PASTORAIS, ORGANISMOS E REGIONAIS DA CNBB FORTALECEM IDENTIDADE SOCIAL EM ENCONTRO REALIZADO EM BRASÍLIA


Terminou nesta quarta-feira, 16, o Encontro Nacional das Pastorais, organismos e Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Durante três dias, os mais de 80 participantes discutiram importantes temas sociais do Brasil, estudaram documentos da CNBB e avaliaram os trabalhos e a identidade das Pastorais Sociais.

Na manhã de hoje houve alguns comunicados sobre Sustentabilidade e Mobilização de Recursos e trabalho escravo, além de uma análise de conjuntura. Durante todo o evento os participantes puderam estudar temas sociais priorizados pelas Pastorais e Organismos.

Para o bispo de Franca (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB, dom Pedro Luiz Stringhini, o encontro nacional é um momento singular de fortalecimento da fé, troca de experiências e reflexões sobre a conjuntura e as carências sociais do Brasil(...)
“Aqui nos encontramos para fortalecer os ideais, na fé e na espiritualidade. É um momento forte de celebração, troca de experiências, oração, e, sobretudo, de unidade”.

A reunião de todas as pastorais, ainda segundo dom Pedro, é uma forma de avaliar a caminhada social do país e perceber a importância de continuar o trabalho junto aos pobres e desfavorecidos. “Cada uma das Pastorais Sociais trabalham com uma situação limite da sociedade; e é ao encontro dessas situações que a Igreja se faz presente através das pastorais e organismos. Ao refletirmos sobre as carências é que percebemos a importância de levar adiante o trabalho que desempenhamos a vários e longos anos”, destacou.

“É um encontro para as Pastorais Sociais fortalecerem sua identidade e complementaridade. No Encontro Nacional nós sentamos e percebemos o grande leque de desafios sociais que a Igreja tem de vencer através das pastorais sociais, presente e prestando o seu serviço muito válido”. Foi o que disse o membro da Comissão Episcopal para a Caridade, Justiça e Paz e bispo de Jales (SP), dom Luiz Demétrio Valentini. Ele avalia o encontro como indispensável para a reflexão sobre o desenvolvimento do trabalho das Pastorais Sociais. “O encontro é indispensável para traçarmos pistas de ação e percebermos as prioridades, a validade de escolhas feitas, a necessidade de reflexão e de busca para entendermos a complexidade da realidade e seus desafios”.

Espiritualidade e Motivação

A assessora da Comissão, irmã Delci Franzen, aponta a espiritualidade como o aspecto mais forte do evento. “A espiritualidade foi o aspecto mais forte desses três dias de encontro. Falo da presença de Deus que perpassa as lutas, os sentimentos, a convivência. Juntos, nós sentimos o grande desafio de caminhar em relação às lutas das Pastorais Sociais, das iniciativas, das práticas das Pastorais, no sentido de perceber que é o reino de Deus acontecendo”.

Irma Delci destaca também que a motivação é o elemento impulsionador para as Pastorais Sociais continuarem na defesa dos mais pobres. “Termina o encontro é nós saímos daqui muito motivados e com a certeza de que há um longo caminho pela frente. Concluímos com a proposição de fazermos uma memória das Pastorais Sociais no Brasil para que todos possam tomar conhecimento das práticas das Pastorais Sociais, que são as práticas da solicitude da Igreja com os pobres nesse imenso Brasil”, afirmou.

Testemunho

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), pai do advogado Pedro Yamaguchi Ferreira, que morreu afogado no Rio Negro, no Amazonas, no dia 1º de junho, esteve no último dia do Encontro Nacional das Pastorais Sociais, Organismos e Regionais da CNBB. Por alguns minutos ele relatou a atuação do filho na Pastoral Carcerária e seu empenho por um país melhor. “Posso dizer que ele viveu 100 anos em 27. Ele viveu intensamente e o trabalho que vocês fazem pelo Brasil é o trabalho que ele fez. A história das Pastorais Sociais é também a história dele”, contou emocionado.

Teixeira em nenhum momento mostrou tristeza pela perda do filho. Durante sua fala ele destacou ainda sua felicidade em saber que Pedro trabalhava pelas causas sociais e que estava feliz por ajudar as pessoas desfavorecidas. “O que mais me alivia e me alegra é saber que ele estava feliz no Amazonas. Ele ajudava muitas pessoas através do seu trabalho e tudo era anotado em seu diário. Tanto o que melhorava como o que ainda estava por fazer. É preciso ressaltar que as Pastorais Sociais conseguem chegar aos lugares que só elas conseguem alcançar”.

FONTE: CNBB

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