-NOTAS PARA A COMPREENSÃO DO TEXTO:-“ASCENSÃO” é diferente de “ASSUNÇÃO” na escrita e no significado.
-“ASCENSÃO” é o ato de “subir” por força própria, por poder próprio
-“ASSUNÇÃO” é o ato de ser levado por força de outrem, como aconteceu, por exemplo, com Elias, que foi levado ao céu por Javé num carro puxado por cavalos de fogo(...)
-A “ascensão” aconteceu com Cristo.
-A “assunção” aconteceu com Henoc, Elias e Maria.
-A ASCENSÃO: Para mostrar o tema da liturgia de hoje, nada mais indicado do que citar os versículos “19-20” do Evangelho de São Mateus, palavras que dizem mais sobre a difusão da Igreja, partindo dos primeiros discípulos até hoje, palavras ditas por Cristo no momento exato de subir ao céu:
“IDE, PORTANTO, E FAZEI QUE TODAS AS NAÇÕES SE TORNEM DISCÍPULOS. E EIS QUE EU ESTOU CONVOSCO TODOS OS DIAS ATÉ A CONSUMAÇÃO DOS SÉCULOS.”
A subida gloriosa de Jesus na ascensão não pode ser vista como uma cena carregada de emoções e de saudades nem pode ser encarada como o extremo de uma carreira, como um ponto final, mas Cristo inicia “um novo modo de estar entre nós.”
O que roubou a cena no momento preciso da ascensão foi o episódio dos dois homens vestidos de branco (Atos dos Apóstolos), que disseram para os discípulos, que ainda olhavam para o céu: “Homens da Galileia, por que estai aí a olhar para o céu?” É que o momento da partida já tinha sido dado pelo Mestre. Não cabiam, portanto, emoções e saudades. Não havia tempo a perder. A descrição da luta para evangelizar está nos Atos dos Apóstolos. Com a força do Espírito Santo, ainda em Jerusalém, Pedro, “de pé”, falou às multidões, dessa vez sem medo dos chefes dos judeus, sacerdotes e anciãos. Estêvão foi o primeiro mártir. Depois, entrou na luta São Paulo e com a mesma energia com que perseguia os primeiros cristãos lutou na causa da expansão do Reino. Chegou a naufragar perto da ilha de Malta, a caminho de Roma. E Cristo estava com eles, porque os milagres tornavam fecundas as palavras missionárias dos apóstolos e discípulos. E eles passaram a ser extensões do próprio Cristo. Seus pés passaram a substituir os pés empoeirados do Mestre. A boca passou a ser a boca de Jesus semeando a Palavra. Os braços passaram a ser prolongamentos dos braços de Cristo, abençoando, gesticulando na ânsia incontida da pregação. É o que diz São Paulo em 1Cor 12,27: “Ora, vós sois o corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte.” Assim, as nações foram catequizadas a duras penas, utilizando-se os transportes parcos daqueles tempos, quase que só a navegação.
Mas a missão confiada aos discípulos nos últimos momentos de Cristo subir ao céu foi catequizar todas as nações. Mas, e as nações que só vieram a ser conhecidas depois, como as Américas? Para essas nós é que fomos enviados. Nós é que estávamos na mente de Jesus. E não temos como esmorecer, porque ficaram para nós chances infinitamente superiores às dos primeiros missionários. Nós temos, por exemplo, a INTERNET e, assim, a abordagem evangélica pode ser feita não só por um punhado de intrépidos discípulos em frágeis embarcações, mas por cada um de nós com as facilidades de hoje. O Pe. Valdir José de Castro, na coluna-laranja de O Domingo de 16.05.2010, diz: “O papa pediu que os sacerdotes não percam a oportunidade de usar as novidades da tecnologia da comunicação, de modo especial a INTERNET, para reunir o povo de Deus e tornar Cristo vivo e atual em nossa realidade.” Nós mesmos, em nossa diocese, temos o este blogue dos leigos e leigas, que é atualizado constantemente e, através do qual estamos falando a todos vocês neste momento. Por isso, o dia do envio missionário (dia da Ascensão) foi também escolhido como o “Dia Mundial das Comunicações”. Hoje, “o compromisso com a evangelização é também de todos os cristãos. Com base em sua experiência do Ressuscitado, cada um é convidado a levar a Boa Notícia ao continente digital”, diz a mesma coluna-laranja do jornal "O Domingo" de 16.05.2010.
-REFLEXÕES:
-Será que estamos possuídos daquela ânsia do Mestre de pregar o Reino, ele que de tão cansado chegava a dormir no fundo da embarcação? Ou será que nos deixamos ficar dentro de casa, de portas fechadas, como os discípulos após o choque traumático da paixão e morte de Jesus?
-Pela ascensão, em vez de se afastar, Cristo passou a se fazer presente, embora de maneira invisível, no meio de todos os que se fazem testemunhas dele.
-O que faria São Paulo com os recursos de comunicação de hoje?
Por Francisco Valmir Rocha - membro da Pastoral Bíblica de Camocim/CE


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