NOTAS PARA COMPREENSÃO DO TEXTO:
O “noivado” nos tempos de Cristo – De modo geral, não eram os jovens que escolhiam com quem iam casar. Eram os pais deles que se encarregavam disso. O noivo ou a noiva era escolhido entre os membros da mesma parentela, mas não podiam ser escolhidos parentes muito próximos deles. O Levítico (18,6-18) não permitia: “Nenhum de vós se aproximará de sua parenta próxima para descobrir a sua nudez.” (...)
O noivado durava cerca de 12 meses, durante os quais a casa era preparada pelo noivo e o enxoval era preparado pela noiva. No ato do noivado, o pai do noivo ou o próprio rapaz tinha que pagar um dote ao pai da noiva. O valor do dote dependia do lugar, do tempo, da posição social dos pretendentes, mas correspondia, em média, a uns cinco ciclos de prata.
“Um homem ficava oficialmente noivo quando, entregando o presente à moça, dizia: com isso você é separada para mim, segundo as leis de Moisés e Israel.” (Vide Ralph Gower in “Usos e Costumes dos tempos bíblicos”, pag 65).
O noivado era muito mais sério do que os noivados de hoje. Tornando-se noivo, o jovem passava a ser dispensado do serviço militar. Se alguém estuprasse uma noiva, não podia casar-se com ela, pois era tida como pertencente ao jovem compromissado.
A PARTICIPAÇÃO DE JOSÉ NO MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO
De modo geral, pouco se fala na parte que cabe a José no episódio da encarnação. Mas também ele teve a sua grande e importante participação. Ora, aconteceu que Maria, estando noiva com ele, apareceu grávida antes de coabitarem. Considerando-se as implicâncias do noivado no tempo de Cristo, como narramos acima, podemos avaliar o grande constrangimento que teve José. Uma das presunções que passou pela cabeça dele é que Maria tivesse sido seduzida ou violentada. José preparava-se para tomar a providência mais delicada e suave que a Lei permitia, quando recebeu a mensagem de Deus em sonho comunicando-lhe a ação do Espírito Santo. Então, sem hesitar, recebeu Maria como sua esposa, dando a Jesus um nome, uma descendência e uma casa. José mostrou muita serenidade e caráter nesses momentos críticos e foi bem o que Deus queria para o homem que devia criar o seu filho. Sobretudo, foi decisiva nele a fé, que pode ser comparada à de Abraão.
NOS MOMENTOS DE DECISÃO, JOSÉ NÃO PRESTOU OUVIDOS AO SEU COMODISMO, MAS OUVIU A VOZ DE DEUS.
“Do ponto da vista da Lei, José não estava fazendo nada de errado se repudiasse Maria. ... Mas o Evangelho nos apresenta algo inusitado: José não abandona Maria...por ter ouvido a voz de Deus.” (Vide Pe. Claudiano A. dos Santos na coluna-laranja de O Domingo de 19.12.2010.)
No momento atual, a cada dia se nos deparam casos mais freqüentes de separação matrimonial. Alguns casais antigos, unidos há tantos anos, nos deixam sem fôlego ao nos pararem para contar com a maior naturalidade a inacreditável aventura. As razões apresentadas quase sempre são inspiradas na voz do egoísmo. As partes beligerantes nunca fazem calar as vozes dos próprios ressentimentos. Essas vozes não deixam ouvir, por exemplo, as vozes dos filhos deles que os rodeiam e, principalmente, a voz de Deus. Como diz a nossa já famosa coluna-laranja de O Domingo, predispondo-nos para tanto, talvez não recebamos a visita de um anjo em sonhos, mas ouviremos a voz de Deus envolta nesta frase: “Não tenha medo de acolher!”
REFLEXÕES:
Nas vésperas do Natal que se aproxima, apaguemos por um instante as lâmpadas multicores, fechemos os ouvidos aos carros de propaganda e procuremos ouvir a voz de Deus sobre quem devemos acolher.
