REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Lc 1, 39-56 - ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

DISTINÇÃO ENTRE OS DOIS TERMOS: "ASCENSÃO" E "ASSUNÇÃO"

"Ascensão" significa "subida ao céu com as forças próprias", com poder próprio. Então, "ascensão" nós temos a de Jesus.
"Assunção" é ao ato de ser levado para cima por força de outrem, pelo poder de outrem, como aconteceu, por exemplo, com Henoc, que conforme a Bíblia (Gn 5, 24), "desapareceu, pois Deus o arrebatou". Temos também a assunção de Elias, que foi levado por Javé num carro puxado por cavalos de fogo durante um vendaval. E, agora, temos a assunção de Maria, que foi levada ao céu pelos poderes de Deus(...)

O FATO HISTÓRICO DA "ASSUNÇÃO DE MARIA"

A crença de que Maria fora levada ao céu de corpo e alma e que não sofrera a corrupção do túmulo é antiquíssima na Igreja. Temos menção dela com o teólogo Nicolau Cabasilas por volta de mil, trezentos e tanto (Vide Frei Clarêncio Neotti, in Ministério da Palavra, fl. 214). Só que o termo usado por ele é "dormição" de Nossa Senhora, em vez de "assunção" de Nossa Senhora. Mas o dogma só foi proclamado em 1º de novembro, dia de Todos os Santos, do ano de 1950, por Pio XII. O dogma diz que Maria foi elevada (assumida) ao céu pelos poderes de Deus.

A ASSUNÇÃO DE MARIA É BASEADA EM QUÊ?

- Na "Maternidade Divina". O ilustre biblista Frei Clarêncio Neotti diz no seu livro "Ministério da Palavra - ano C - pag. 215", diz que "O Filho de Deus tomou carne da sua carne (de Maria)". Ora, não devia sofrer a corrupção um corpo que guardou por nove meses Jesus Cristo, Deus e homem. Logo, não é concebível que o corpo de Maria tenha sofrido a corrupção do túmulo.
Também nós sabemos que "a morte" é consequência do pecado original, esse com que todos nós nascemos. Logo, Maria não tinha que passar por essa consequência: a morte.

"MATERNIDADE DIVINA" DE MARIA, ARGUMENTO PRINCIPAL DA "ASSUNÇÃO" DE NOSSA SENHORA

A sua maternidade divina está hoje no centro do evangelho deste domingo. "Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito exclamou: "...Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?"
Vemos nesse evangelho, expressivamante alardeada, a grandeza daquela que foi sacrário do Deus Menino por nove meses. A presença de Deus faz João Batista pular de alegria no ventre de Isabel e fez o Espírito Santo descer sobre ela, sinal de que Maria não fora atingida pela mácula original. Sua maternidade divina fez poderosa sua intercessão, por exemplo, nas bodas de Caná. Faltou vinho no meio da festa. Seria uma decepção imensa para os noivos se o fato se consumasse. Maria, compassiva, foi ao seu filho e, com a maneira sutil que sabem ter as mulheres, expôs-lhe o problema. Apesar de não estar nos planos divinos o início da sua vida pública e dos milagres, Jesus lhe satisfez de maneira extraordinária e plena.

REFLEXÃO:

A imagem de Nossa Senhora deve avultar sempre no meio da nossa vida espiritual como uma grande advogada e intercessora. Será bom contar com a sua presença humilde mas poderosa nos momentos inesperados da nossa vida.

FRANCISCO VALMIR ROCHA