REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Mc 9, 30-37 - 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

-NOTAS PARA A COMPREENSÃO DO TEXTO:

  -O que é ser “discípulo” e qual a diferença entre “discípulo” e “apóstolo”?
(Baseando-nos no livro “Ministério da Palavra” – Ano B – pag.191 de Frei Clarêncio Neotti OFM).
-“DISCÍPULO” é alguém que recebe instrução de um “Mestre” ou que adere a uma doutrina “pautando seu comportamento de acordo com ela.” Platão, filósofo grego, teve discípulos; os fariseus tiveram discípulos, João Batista teve discípulos...
Nos evangelhos, a afinidade entre o discípulo e Cristo é maior. O discípulo alinha sua vida à maneira de viver do Mestre, é capaz de sofrer por Ele e levar a sua cruz. Os discípulos eram de número variável e ele foi crescendo à medida que o tempo passava.
-“APÓSTOLOS” eram os discípulos que seguiam Jesus dia e noite. Ao iniciar a sua vida pública, os apóstolos tornaram-se como que a família de Jesus, tanto que foi com eles que quis comer a Ceia Pascal, que era um ritual familiar. O número dos apóstolos era de 12. Ele não queria que ninguém soubesse disso, pois estava ensinando aos seus discípulos.”
-“Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, pois estava ensinando aos seus discípulos.”
  “ELE NÃO QUERIA QUE NINGUÉM SOUBESSE DISSO...”
Por que Jesus, que tanto estava envolvido com as multidões, pois as via como ovelhas sem pastor, quis se retrair delas desta vez, quando atravessava a Galileia?
 
-Jesus notou que os seus discípulos, com Pedro à frente, estavam enganados com o tipo de Messias que era Ele. Eles o viam como um Messias glorioso que vinha resgatar Israel. Os filhos de Zebedeu pleiteavam declaradamente, como se fosse a coisa mais natural do mundo, os lugares de honra do seu reinado futuro. Por causa dessa visão destorcida, eles refugavam como algo inaceitável e incoerente, as humilhações da Paixão. Pedro, ao ouvi-las da própria boca do Mestre, não se conteve e reagiu impensadamente para Jesus tirar as ideias absurdas que estavam povoando a cabeça dele. Ao dizer-lhes que o Filho do Homem ia ser entregue nas mãos dos homens, os discípulos também não compreenderam por absurdas as palavras do Mestre e ficaram até com medo de tocar no assunto. Como a Paixão se aproximava, Jesus procurou nortear a mentalidade deles. Por isso precisava estar a sós com eles, longe das multidões.
-OUTRA IDEIA QUE JESUS PRECISAVA TIRAR DA CABEÇA DOS DISCÍPULOS ERA A IDEIA DE GRANDOR.

Os filhos de Zebedeu queriam as primeiras cadeiras ao lado do Rei.

No caminho, diz o evangelho de hoje, de maneira dissimulada e aos cochichos, os discípulos discutiam quem era o mais importante entre eles.
Então, Jesus pegou uma criança, que, com certeza, estava largada lá para trás, pois os adultos tomavam-lhe a frente, abraçando-a para valorizá-la, apresentou-a como um exemplo a seguir, focalizando o espírito de dependência do pai e a ausência completa de luta pelos primeiros lugares.
 
-REFLEXÕES:

O que Jesus é para você, que espécie de Messias Ele é?

-A resposta bem resumida é: “ELE É UM MESSIAS SERVIDOR.”
-A imagem de um lance de sua vida terrena para você guardar indelevelmente na memória é aquela da última ceia : Ele, com uma toalha cingida à cintura, lavando os pés dos discípulos.

-Se você perguntasse hoje a Ele como queria que você praticasse a sua religião ou como devia levar a sua vida, com certeza, Ele diria que largasse essa sede incontida pelos primeiros lugares desenfreadamente e, em vez disso, adquirisse a sede de servir aos outros. Aqui apresentamos o trecho antológico (genial) de Frei Clarêncio Neotti OFM (livro “Ministério da Palavra” – Ano B – pag. 191): “Procuram-se sempre a vantagem, o aparecer, o impor-se, escolhem-se os primeiros lugares e o estar com gente importante. Essa mania está no sangue humano. Há psicólogos que afirmam que o ser humano parece viver com fortes saudades de um paraíso, e sente-se infeliz enquanto não tiver um comando, nem que seja um cachorro fiel ou um gato obediente.”
-Por maior que seja a sua posição na sociedade, você não pode apresentar o seu título para se eximir (se desculpar) de servir aos outros. Tomemos o exemplo do chefe de família em sua casa. Ele não pode considerar-se o rei e os outros (a mulher e as crianças) como súditos (à moda antiga). Se você está mais próximo da porta da rua e tocam a sirene, em nada o diminui atender à porta.
-O exemplo a seguir é Tereza de Calcutá. Mas, se achar esse modelo muito distante e estrangeiro, tome o exemplo da nossa Irmã Dulce, da Bahia.
 
 Por Francisco Valmir Rocha - Animação Bíblica de Camocim/CE

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