-OS APÓSTOLOS FICAM PERTURBADOS SABENDO DA IMINENTE PARTIDA DE JESUS E EXTERNAM TODO O SEU DESPREPARO.
-Tomé pergunta: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?”
-Felipe pede inteiramente desorientado: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta.”(...)
Os apóstolos já estavam no fim de uma convivência de pelo menos três anos e mostravam-se inteiramente despreparados, muito apegados ao terra-a-terra, sabendo quase nada da vida após a morte e absolutamente nada da Santíssima Trindade. Tomé, incrédulo e sem nenhuma cerimônia de externar a sua incredulidade, não tinha noção nenhuma de vida futura e tudo o que ele conhecia eram os caminhos da terra. Quando Felipe, na presença de Jesus, que era a imagem visível do Pai, pede para que lhe seja mostrado o Pai, Jesus deixa transparecer uma certa impaciência e estranheza diante do pedido descabido. Testemunhas da diuturna familiaridade e cumplicidade – vamos dizer – de Jesus com o Pai, para conhecê-lo era só observar o comportamento de Jesus.
-SE QUISERMOS CONHECER O PAI DO CÉU, É SÓ OBSERVAR O COMPORTAMENTO DO SEU FILHO JESUS.
Por exemplo, para conhecermos a misericórdia do Pai, é só observar a complacência de Jesus para com os pobres e injustiçados. Observemos a complacência de Jesus com a mulher flagrada em adultério. Quando todos se preparavam para apedrejar a mulher, observemos o estratagema que Jesus usou para salvá-la. Conhecedor da sujeira que reinava nos corações dos que a cercavam, sugeriu: quem estivesse sem pecado que atirasse a primeira pedra. O que aconteceu é que eles foram se retirando a partir dos mais velhos. E, ao ficar só em frente à mulher, ele teve a satisfação de dizer para ela: “Vai...nem eu te condeno.”
Vejamos o episódio de Zaqueu (Lc 19,1-10). Era na entrada de Jericó e Zaqueu era o chefe dos publicanos naquela cidade. Odiado por todos, ele sentia a repulsa dos seus conterrâneos. Humilde ou sentindo o desprezo do povo, foi se trepar numa árvore para poder contemplar Jesus que ia passar por ali. Então, teve a satisfação de ouvir de Jesus com surpresa: “Zaqueu, desce depressa,pois hoje devo ficar em tua casa”. E isso, dito publicamente na presença de todos os que o desprezavam. Contemplando a complacência de Jesus para com os pobres e humilhados, chegamos a conhecer a misericórdia do Pai do Céu.
Para conhecer o valor que o Pai dá a cada um de nós, é só também observar o comportamento do Filho. Jesus disse certo dia que teria coragem de deixar todo o seu rebanho e entrar deserto adentro para procurar uma única ovelha que se tresmalhasse.
Era esse o caminho que os apóstolos deviam palmilhar para ir de Cristo ao Pai do Céu.
-REFLEXÕES:
-Se repetirmos em nosso viver o comportamento de Jesus, se, por exemplo, usarmos para com os pobres e injustiçados a complacência de Jesus, nós mesmos é que seremos caminho para chegar ao Pai do Céu.
Por Francisco Valmir Rocha - Membro da Pastoral Bíblica
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