Por Francisco Valmir Rocha - Pastoral Bíblica
O “noivado” nos tempos de Cristo – De modo geral, não eram os jovens que escolhiam com quem iam casar. Eram os pais deles que se encarregavam disso. O noivo ou a noiva era escolhido entre os membros da mesma parentela, mas não podiam ser escolhidos parentes muito próximos deles. O Levítico (18,6-18) não permitia: “Nenhum de vós se aproximará de sua parenta próxima para descobrir a sua nudez.” (...)
O noivado durava cerca de 12 meses, durante os quais a casa era preparada pelo noivo e o enxoval era preparado pela noiva. No ato do noivado, o pai do noivo ou o próprio rapaz tinha que pagar um dote ao pai da noiva. O valor do dote dependia do lugar, do tempo, da posição social dos pretendentes, mas correspondia, em média, a uns cinco ciclos de prata.
“Um homem ficava oficialmente noivo quando, entregando o presente à moça, dizia: com isso você é separada para mim, segundo as leis de Moisés e Israel.” (Vide Ralph Gower in “Usos e Costumes dos tempos bíblicos”, pag 65).
O noivado era muito mais sério do que os noivados de hoje. Tornando-se noivo, o jovem passava a ser dispensado do serviço militar. Se alguém estuprasse uma noiva, não podia casar-se com ela, pois era tida como pertencente ao jovem compromissado.
A PARTICIPAÇÃO DE JOSÉ NO MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO
De modo geral, pouco se fala na parte que cabe a José no episódio da encarnação. Mas também ele teve a sua grande e importante participação. Ora, aconteceu que Maria, estando noiva com ele, apareceu grávida antes de coabitarem. Considerando-se as implicâncias do noivado no tempo de Cristo, como narramos acima, podemos avaliar o grande constrangimento que teve José. Uma das presunções que passou pela cabeça dele é que Maria tivesse sido seduzida ou violentada. José preparava-se para tomar a providência mais delicada e suave que a Lei permitia, quando recebeu a mensagem de Deus em sonho comunicando-lhe a ação do Espírito Santo. Então, sem hesitar, recebeu Maria como sua esposa, dando a Jesus um nome, uma descendência e uma casa. José mostrou muita serenidade e caráter nesses momentos críticos e foi bem o que Deus queria para o homem que devia criar o seu filho. Sobretudo, foi decisiva nele a fé, que pode ser comparada à de Abraão.
NOS MOMENTOS DE DECISÃO, JOSÉ NÃO PRESTOU OUVIDOS AO SEU COMODISMO, MAS OUVIU A VOZ DE DEUS.
“Do ponto da vista da Lei, José não estava fazendo nada de errado se repudiasse Maria. ... Mas o Evangelho nos apresenta algo inusitado: José não abandona Maria...por ter ouvido a voz de Deus.” (Vide Pe. Claudiano A. dos Santos na coluna-laranja de O Domingo de 19.12.2010.)
No momento atual, a cada dia se nos deparam casos mais freqüentes de separação matrimonial. Alguns casais antigos, unidos há tantos anos, nos deixam sem fôlego ao nos pararem para contar com a maior naturalidade a inacreditável aventura. As razões apresentadas quase sempre são inspiradas na voz do egoísmo. As partes beligerantes nunca fazem calar as vozes dos próprios ressentimentos. Essas vozes não deixam ouvir, por exemplo, as vozes dos filhos deles que os rodeiam e, principalmente, a voz de Deus. Como diz a nossa já famosa coluna-laranja de O Domingo, predispondo-nos para tanto, talvez não recebamos a visita de um anjo em sonhos, mas ouviremos a voz de Deus envolta nesta frase: “Não tenha medo de acolher!”
REFLEXÕES:
Nas vésperas do Natal que se aproxima, apaguemos por um instante as lâmpadas multicores, fechemos os ouvidos aos carros de propaganda e procuremos ouvir a voz de Deus sobre quem devemos acolher.
Por Francisco Valmir Rocha - Pastoral Bíblica
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