REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Mt 22, 1-14 - ANO A

-NOTAS PARA A COMPREENSÃO DO TEXTO:

-A festa de casamento judeu – Uma festa de casamento judeu era uma festa retumbante que durava até sete dias. Era uma festa muito família e que não chegava aos requintes do luxo e do consumismo. Muito diferente das nossas, portanto. Nelas, comia-se muito, bebia-se vinho, cantava-se, dançava-se e havia um divertimento muito interessante: contar adivinhações(...) Contar adivinhações era também um passatempo de nossos antepassados interioranos quando, numa roda animada, embaixo do alpendre, reuniam-se para contar adivinhações, que começavam sempre assim: “O que é o que é...”

Na noite do primeiro dia do casamento, a noiva era levada festivamente para a casa do noivo, onde se armava o festim. Outra coisa especial a salientar é que mesmo no meio de toda essa animação, as mulheres mantinham-se separadas dos homens.

-INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DO BANQUETE NUPCIAL conforme Dianne Bergant,CSA e Robert J. Karris, OFM no seu livro “Comentário Bíblico”, pag 36.

-O banquete nupcial é o Reino de Deus.

-O Rei é Deus Pai.

-O Filho é Jesus, que resolveu contrair núpcias coma humanidade.

-O primeiro grupo, que foi chamar os convidados para o banquete, foram os profetas do Antigo Testamento, que sofreram tanta indiferença na incumbência de sua missão.

-O segundo grupo constituiu-se de João Batista e Jesus, que, além de frieza, receberam sangrenta hostilidade.

-Os primeiros leitores de Mateus, ao lerem o versículo 7: “O rei ficou indignado e mandou suas tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles.”, viram isso realizado na destruição do templo de Jerusalém pelos romanos no ano 70 d.C.

-A punição daquele que estava no recinto sem a veste nupcial sugere que, para ser aceito no Reino, não é suficiente adentrar o recinto. É preciso agir de acordo com as exigências do Reino. Aplicando a nós hoje, nós que fomos encontrados nas encruzilhadas, é preciso que tenhamos a vivência dos valores evangélicos. Essa é a nossa veste nupcial.

-O CASTIGO DADO AO QUE ESTAVA SEM A VESTE NUPCIAL:

-A veste nupcial é o detalhe que mais atiça a nossa curiosidade nesta parábola. Detalhe que pode deixar a gente intrigado e não compreendê-lo. Pois “os que estudaram a sociedade do tempo de Jesus afirmam que não era necessário roupa especial para participar dos banquetes.” (Veja Pe. José Bortolini no seu livro “Roteiros Homiléticos” – pag. 242). A exigência da veste nupcial sugere que o convidado de Deus a participar da intimidade de sua ceia ostente uma pureza que nós adquirimos ao assumir os princípios evangélicos. Assim, “não basta ser coletor de impostos ou prostituta” para receber a preferência de ser aceito no Reino do Céu (Vide “Comentário Bíblico de Dianne Bergant CSA e Robert J. Karris OFM pag. 37). A predileção de Jesus por eles pode dar-nos a impressão de que basta ser um João ninguém ou uma classe desprezada para entrar e ser aceito no Reino. È preciso que ele também assuma os valores do Reino.

-CONCLUSÕES:

-“Quem acolhe o convite do Reino tem o dever de levar uma vida condizente com sua opção. A severidade com que o indivíduo sem o traje de festa foi tratado serve de alerta.” (Vide livro “Dia a dia nos passos de Jesus” de Jaldemir Vitório SJ – pag. 353).

-É preciso estar atento aos convites do Pai do Céu, mesmo porque o barulho da vida material pode não deixar ouvir a sua voz e eles podem vir quando menos se espera: numa esquina, num encontro com um amigo. Os nossos afazeres, os negócios não podem nos engolfar, por mais atraentes ou fascinantes que sejam.

Por Francisco Valmir Rocha - Membro da Pastoral Bíblica de Camocim/CE

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