MARIA NÃO TEVE OUTROS FILHOS ALÉM DE JESUS


As passagens bíblicas que geralmente provocam muitos equívocos de interpretação são: Mt 13, 55 e Mc 6, 3. Nelas, encontramos a expressão: "irmãos de Jesus". Todavia, precisamos entender que, a língua aramaica, falada por Jesus, é bastante limitada de sinônimos e termos para designar diferentes graus de parentesco(...) A expressão "irmãos" é um desses exemplos. Na sagrada escritura, essa palavra designa primos, parentes e até discípulos. Quando os evangelhos foram escritos em grego, certos hebraísmos, ou seja, certas expressões típicas da língua hebraica, continuaram a ser utilizadas. Ex: Abraão era tio de Lot e chamava-o de irmão (cf. Gn 12, 4-5 e Gn 13, 8).
Parte I: Textos que Comprovam que Jesus era Filho Único
1. A Bíblia só chama a Jesus de Filho de Maria
Em nenhuma passagem da Bíblia, ninguém é chamado de "filho de Maria", a não ser Jesus. E, ainda, de ninguém Maria é chamada "Mãe", a não ser de Jesus. Em Mc 6,3 é dito: "o filho de Maria" (com artigo, dando idéia de unicidade). A expressão grega implica que Ele era seu único filho. O Evangelho nunca diz "a mãe de Jesus com seus filhos", embora isso fosse natural, especialmente em Mc 3,31 e At 1,14, se ela tivesse outros filhos.
2. Maria fez Voto de Virgindade
Em Lc 1,34 Maria pergunta: "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?".
A pergunta que Maria fez seria inadimissível em uma jovem desposada no momento em que lhe anunciavam o nascimento de um filho futuro. Esta pergunta só tem sentido se considerarmos que ela fizera voto de virgindade, uma vez que, embora estivesse desposada, ela afirma: "eu não conheço varão". O anjo, porém, não a libera do voto, mas diz que se tratará de uma conceição milagrosa. O voto de virgindade feito por Maria é também insinuado num apócrifo: o Protoevangelho de Tiago (120 dC).
3. Jesus Entregou Maria ao Discípulo João
Era costume judeu que os filhos cuidassem da mãe. Ao morrer o irmão mais velho, caberia aos demais filhos o cuidado da mãe. Porém, Jesus pede que o discípulo João, membro de outra família, cuidasse de sua mãe (Jo 19,26-27). Não haveria necessidade de tal preocupação e tal atitude seria inadmissível se Jesus tivesse outros irmãos.
4. Aos 12 Anos, não há Indícios de Irmãos na Festa da Páscoa
Quando Jesus foi a festa da Páscoa em Jerusalém, com a idade de 12 anos (Lc 2,41-51), não se menciona a existência de outros filhos, embora toda a família tivesse peregrinado junto durante uns 15 dias. Ora, Maria e José não poderiam ter deixado em casa, por tanto tempo, filhos tão pequenos.
5. O Testemunho da Sagrada Tradição
A Sagrada Tradição da Igreja sempre ensinou a Virgindade perpétua da mãe de Nosso Senhor. Eis alguns testemunhos dos primórdios do cristianismo:
Santo Inácio de Antioquia ( Século I ): "E permaneceram ocultos ao príncipe desse mundo a virgindade de Maria e seu parto, bem como a morte do Senhor: três mistérios de clamor, realizados no silêncio de Deus" (Carta aos Efésios, PG. V, 644 ss.)
Santo Irineu (130 a 203 dC): "Era justo e necessário que Adão fosse restaurado em Cristo, e que Eva fosse restaurada em Maria, a fim de que uma virgem feita advogada de uma virgem, apagasse e abolisse por sua obediência virginal a desobediência de uma virgem". (Contra as Heresias)
Santo Atanásio (295 a 386 dC): "Jesus tomou carne da SEMPRE virgem Maria".
Dídimo (386 dC): "Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima de todas as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais foi Mãe de qualquer outro filho; mas, mesmo após o nascimento do seu filho [único], ela permaneceu sempre e para sempre uma virgem imaculada". ("A Trindade 3,4")
São Jerônimo (340-420 dC): "Cristo virgem e Maria virgem consagraram os princípios da virgindade em ambos os sexos".
Santo Agostinho (354 a 430 dC): "Então, o Senhor tem irmãos? Será que Maria teve ainda outros filhos? Não! De modo algum! (...) Qual é, pois, a razão de ser da expressão "irmãos do Senhor"? Irmãos do Senhor eram os parentes de Maria". (Comentário do Evangelho de São João, X, 2)
Santo Agostinho: "Concebeu-O [a Cristo Jesus] sem concupiscência, uma Virgem; como Virgem deu-lhe à luz, Virgem permaneceu". (Sermão sobre a Ressurreição de Cristo, segundo São Marcos, PL XXXVIII, 1104-1107)
6. A Fé dos Reformadores Protestantes
Martinho Lutero:
Sobre Mt 1,25: "Destas palavras não se pode concluir que após o parto, Maria tenha tido consórcio conjugal. Não se deve crer nem dizer isso." (Obras de Lutero Ed. Weimar, Tomo 11, p.323)
No fim de sua Vida: "Virgem antes, no, e depois do parto, que está grávida e dá a luz. Este artigo da fé é milagre divino." (Sermão Natal 1540: WA 49,182)
João Calvino:
"Jesus é dito primogênito unicamente para que saibamos que Ele nasceu da Virgem" (CO 45,645)"
Certas pessoas têm desejado sugerir desta passagem [Mt 1,25] que a Virgem Maria teve outros filhos além do Filho de Deus, e que José teve relacionamento íntimo com ela depois. Mas que estupidez! O escritor do evangelho não desejava registrar o que poderia acontecer mais tarde; ele simplesmente queria deixar bem clara a obediência de José e também desejava mostrar que José tinha sido bom e verdadeiramente acreditava que Deus enviara seu anjo a Maria. Portanto, ele jamais teve relações com Maria, mas somente compartilhou de sua companhia... Além disso, N.Sr. Jesus Cristo é chamado o primogênito. Isto não é porque teria que haver um segundo ou terceiro [filho], mas porque o escritor do Evangelho está se referindo à precedência. Assim, a Escritura está falando sobre a titularidade do primogênito e não sobre a questão de ter havido qualquer segundo [filho]" (Sermão sobre Mateus, 1562).
Zwínglio:
"Creio firmemente que, segundo o Evangelho, Maria, como Virgem pura, gerou o Filho de Deus e no parto e após o parto permaneceu para sempre Virgem pura e íntegra." (Zvínglio Opera 1,424)
"Os irmãos do Senhor eram os amigos do Senhor" (ZO 1,401)

FONTE: http://www.veritatis.com.br/article/4852

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