Era uma vez um padre que chegou carregado nos ombros de uma paróquia semeada no alto da serra. O coração desse padre, acostumado com o frio e as brumas da Ibiapaba, hesitava ao receber a brisa do mar na embocadura do rio Camocim. É como se a paróquia de Tianguá não quisesse entregar seu querido pastor. Nós, camocinenses, presenciamos essa troca de vigário. Nós estávamos presentes e nos lembramos como hoje daquela noite, nesta mesma igreja. No momento, nós nos perguntávamos: se ele veio trazido por uma caravana tão numerosa e tão ardente, é porque se trata mesmo de um presente do Céu. Será que poderemos oferecer uma acolhida igual, aqui na velha igreja do Bom Jesus dos Navegantes?Hoje, compreendemos a preciosidade do presente, pois ouvimos os elogios de todas as bocas em Camocim e lemos isso no semblante dos que estão aqui em volta deste altar.
No dia em que festejamos o vigário tão santo da paroquiazinha de Ars, na França, João Batista Maria Vianney, nós enaltecemos as virtudes do vigário de Camocim, Padre Francisco Evaldo Carvalho Carneiro, celebrando seus 18 anos de padre. Do mesmo jeito, como as pessoas, de todos os cantos, afluíam para a igrejinha de Ars, para ouvir o sermão que fascinava, nós nos extasiamos com a singeleza com que o evangelho é exposto nesta igreja, numa linguagem franca e simples como é o falar do povo. Não sabemos qual é a virtude maior do semeador, se a humildade ou o ardor com que ele apregoa a verdade.
Sim, Padre Evaldo, é uma honra tê-lo como vigário e não o entregaremos com facilidade a outra paróquia.
O nosso abraço!
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