Pe. Zezinho, na qual tenho uma grande admiração, contou certa vez essa intrigante parábola:
"Um ateu morreu e foi a julgamento. O ACUSADOR o queria no inferno porque ele passara a vida negando a existência de Deus. A DEFESA dizia que embora ele negasse que Deus existe, nunca desrespeitou quem acreditava em Deus(...)
Conversa vai,debate vem, prós e contras analisados, o júri celestial achou que ele merecia ir para o céu. Um dos jurados leu Mt 7 15-27 e 25,31-46. Pelos frutos podia-se ver que ele fora uma árvore boa e fizera a vontade do Senhor. E mais: ajudara a família, os vizinhos, os pobres e fora amigo fiel. Não guardava rancor e não admitia que se falasse mal de quem quer que fosse na sua presença. Sim, ele podia entrar no céu, mesmo sem batismo ou sem ter tido fé.
Deus, então, se manifestou e o acolheu no seu seio infinito. Ainda atordoado, o ateu perguntou: "O senhor é o Deus que todo mundo anunciava?". Deus disse que era Deus de sempre, não necessariamente o anunciado pela maioria dos pregadores. E afirmou o ateu: "Se me tivessem anunciado quem estou vendo agora, eu teria acreditado. O Senhor é muito mais do que tudo o que diziam a seu respeito. E é bem menos complicado, embora eu veja que há uma profundidade gigantesca na simplicidade do Senhor."
E Deus lhe disse:"É por isso que você está aqui comigo. Você conseguiu ser simples e buscar a simplicidade, sem simplificar tudo. BUSCOU O ESSENCIAL. Não me achou, mas viu beleza em tudo, sobretudo no ser humano, de quem você foi um ardente defensor".
Olhando para Jesus, que estava no seio de Deus, o ateu se encantou e disse: "Espero que agora nos conheçamos melhor". Jesus retrucou: "Eu já o conheço! Lembra daqueles dois violentos que você deu um jeito de tirar da rua e pagar seus estudos sem ninguém saber?"
Levado para o meio dos santos, chegou todo envergonhado por ter negado que Deus existia, mas estes vieram ao seu encontro cheios de festa. "João XXIII? João Paulo II? Dom Hélder? Madre Teresa? Mahatma Gandhi? Luther King? Francisco de Assis? EU no meio de vocês?" Francisco resumiu tudo: "SUA GRAÇA NÃO FOI A DE CRER EM DEUS, MAS A DE APOSTAR NA OBRA DELE...BEM-VINDO! VOCÊ FOI SANTO!".
O que é mesmo essencial em nossa espiritualidade cristã? Constantemente nos prendemos aos aspectos acidentais de nossa fé, costumamos "privatizar Deus" e nos achamos detentores de sua luz e sabedoria, somos rápidos para julgar e lentos para a compaixão. Que hipocrisia! Orgulhosos demais para curvar as nossas cabeças diante da sapiência dos fracos deste mundo.
Certa vez, Leonardo Boff, grande expoente da teologia, fez a seguinte pergunta ao monge budista Dalai-Lama:
"Santidade, qual é a melhor religião?
Esperava que ele dissesse: “É o Budismo tibetano”, ou “São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo”.
O Dalai-Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos – o que me desconcertou um pouco, porque eu sabia da malícia contida na pergunta – e afirmou:
- A melhor religião é aquela que te faz melhor.
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
- O que me faz melhor?
E ele respondeu:
- Aquilo que te faz mais compassivo (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião."
Um novo ano é sempre um recomeçar. Ruminemos esta ideia e reconceituemos o nosso cristianismo.
"Um ateu morreu e foi a julgamento. O ACUSADOR o queria no inferno porque ele passara a vida negando a existência de Deus. A DEFESA dizia que embora ele negasse que Deus existe, nunca desrespeitou quem acreditava em Deus(...)
Conversa vai,debate vem, prós e contras analisados, o júri celestial achou que ele merecia ir para o céu. Um dos jurados leu Mt 7 15-27 e 25,31-46. Pelos frutos podia-se ver que ele fora uma árvore boa e fizera a vontade do Senhor. E mais: ajudara a família, os vizinhos, os pobres e fora amigo fiel. Não guardava rancor e não admitia que se falasse mal de quem quer que fosse na sua presença. Sim, ele podia entrar no céu, mesmo sem batismo ou sem ter tido fé.
Deus, então, se manifestou e o acolheu no seu seio infinito. Ainda atordoado, o ateu perguntou: "O senhor é o Deus que todo mundo anunciava?". Deus disse que era Deus de sempre, não necessariamente o anunciado pela maioria dos pregadores. E afirmou o ateu: "Se me tivessem anunciado quem estou vendo agora, eu teria acreditado. O Senhor é muito mais do que tudo o que diziam a seu respeito. E é bem menos complicado, embora eu veja que há uma profundidade gigantesca na simplicidade do Senhor."
E Deus lhe disse:"É por isso que você está aqui comigo. Você conseguiu ser simples e buscar a simplicidade, sem simplificar tudo. BUSCOU O ESSENCIAL. Não me achou, mas viu beleza em tudo, sobretudo no ser humano, de quem você foi um ardente defensor".
Olhando para Jesus, que estava no seio de Deus, o ateu se encantou e disse: "Espero que agora nos conheçamos melhor". Jesus retrucou: "Eu já o conheço! Lembra daqueles dois violentos que você deu um jeito de tirar da rua e pagar seus estudos sem ninguém saber?"
Levado para o meio dos santos, chegou todo envergonhado por ter negado que Deus existia, mas estes vieram ao seu encontro cheios de festa. "João XXIII? João Paulo II? Dom Hélder? Madre Teresa? Mahatma Gandhi? Luther King? Francisco de Assis? EU no meio de vocês?" Francisco resumiu tudo: "SUA GRAÇA NÃO FOI A DE CRER EM DEUS, MAS A DE APOSTAR NA OBRA DELE...BEM-VINDO! VOCÊ FOI SANTO!".
O que é mesmo essencial em nossa espiritualidade cristã? Constantemente nos prendemos aos aspectos acidentais de nossa fé, costumamos "privatizar Deus" e nos achamos detentores de sua luz e sabedoria, somos rápidos para julgar e lentos para a compaixão. Que hipocrisia! Orgulhosos demais para curvar as nossas cabeças diante da sapiência dos fracos deste mundo.
Certa vez, Leonardo Boff, grande expoente da teologia, fez a seguinte pergunta ao monge budista Dalai-Lama:
"Santidade, qual é a melhor religião?
Esperava que ele dissesse: “É o Budismo tibetano”, ou “São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo”.
O Dalai-Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos – o que me desconcertou um pouco, porque eu sabia da malícia contida na pergunta – e afirmou:
- A melhor religião é aquela que te faz melhor.
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
- O que me faz melhor?
E ele respondeu:
- Aquilo que te faz mais compassivo (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião."
Um novo ano é sempre um recomeçar. Ruminemos esta ideia e reconceituemos o nosso cristianismo.
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