REFLEXÃO DOMINICAL - 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Mt 21, 28-32 - ANO A

-NOTAS PARA COMPREENSÃO DO TEXTO:

-OS ANCIÃOS – Eram homens de certa idade, que exerciam autoridade sobre o povo de Israel. O poder de cada um não dependia só da idade. Dependia também da dignidade moral. Por isso, alguns mais jovens tinham mais influência que outros mais velhos. A instituição da realeza ofuscou um pouco o poder deles, mas não a anulou. “Em tempo de guerra, eles chefiavam os seus súditos e, em tempo de paz, exerciam jurisdição.” (Vide Dicionário Enciclopédico da Bíblia – pag. 71)(...)

-HAVIA DUAS CLASSES DE JUDEUS NOS TEMPOS DE CRISTO:

Havia aqueles cuja religião consistia apenas em práticas puramente exteriores. Cumpriam, formalmente, as 366 leis judaicas, incluindo práticas puramente higiênicas como as de lavar os pés ou as mãos nas horas exatas. E paravam por aí, porque achavam que assim já estavam salvos e se chamavam de “os bons”. Constituíam essa primeira classe: os fariseus, os escribas, os sacerdotes , os anciãos.

A segunda classe era a daqueles que não podiam cumprir a lei judaica, porque os horários e as suas profissões eram incompatíveis, ou por outros motivos. Eram os pastores, os pescadores, os publicanos, os doentes (os leprosos), os pobres , as raparigas, os samaritanos. A religião deles consistia mais nas obras interiores do coração, na misericórdia, na solidariedade para com os outros (Por exemplo, aquele samaritano que acudiu aquele judeu assaltado na beira da estrada).

-“NÃO QUERO” – O filho que respondeu “NÃO QUERO” , mas depois resolveu atender ao convite do pai representa a classe dos judeus não formalizados, os não dados a práticas exteriores, mas que primavam pelas obras do coração: os samaritanos, os publicanos, as prostitutas etc.

Os que se perfilaram e, automatimente, responderam “sim, senhor, eu vou” são os da elite judaica, os que cumpriam as 366 leis judaicas mais as práticas puramente exteriores.

-APLICANDO A PARÁBOLA AOS TEMPOS ATUAIS:

Os que são apressados em aceitar o convite, os que dão um “sim” formal, autômato, são descritos pelo Pe. Virgílio na coluna-laranja do jornalzinho “O Domingo” de 29.08.2008. São os católicos de família ou de descendência, batizados automaticamente, mas que limitam a sua religião às práticas exteriores (missas do fim de semana, novenas, procissões, leilões). Pe. Virgílio diz que a vida que eles levam ao longo da semana desmentem as “domingueiras profissões de fé”.

Os que dizem “não quero” mas depois se arrependem são os menos dados a práticas exteriores, mas, por outro lado, são engajados no serviço do Reino. São os misericordiosos, os compassivos, os comprometidos com o outro.

-APLICANDO O EVANGELHO NA NOSSA VIDA:

1 – A vinha para cujo serviço nós somos chamados é o Reino de Deus, que é este nosso viver do dia-a-dia, vivido fraternalmente aos olhos de Deus, comprometidos uns com os outros. Todos nós recebemos o convite de Deus em momentos diferentes de nossa vida. Então, trabalhando na “vinha” do Senhor, nossas missas, sacramentos , louvações têm que estar ligados ao serviço do Reino. Jamais, fiquemos na periferia (práticas exteriores).

2 – Entre os que recebem o convite, há os que querem ser tidos como “bonzinhos” e, para serem admirados, não pestanejam para dar o “sim, Senhor”. Há, porém, os que só têm compromissos com o seu coração e, embora tardiamente, dão sempre resposta para o bem. “Mas o ideal é sermos um ‘terceiro filho’, o que diz ‘sim’ e faz. O sim da fé se torna o sim da vida; as palavras dos lábios se tornam gestos da mão.” (Vide Pe. Nilo Luza SSP na coluna-laranja de “O Domingo” de 28.09.2008).

Por Francisco Valmir Rocha - membro da Pastoral Bíblica de Camocim/CE

Nenhum comentário :