REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Mt 5, 1-12a - FESTA DE TODOS OS SANTOS - ANO A

-Visão que teve João Evangelista (Ap. 7,9): “Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão.”(...)

A Igreja é a mãe dos santos. São João a viu. É uma mulher vestida de sol, tendo na cabeça uma coroa de doze estrelas. O Dragão sempre quis devorar os seus filhos, mas não o conseguiu. Eles são uma multidão infinita vinda de todos os cantos da terra. É o santo do nosso nome, os nossos santos queridos, São Francisco, Santo Antônio, Santa Terezinha, Santa Edwirges, São Galvão etc. E não são só os santos canonizados. São nossos amigos, que não têm imagens sobre os altares, porque só Deus conhece a santidade deles. Vai ser uma surpresa vê-los no céu.

-O EVANGELHO DA FESTA DE “TODOS OS SANTOS” é o das bem-aventuranças, porque elas são os degraus de uma escada rumo ao céu.

-A ESCADA DA SANTIDADE:

-“Bem-aventurados os pobres de espírito” é o degrau de baixo. Nosso coração não pode deixar-se dominar pelas riquezas, senão Deus jamais o ocupará para começar a nos incentivar rumo aos degraus de cima.

-“Bem-aventurados os aflitos”. “Aflitos” são os que aceitam a sua pequenez, levantam as mãos como crianças, pedem socorro ao Pai e, com certeza, serão consolados.

-“Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra.” - Os mansos, por serem mais persistentes que os violentos, é que acabarão conquistando a “terra da paz”, que é como a Terra da Promissão, onde somos convidados a viver. (Veja o livro “ Jesus de Nazaré” de Bento XVI – Pag. 97).

- “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça...”, isto é, bem-aventurados os que tem um desejo intenso de santidade. Na Bíblia, o “homem justo” (São José) era o que cumpria, com todo zelo, a lei de Deus, condição básica da santidade.-

-“Bem-aventurados os misericordiosos” – “misericordiosos” são os que são fáceis de perdoar e condoer-se do outro.

-“Bem-aventurados os puros de coração” – Os “puros de coração” são as pessoas sinceras, transparentes como as crianças.

-A SANTIDADE TEM QUE ENTRAR NA NOSSA VIDA – A impressão que alguns têm de “santidade” faz com que eles não sejam atraídos para ela. Se perguntássemos diante de uma grande multidão quem queria entrar no céu, ouviríamos um murmúrio geral de afirmação. O mesmo não aconteceria se perguntássemos “quem queria ser santo”, por causa da ideia distorcida de “santidade”. Nós confinamos a santidade a um canto sombrio da igreja, em que há uma figura humana estática, fria, geralmente munida com aquilo que a caracterizou em vida. Santo Antônio com o Menino Jesus nos braços. São Francisco com o crucifixo. São José com o cajado florido de lírios. Alguma coisa que nós vemos como inacessível e impossível. Nada contra a veneração das imagens, que nos dão exemplos de vida. Mas nós temos que ver a santidade se fazendo em nossa vida, surpreendê-la na vida das pessoas com quem convivemos, lembrados de que muitas das que já se passaram estão nos esperando no céu. Evitar as frases pejorativas do tipo “Fulano de tal só quer ser santo.” Nós precisamos é repetir com determinação: “Eu quero ser santo, senão não estarei no meio daquela multidão trajando vestes brancas com palmas na mão.”

-LIÇÕES PARA A VIDA:

1- Vivificar o conceito de santidade em nós. Exercitá-la pela ação na vida diária, nas ruas, no mercado, nas esquinas, no lar. Fazê-la acontecer hoje ainda. São Francisco é um exemplo a seguir. Se alguém estiver no chão, vamos encorajá-lo a subir a escada das bem-aventuranças, o caminho ascendente do céu.

2-Há um lembrete imprescindível a ser dito ainda: não podemos ser santos isolados dos outros. Muitos imaginam seus santos como homens em êxtases (de olhos revirados) na capela de um mosteiro. Talvez seja influência de algum filme da Idade Média. Nós estamos no século XXI e o Demônio ruge em redor de nós procurando a quem devorar.

Por Francisco Valmir Rocha - membro da Pastoral Bíblica de Camocim/CE

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