Hoje a Igreja celebra a memória desta mulher que teve um grande encontro em sua vida. O seu grande amor por Jesus a transformou em uma verdadeira discípula e anunciadora do maior mistério cristão: "A Ressurreição do Senhor". Maria Madalena não viveu contando as mágoas de sua experiência dolorosa de vida, mas agarrou a oportunidade dada por Jesus de escrever o capítulo mais fantástico da história da humanidade: A capacidade do Amor de vencer a morte e o ódio para triunfar a vida. Disse ela aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20,18). Trago para vocês um texto lindo sobre essa mulher extraordinária:Maria Madalena, tendo ido ao sepulcro, não encontrou o corpo do Senhor, julgando que fora roubado, foi avisar aos discípulos. Estes vieram também ao sepulcro, viram e acreditaram no que a mulher lhes dissera. Sobre eles está escrito logo em seguida: Os discípulos voltaram então para casa (Jo 20, 10). E depois acrescenta-se: Entretanto, Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando (Jo 20,11)(...)
Este fato leva-nos a considerar quão forte era o amor que inflamava o espírito desta mulher, que não se afastava do túmulo do Senhor, mesmo depois de os discípulos terem ido embora. Procurava a quem não encontrara, chorava enquanto buscava e, abrasada no fogo do seu amor, sentia a ardente saudade daquele que julgava ter sido roubado. Por isso, só ela o viu então, porque só ela o ficou procurando. Na verdade, a eficácia das boas obras está na perseverança, como afirma também a voz da Verdade: Quem perseverar até o fim, esse será salvo. (Mt 10, 22).
Ela começou a procurar e não encontrou nada; continuou a procurar, e conseguiu encontrar. Os desejos foram aumentando com a espera, e fizeram com que chegasse a encontrar. Pois os desejos santos crescem com a demora; mas se diminuem com o adiamento, não são desejos autênticos. Quem experimentou esse amor ardente, pôde alcançar a verdade. Por isso afirmou Davi: Minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus? (Sl 41,3). Também a Igreja diz no Cântico dos Cânticos: Estou ferida de amor (Ct 5,8). E ainda: Minha alma desfalece (cf. Ct 5,6).
Mulher por que choras? A quem procuras? (Jo 20,15). É interrogada sobre o motivo de sua dor, para que aumente o seu desejo e, mencionando o nome de quem procurava, se inflame ainda mais o seu amor por ele.
Então Jesus lhe disse: Maria (Jo 21,16). Depois de tê-la tratado pelo nome comum de mulher sem que ela o tenha reconhecido, chama-a pelo próprio nome. Foi como se dissesse abertamente: Reconhece aquele por quem és reconhecida. Não é entre outros, de maneira geral, que te conheço, mas especialmente a ti. Maria chamada pelo próprio nome, reconhece quem lhe falou; e imediatamente exclama: Rabuni, que quer dizer Mestre (Jo 20,16). Era ele a quem Maria Madalena procurava exteriormente; entretanto, era ele que impelia interiormente a procurá-lo.
Das Homilias sobre os evangelhos, de São Gregório Magno, papa.
(Hom. 25,1-2.4-5; PL 76, 1189-1193) (Séc. VI)
Ela encontrou em um Homem o Amor e o Perdão que todos negaram.
Senhor ressuscitado dai-me um amor ardente como o de Maria, que mesmo as sombras da morte, nas noites escuras não desistiu de te procurar, mesmo abatida pelo fracasso da dor e da derrota não apagou a chama da esperança de encontrar novamente Àquele que lhe dava razão de viver. Esse amor que ela trazia em seu coração inflamava ainda mais quanto esperava e eu, que não tenho paciência de esperar por nada nem ninguém nesta vida. E quando o Senhor chega e a chama pelo nome, ela explode de alegria, pois encontrou o Amor que procurava. Inflama Senhor o meu coração com o fogo do vosso amor, tira todo desespero, dúvida e mágoas que trago comigo das experiências de morte que eu tive em minha vida. Ascende a esperança de encontrar contigo a verdadeira felicidade. Obrigado, pois sei que o Senhor, como Maria Madalena me conhece pelo nome.


Nenhum comentário :
Postar um comentário