A Igreja Católica inicia hoje seu ano cristão. Ela começa o ano com o primeiro domingo do advento. “Advento” significa “chegada” e é assim que a Igreja celebra a chegada de Jesus no Natal. Há quatro domingos que precedem o nascimento de Jesus e eles são chamados domingos do advento. Embora o Natal seja a festa mais alegre do ano litúrgico, a festa dos corais, dos toques de sino e do famoso glória cantado pelos anjos aos pastores que pernoitavam nos arredores de Belém, tem sua preparação pelo advento bem diferente(...)
É que o advento é um tempo de penitência e não poderíamos preparar o nosso coração para ser mangedoura de Jesus com as lascívias do tempo. Certo é uma coisa: quanto maior for a nossa compenetração e compunção no tempo do advento, maior será a nossa alegria no Natal. Pois bem! O advento é um tempo de penitência em que não se reza o glória da missa e até se evita excesso de enfeites nos altares nesse tempo. Para que a conversão seja profunda e atinja as camadas mais profundas da alma, a Igreja usa,às vezes, o estilo apocalíptico em que os transtornos da natureza, a queda das estrelas, façam estremecer os alicerces da nossa alma e ela fique pronta para o encontro com Cristo na sua segunda vinda. No advento deste ano, é o dilúvio que procura trabalhar a nossa alma pelo inesperado e o inusitado do acontecimento. Os homens comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento quando as chuvas trouxeram a calamidade imprevista. O inesperado era tamanho que um dos dois homens que trabalhavam no campo foi tirado e poupado o outro. Entre duas mulheres que moíam uma foi levada e a outra subsistiu. Os acontecimentos são postos para exigir a vigilância que cada um deve ter, vigilância que deve subsistir até nas horas tardias da madrugada em que os ladrões devem atacar. O que se pretende lembrar é que cada um deve estar com as suas contas certas com Deus na hora em que Ele vier.
Trazendo à cena a penúria humana ao contexto dos desertos palestinos, surge a figura penitente de João Batista, que prega no deserto preparando os caminhos do Senhor. Ele se alimenta de gafanhoto e mel silvestre e se abstinha de bebidas alcoólicas. Esse é o protótipo, o paradigma de se celebrar o advento cristão. Mas quanto se afastou desses limites a humanidade inteira! Disputam-se hoje no comércio as iguarias finas, os panetones recheados de chocolate, os uísques escoceses, tudo para celebrar o advento do Senhor. Aqui, o que me cabe fazer é expor ao arbítrio de nossa consciência as duas maneiras de celebrar o advento do Senhor: a maneira joanina ou a maneira atual.
Outro ponto em que as leituras de hoje estão insistindo e pedem com todas as letras é a vigilância. Como diz o Pe. Paulo Bazaglia na sua já famosa coluna laranja de O Domingo de hoje, nós estamos todos os dias com uma caneta na mão escrevendo histórias de nossa vida, do nosso dia-a-dia. Será que estamos contando histórias bonitas? Mas haverá um momento em que o Senhor tomará a caneta da nossa mão e escreverá simplesmente “fim”. Como será esta nossa história, terá nexo, será uma história que os anjos possam ouvir com agrado?
Por Francisco Valmir Rocha - Pastoral Bíblica de Camocim/CE
É que o advento é um tempo de penitência e não poderíamos preparar o nosso coração para ser mangedoura de Jesus com as lascívias do tempo. Certo é uma coisa: quanto maior for a nossa compenetração e compunção no tempo do advento, maior será a nossa alegria no Natal. Pois bem! O advento é um tempo de penitência em que não se reza o glória da missa e até se evita excesso de enfeites nos altares nesse tempo. Para que a conversão seja profunda e atinja as camadas mais profundas da alma, a Igreja usa,às vezes, o estilo apocalíptico em que os transtornos da natureza, a queda das estrelas, façam estremecer os alicerces da nossa alma e ela fique pronta para o encontro com Cristo na sua segunda vinda. No advento deste ano, é o dilúvio que procura trabalhar a nossa alma pelo inesperado e o inusitado do acontecimento. Os homens comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento quando as chuvas trouxeram a calamidade imprevista. O inesperado era tamanho que um dos dois homens que trabalhavam no campo foi tirado e poupado o outro. Entre duas mulheres que moíam uma foi levada e a outra subsistiu. Os acontecimentos são postos para exigir a vigilância que cada um deve ter, vigilância que deve subsistir até nas horas tardias da madrugada em que os ladrões devem atacar. O que se pretende lembrar é que cada um deve estar com as suas contas certas com Deus na hora em que Ele vier.
Trazendo à cena a penúria humana ao contexto dos desertos palestinos, surge a figura penitente de João Batista, que prega no deserto preparando os caminhos do Senhor. Ele se alimenta de gafanhoto e mel silvestre e se abstinha de bebidas alcoólicas. Esse é o protótipo, o paradigma de se celebrar o advento cristão. Mas quanto se afastou desses limites a humanidade inteira! Disputam-se hoje no comércio as iguarias finas, os panetones recheados de chocolate, os uísques escoceses, tudo para celebrar o advento do Senhor. Aqui, o que me cabe fazer é expor ao arbítrio de nossa consciência as duas maneiras de celebrar o advento do Senhor: a maneira joanina ou a maneira atual.
Outro ponto em que as leituras de hoje estão insistindo e pedem com todas as letras é a vigilância. Como diz o Pe. Paulo Bazaglia na sua já famosa coluna laranja de O Domingo de hoje, nós estamos todos os dias com uma caneta na mão escrevendo histórias de nossa vida, do nosso dia-a-dia. Será que estamos contando histórias bonitas? Mas haverá um momento em que o Senhor tomará a caneta da nossa mão e escreverá simplesmente “fim”. Como será esta nossa história, terá nexo, será uma história que os anjos possam ouvir com agrado?
Por Francisco Valmir Rocha - Pastoral Bíblica de Camocim/CE
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