O vento soprava naquele fim de tarde com sua brisa suave e amena, tocando jocosamente a copa das árvores, afagando o coração atribulado e o turbilhão de pensamentos que me consumia. Foi assim que me senti numa sexta-feira, quando inesperadamente, sentei num banco de praça em meio a tantos compromissos e veículos que transitavam num ciclo ininterrupto. Respirei fundo, e naquele momento o tempo parece ter parado, congelado, me fazendo perceber a vida numa outra lógica, numa outra mística só perceptível quando diminuímos os nossos passos e o nosso ritmo(...) Desacelerar o ritmo da vida é proeza que nos enriquece e alivia a alma, tão aprisionada aos loucos arroubos da vida moderna. Lembrei-me de uma poesia do grande Mário Quintana, intitulada "O Tempo" que havia lido recentemente:
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará."
Não quero deixar de perceber a beleza do mundo ao meu redor, a sacralidade das estruturas singelas, dos gestos delicados do cotidiano. O ativismo insustentável nos desumaniza, nos brutaliza e rouba-nos da felicidade que em meio a tantos brilhos, palavras vazias, passos largos e apressados, não encontra espaço em nossas vidas e em nossas agendas. Olho para dentro de mim mesmo e sinto o silêncio fecundo de Deus. Seu sorriso de Pai me faz sorrir, me abre perspectivas, possibilidades, me permitindo experimentar a verdadeira liberdade de filho.
Naquela tarde me senti mais pleno e mais perto de Deus.
Por César Augusto Rocha - Articulador do Conselho Diocesano de Leigos/as
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará."
Não quero deixar de perceber a beleza do mundo ao meu redor, a sacralidade das estruturas singelas, dos gestos delicados do cotidiano. O ativismo insustentável nos desumaniza, nos brutaliza e rouba-nos da felicidade que em meio a tantos brilhos, palavras vazias, passos largos e apressados, não encontra espaço em nossas vidas e em nossas agendas. Olho para dentro de mim mesmo e sinto o silêncio fecundo de Deus. Seu sorriso de Pai me faz sorrir, me abre perspectivas, possibilidades, me permitindo experimentar a verdadeira liberdade de filho.
Naquela tarde me senti mais pleno e mais perto de Deus.
Por César Augusto Rocha - Articulador do Conselho Diocesano de Leigos/as
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