais vos conheci.”

- REFLEXÕES:

-Entremos dentro de nós mesmos e acertemos os rumos de nossa espiritualidade. Será que o entusiasmo dos nossos cânticos tipo “Cristo tem Poder” não estão trazendo para nós um Cristo sempre cavalgando as nuvens do céu e que pouco toca os pés no chão?

Por Francisco Valmir Rocha - membro da Pastoral Bíblica de Camocim/CE

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