
A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, o desprendimento das coisas materiais e a conversão. Deus é fiel a suas promessas: o Salvador está no meio de nós, daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza, de forma renovada e vigorosa. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na parusia (volta) do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é "Marana tha! Vem Senhor Jesus!". O Natal, junto com a Epifania e o batismo de Jesus é uma das principais festas da nossa Igreja. A mais importante, porém é a Páscoa, por causa da Ressurreição.
O tempo do Advento é tempo de concretude porque Cristo é a nossa esperança que se torna realidade; esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc.
O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo, não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da sua vinda. É necessário "prepararmos os caminhos do Senhor" nas nossas próprias vidas, lutando incessantemente contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e um radical mergulho na Palavra revelada.
Assim como lavamos as roupas, cortamos a grama e pintamos as casas, igualmente deve ocorrer a "higiene" em nosso coração, espírito e atitudes, para vivermos adequadamente a festa. Este é o sentido primordial do Advento.
Por Antônio Mesquita Galvão - Doutor em teologia moral
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