REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Jo 18,33b-37 - FESTA DE CRISTO REI - ANO B

COM A FESTA DE “CRISTO REI”, CELEBRAMOS O FIM DO ANO LITÚRGICO DE 2012 E O DIA NACIONAL DOS CRISTÃOS LEIGOS E LEIGAS

-FESTA DE CRISTO REI – Bem acertada é a colocação da festa de Cristo Rei no último dia do ano litúrgico. A Ele, o nosso REI, é que devemos dedicar, num imenso ofertório, todas as nossas lutas do ano inteiro...

-NOTAS PARA A COMPREENSÃO DO TEXTO:

-PÔNCIO PILATOS - Ele era o Procurador Romano no período do ano de 26 a 36 da Era Cristã, era o representante do Imperador de Roma na Judeia, região da Palestina, submissa a Roma.

Ele foi o juiz no processo de Jesus. Nesse processo, o sinédrio “pronunciou” a condenação, isto é, declarou a condenação, e Pilatos “ratificou-a”, a saber, confirmou-a. Mas confirmou-a de maneira sorrateira, covarde (“lavou as mãos”). Por isso, é que ele entrou no Credo (“Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos”) e ficou afamado na expressão popular: “entrou no negócio como Pilatos entrou no Credo.”

Ele não se dava bem com os judeus. Uma vez, ele mandou fazer um aqueduto (encanamento d'água na cidade) usando o tesouro do templo. Nas questões com o povo judeu, em vez da diplomacia, recorria à violência.

-“Pilatos disse a Jesus: ‘Então tu és rei?’ Jesus respondeu: ‘Tu o dizes: eu sou rei.’”

Jesus é rei e ele o confirmou diante de Pilatos. Mas ele conquista os seus súditos de uma maneira bem diferente. Das histórias dos reis nós já sabemos. Eles conseguem dominar o povo com a força dos seus exércitos. E nós sabemos que reinados maiores tiveram aqueles que exércitos maiores possuíram, como Alexandre Magno, Napoleão e o Império Romano. “O diálogo de Jesus com Pilatos é dos mais ricos da história da humanidade. Frente a frente, dois impérios: um que usava o poder da opressão e matava ao menor movimento de desobediência; o outro, com o poder do lava-pés.” (Carlos Signorelli na coluna-laranja de “O Domingo” de 25.11.2012). Jesus conquista os seus súditos com o poder do amor.

-“O meu reino não é deste mundo.”

Essa passagem tem sido interpretada erroneamente principalmente pelo nosso povo. Jesus não quis dizer, por essa passagem, que o seu reinado começava nos limites do Paraíso Celestial, porque ele disse, várias vezes, que o seu Reino já estava entre nós. Jesus quis dizer que o seu Reino diverge dos reinos da terra, que os valores que norteiam a vida no seu Reino não são os valores que prevalecem nos reinos dos poderosos. Por isso é que Ele não precisava de guardas. No Reino de Deus, as operações de guerra se concentram nos serviços ao próximo. Ele mostrou uma dessas operações na véspera da sua morte, quando pegou uma toalha e lavou os pés dos seus discípulos.

-REFLEXÕES:

-M I L I T Â N C I A – A palavra “militância” vem da palavra latina “milites”, que significa “soldado”. A palavra, por inteiro, significa “agir como soldado”. Tradicionalmente, os soldados eram recrutados para defender o rei e tinham que ter a coragem de morrer por ele. Assim, nós temos que ter o denodo do soldado para levantar, com galhardia, a bandeira de Cristo. Essa paixão por Cristo deve não só se manifestar no calor das vibrações religiosas das missas de fim de semana, mas principalmente se transformar em exemplos, ações, testemunhos durante a semana seguinte em casa, no ambiente de trabalho e no tratamento aos que estão à míngua, aos doentes, aos marginalizados. Vejam abaixo:

-Exemplos de militância:

 -Os Ministros da Eucaristia, que, debaixo de sol, quase sempre a pé, vão levar a comunhão aos enfermos da cidade.

- O trabalho do Conselho Nacional do Laicato do Brasil com seus inúmeros conselhos diocesanos em todos os regionais deste país na conscientização dos cristãos leigos e leigas acerca de seu papel e sua missão na Igreja e na sociedade.

-Há pessoas honestas em nossa paróquia, que, por iniciativa própria, estão atentas aos que vivem à míngua ou muito doentes e exercem um serviço de ajuda estendendo a mão aos amigos e levando até eles o que foi angariado.

Por Francisco Valmir Rocha - Animação Bíblica de Camocim/CE