REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Lc 18, 1-8 - 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C

Tema: A PERSEVERANÇA NA ORAÇÃO

A PARÁBOLA DO JUIZ CORRUPTO - Aqui o juiz representa Deus e a viúva simboliza cada um de nós, que recorremos a Deus através da oração.

Uma parábola é uma comparação que tem a finalidade de ensinar. Nela nós temos que procurar o que ela quer ensinar e nos restringir a isso. Então nem todo detalhe da parábola é simbólico, quer dizer, nem todo detalhe deve ser levado em conta. Por exemplo, a corrupção do juiz não deve ser levado em conta. Deus não é um juiz corrupto. A interpretação dela é a seguinte: “Se um juiz humano e sem fé faz justiça apenas para não se aborrecer, quanto mais fará Deus, que é todo atenção, bondade, misericórdia?” (Frei Clarêncio Neotti in Ministério da Palavra – ano C – pag 181)(...)
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Nós temos outra parábola, que tem a mesma lição dessa, a parábola do homem que acordou o vizinho no meio da noite. (LC 11,5-8). Certo homem recebeu um amigo, que chegou de viagem, horas tardias da noite. Como não tivesse nada para dar-lhe, foi bater à porta do vizinho. Bateu tão insistentemente, que o vizinho foi atender-lhe. Ele iria perder até o sono, se as batidas na porta continuassem. A lição das duas parábolas é a perseverança na oração. Nunca devemos desistir. O povo criou um ditado que mostra todo o seu carinho e humildade nesses casos: quando Deus demora é porque já vem perto.

QUALIDADES QUE DEVE TER A NOSSA ORAÇÃO:

Nas nossas orações, o que se nota é que só temos levado em conta o nosso lado, a nossa pessoa, a nossa comodidade, a nossa maneira de pensar, esquecendo-nos de que Deus é a parte mais importante nesse ato. Daí:

1- Nas nossas orações, nós pedimos só fatuidades, coisas supérfluas, interesses pessoais. Há quem reze para ganhar no jogo de bicho ou na loteria. Há jogador que lança aquele olhar comprido para o céu no campo de futebol. Jesus lança uma luz meridiana sobre isso quando diz: “Procurai antes o Reino de Deus e o resto vos será dado por acréscimo.”

2- Não raro, nós colocamos toda a força da oração nas palavras que escolhemos, no palavreado. Procuramos “uma oração forte”. Há orações fortes tão famosas, que até receberam nome, algo que seja tão poderoso como uma chave que possa abrir o coração de Deus. A respeito, nós temos a declaração do nosso papa atual, Bento XVI, no seu livro “Jesus de Nazaré”, pag. 122: “A outra falsa forma de oração, contra a qual o Senhor nos adverte, é a tagarelice, o palavreado, que asfixia o espírito.”

3- A oração não pode ser a única providência da nossa passividade. Ela tem que vir depois das nossas providências para resolver a situação. Deus não quer nos ver passivos, esperando a intervenção miraculosa dos céus. O recado nos foi dado no início da criação: “...multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a terra. (Gn 1,28).

4- Afinal, temos a lição do evangelho de hoje: a oração tem que ser perseverante. Essa perseverança tem que vigorar em qualquer fase do nosso humor, nas horas tristes e nas horas alegres, nos dias de céu azul e de céu de tempestades. Também não deve ser arrogante, num jogo de testar Deus. Antes deve ser humilde.

REFLEXÕES:

- Nas duas parábolas referidas acima, Jesus nos encoraja a pedir incessantemente, quer dizer, ele não se agastará se formos insistentes. Vamos, então, insistir, mas com muita humildade e fé.

FRANCISCO VALMIR ROCHA

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