Estamos prestes a celebrar o Dia Nacional dos Leigos/as no dia 21 de novembro (Festa de Cristo Rei) e mais uma vez somos convidados a refletir sobre o papel do laicato nas estruturas eclesiais e na sociedade, enquanto sujeito de transformação. Nunca é demais definir o papel e a missão dos leigos/as nas diversas realidades e situações aonde eles são chamados a testemunhar a sua fé e o seu batismo. Somos Igreja e não simplesmente participantes dela! O batismo ao conferir a vida nova na Graça de Deus, nos incorporou de tal modo a Cristo que podemos dizer, sem sombra de dúvida, que nos tornamos outros "cristos" no mundo, Igreja militante e profética, que anuncia e vivencia o Reino de Deus no AQUI e AGORA. (...)
Éramos como crianças docilmente conduzidas pelas mãos do clero, os "braços do episcopado", mas hoje precisamos ser sujeitos da ação evangelizadora. Esse laicato, livre de todo clericalismo, tem que se constituir plenamente para dar conta de suas novas tarefas, quer sejam as que se constituem nos serviços e ministérios do cotidiano interno da Igreja, quer sejam as ações que exercem no vasto e conflitante tecido humano da sociedade. Afastado por quase dois mil anos do caráter de sujeito eclesial, sendo apenas e tão somente objeto da cura pastoral, aquele que contribuía para a manutenção da hierarquia, o laicato tem um difícil caminho no processo de se constituir como sujeito. Ao longo de séculos os leigos e leigas foram considerados, e introjetaram essa ideia, de que eram coisas manipuláveis, sem sentido, sem função, sem saber, mais próximos do mundo e, portanto, do pecado, e longe da salvação. Eram portadores de uma consciência ingênua!
O século XX fez com que a Igreja fosse obrigada a ver o óbvio: o mundo dos homens estava como que abandonado pela Igreja, fechada em si mesma. Há a necessidade de a Igreja estar aí, presente no dia a dia dos homens e mulheres, de seus sofrimentos e angústias (GS 1). Inicialmente, como não se entende outro ser eclesial que não o bispo, a partir do qual a Igreja existiria, surge a figura do leigo e da leiga mandatados. É função do bispo também estar lá. Mas como ele não pode estar, ele emite um mandato: o leigo e a leiga lá estão em seu nome, e fazendo aquilo que ele determina. É nesse clima que surgem os leigos e leigas da Ação Católica, os quais já penetram na penumbra do saber que não são objeto, mas ainda não se entendem como sujeitos (o único sujeito é a hierarquia). São os leigos e leigas num processo de consciência transitiva. Sabem que não são o que já foram, mas não conseguem vislumbrar o que devem ser. É a transitividade da consciência.
Somente com a transformação do modelo eclesiológico piramidal (hierarcológico, no dizer de Congar) na Igreja Povo de Deus, que acende-se a luz de um novo sujeito eclesial: os leigos e leigas. E nem se espere que, num estalar de dedos, ou numa proclamação conciliar, os leigos e leigas despertem de sua consciência ingênua e se assumam como Igreja plena. Pesam sobre eles os séculos de submissão teológica e eclesial. E neste momento, grande parte dos leigos e leigas ainda se considera como crianças que devem ser levadas pelas dóceis mãos da hierarquia, como coisas (objetos) cujo ser vem de fora, cujo ser é dado pelos demais sujeitos eclesiais. Não só não saíram da consciência ingênua como se posicionam contra toda e qualquer ação que os eleve à condição de sujeitos. Afinal, o sujeito tem na autonomia de seu ser o seu grande problema. Mas com sua subjetividade, como sujeitos, vêm as responsabilidades da autonomia.
Por isso, para a grande maioria, pode ser mais fácil permanecer deliberadamente na condição de objeto. Assim, consciente ou inconscientemente, grande parte do laicato não só permanece como objeto como opta por essa opção eclesial. Mesmo quando passa a vida toda internado nas ações pastorais, às vezes como liderança. Assumem tarefas as mais intrínsecas à Igreja, mas sempre como tarefeiros, como cumpridores de obrigações que lhe vê de fora. Não só não sabem, como se negam a ter consciência do fato de que, ao não se assumirem como sujeitos, não permitem aos demais sujeitos eclesiais que o sejam plenamente. Com leigos e leigas como objetos, inconscientes de sua vocação e corresponsabilidade eclesial, o presbítero desvia-se de sua vocação, assumindo o que não lhe diz respeito na distribuição dos carismas. Não se plenifica em sua vocação.
