REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA - Mt 2, 13-15.19-23 - ANO A

NOTAS PARA COMPREENSÃO DO TEXTO

OS MAGOS – “Magos” era o nome dado para os que formavam uma tribo que habitava o Irã. Os mais importantes dessa tribo desempenhavam as funções de sacerdote na religião persa. Os magos exploravam os segredos da Astrologia, que tentava determinar o futuro de cada pessoa a partir da posição dos astros no momento do seu nascimento(...)


A existência dos magos está envolta em muitas lendas:

- São chamados de “reis” apenas por evocação ao salmo 72.10 que diz: “Os reis de Társis e das ilhas vão trazer-lhe presentes” e, por causa da citação de Isaías (60.6), que fala de uma caravana régia encaminhando-se ao Messias: “Uma horda de camelos te inundarão...”

- O número “três” atribuído a eles baseia-se apenas no número de presentes ofertados: ouro, incenso e mirra.

- Os nomes “Melquior, Baltazar e Gaspar” só são mencionados a partir do século VII da Era Cristã.

- O historiador Beda considera-os representantes dos povos conhecidos na época: Europa, Ásia e África.

- HERODES era o representante do imperador romano na Galileia no tempo de Jesus. O senado romano achou de dar-lhe o título de “rei” (Rei Herodes) talvez para alimentar a sua acentuada vaidade, recompensando-o pelo esforço interesseiro em agradar o Imperador Romano. Ele não era de origem judaica, mas um apaixonado pela cultura grega e, se dependesse da sua vontade, teria botado abaixo de bom grado as tradições judaicas. Seu nome evoca crueldades. São-lhe atribuídos: a ordem de matar João Batista e a responsabilidade pela matança dos inocentes de Belém. Ele chegou a zombar de Jesus nos arremedos de julgamento da paixão.

- A LIÇÃO PRINCIPAL DO EPISÓDIO DOS “REIS MAGOS”

A figura do Messias que pairava na imaginação de todo judeu daqueles tempos era a de um chefe poderoso e temporal , pertencente à descendência de Davi, e que viria restaurar a glória de Israel diante de todas as nações. O episódio dos reis magos vem acrescentar uma coisa nova e surpreendente: que Jesus vinha realizar, sim, as esperanças dos judeus; mas também as dos pagãos. Os judeus estavam representados, no episódio, por Herodes, os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei; e os pagãos, pelos reis magos. O acontecimento é uma profecia. Os judeus, apesar de conhecerem as Escrituras e estarem a poucos quilômetros da gruta do Menino, resolvem simplesmente ignorar o acontecimento e tentarem eliminar Jesus. Os pagãos, que constituem todo o resto da humanidade, apesar dos tremendos obstáculos, vêm reconhecer seu Salvador e oferecer-lhe tributos.

- A FAMÍLIA DE NAZARÉ É O RETRATO DE UMA FAMÍLIA CRISTÃ E DEVE SER O MODELO A SER SEGUIDO

Providencialmente, a família de Nazaré aparece enfrentando problemas parecidíssimos com os de uma família cristã de hoje: amarguras conjugais, por exemplo. Sabe lá o que passou José ate saber em sonhos o que tinha ocorrido com Maria?

A insegurança e até a morte, que às vezes vem conduzida pela mão humana e não pela natureza, como diz Frei Clarêncio Neotti in Ministério da Palavra – ano A, pag. 33.

As canseiras de acordar de madrugada, pegar o filho e a esposa e rumar para paragens incertas. Que coisa pode ser mais parecida com a odisséia do emigrante nordestino, que se destrona do seu casebre de beira da estrada para enfrentar a incerteza de terras desconhecidas e estrangeiras para ele, como as do Sul?

A ponderação que corre por conta do chefe da família e a indispensabilidade de contar com a ajuda celestial, que vem ao encontro do seu reto caminhar.

REFLEXÕES:

- Os pais de família têm que aprender com São José a paciência e a participação nas labutas do lar e no trato com as crianças, não deixando que só a esposa assuma sozinha as canseiras diurnas e noturnas.

- As esposas têm que aprender com Maria o espírito de sacrifício para conviver, às vezes, com o salário baixo do seu marido, sem contrariá-lo exigindo o que ele não pode dar.

Por Francisco Valmir Rocha - Pastoral Bíblica de Camocim/CE

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