Vamos, portanto, nos organizar, celebrar e fazer valer a nossa voz nas diferentes comunidades. Participemos deste Dia Nacional dos Leigos/as assumindo o compromisso de sairmos um pouco de nossa espiritualidade puramente devocional e tradicionalista para uma postura mais missionária e evangelizadora.
Éramos como crianças docilmente conduzidas pelas mãos do clero, os "braços do episcopado", mas hoje precisamos ser sujeitos da ação evangelizadora. Esse laicato, livre de todo clericalismo, tem que se constituir plenamente para dar conta de suas novas tarefas, quer sejam as que se constituem nos serviços e ministérios do cotidiano interno da Igreja, quer sejam as ações que exercem no vasto e conflitante tecido humano da sociedade. Afastado por quase dois mil anos do caráter de sujeito eclesial, sendo apenas e tão somente objeto da cura pastoral, aquele que contribuía para a manutenção da hierarquia, o laicato tem um difícil caminho no processo de se constituir como sujeito. Ao longo de séculos os leigos e leigas foram considerados, e introjetaram essa ideia, de que eram coisas manipuláveis, sem sentido, sem função, sem saber, mais próximos do mundo e, portanto, do pecado, e longe da salvação. Eram portadores de uma consciência ingênua!
O século XX fez com que a Igreja fosse obrigada a ver o óbvio: o mundo dos homens estava como que abandonado pela Igreja, fechada em si mesma. Há a necessidade de a Igreja estar aí, presente no dia a dia dos homens e mulheres, de seus sofrimentos e angústias (GS 1). Inicialmente, como não se entende outro ser eclesial que não o bispo, a partir do qual a Igreja existiria, surge a figura do leigo e da leiga mandatados. É função do bispo também estar lá. Mas como ele não pode estar, ele emite um mandato: o leigo e a leiga lá estão em seu nome, e fazendo aquilo que ele determina. É nesse clima que surgem os leigos e leigas da Ação Católica, os quais já penetram na penumbra do saber que não são objeto, mas ainda não se entendem como sujeitos (o único sujeito é a hierarquia). São os leigos e leigas num processo de consciência transitiva. Sabem que não são o que já foram, mas não conseguem vislumbrar o que devem ser. É a transitividade da consciência.
Somente com a transformação do modelo eclesiológico piramidal (hierarcológico, no dizer de Congar) na Igreja Povo de Deus, que acende-se a luz de um novo sujeito eclesial: os leigos e leigas. E nem se espere que, num estalar de dedos, ou numa proclamação conciliar, os leigos e leigas despertem de sua consciência ingênua e se assumam como Igreja plena. Pesam sobre eles os séculos de submissão teológica e eclesial. E neste momento, grande parte dos leigos e leigas ainda se considera como crianças que devem ser levadas pelas dóceis mãos da hierarquia, como coisas (objetos) cujo ser vem de fora, cujo ser é dado pelos demais sujeitos eclesiais. Não só não saíram da consciência ingênua como se posicionam contra toda e qualquer ação que os eleve à condição de sujeitos. Afinal, o sujeito tem na autonomia de seu ser o seu grande problema. Mas com sua subjetividade, como sujeitos, vêm as responsabilidades da autonomia.
Por isso, para a grande maioria, pode ser mais fácil permanecer deliberadamente na condição de objeto. Assim, consciente ou inconscientemente, grande parte do laicato não só permanece como objeto como opta por essa opção eclesial. Mesmo quando passa a vida toda internado nas ações pastorais, às vezes como liderança. Assumem tarefas as mais intrínsecas à Igreja, mas sempre como tarefeiros, como cumpridores de obrigações que lhe vê de fora. Não só não sabem, como se negam a ter consciência do fato de que, ao não se assumirem como sujeitos, não permitem aos demais sujeitos eclesiais que o sejam plenamente. Com leigos e leigas como objetos, inconscientes de sua vocação e corresponsabilidade eclesial, o presbítero desvia-se de sua vocação, assumindo o que não lhe diz respeito na distribuição dos carismas. Não se plenifica em sua vocação.
Vamos, portanto, nos organizar, celebrar e fazer valer a nossa voz nas diferentes comunidades. Participemos deste Dia Nacional dos Leigos/as assumindo o compromisso de sairmos um pouco de nossa espiritualidade puramente devocional e tradicionalista para uma postura mais missionária e evangelizadora.
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