Não está aqui. Vejam o túmulo vazio. (Mt 28,6, Lc 24,6) Lembro-me de nos meus vinte e dois anos ter assistido a uma peça com este título. Por uma hora e meia quatro mulheres e dois homens conversam diante de um túmulo vazio e um lençol, sobre o que poderia ter acontecido com aquele cadáver.De reflexão em reflexão os seus personagens debatem a possibilidade e a impossibilidade da ressurreição. Os que se opunham à ideia de ressurreição diziam que alguém roubou o corpo, talvez o Arimateia. Jesus, na verdade não morrera; fora morte aparente. Ou fora embuste: o sepultado não era o mesmo que morreu na cruz; truque dos discípulos... Uma das mulheres e um dos homens apostavam que se pode viver de novo e que Jesus tinha tal poder(...)
São Paulo magistralmente analisa a morte de Jesus, como prefiguração da nossa: um dia nós também ressuscitaremos (1 Cor 6, 14), Um dia entenderemos tudo isso, com clara visão e sem véu, porque agora vemos tudo obnubilado, por espelhos embaçados. É tudo obscuro, mas um dia entenderemos. E diz com ternura poética: “Não quero que vocês fiquem tristes, como quem não sabe (1 Ts 4, 13) lamentando-se pela morte. Somos chamados a uma vida eterna. Da ressurreição de Jesus surge a nossa. Da passagem de Jesus brotam as nossas passagens. Transcenderemos à morte.
São Francisco a chamava de irmã. Não se deve procurá-la, mas como ela certamente vem, o certo é estarmos de prontidão. Seguros de que não cairemos num nirvana ou no aniquilamento, cremos no encontro com quem nos criou a quem veremos pela primeira vez e em quem viveremos para sempre. O Filho morto e ressuscitado nos levará ao mistério do Deus que é um só, mas que é três pessoas. Não cairemos no nada, até porque não viemos do nada: foi dele que viemos. Antes de sermos realidade já éramos pensados por quem nos fez.
O túmulo vazio é o nosso grande desafio. Pode falar por nós ou contra nós. Afinal, Jesus está ou não está vivo? Seria triste se nossos adversários, depois de convencerem o mundo de que o túmulo vazio foi um embuste, ainda venderem a ideia de que Jesus foi uma fraude. Dan Brown tentou. Vendeu milhões de livros. Outros, bem que tentam. Se tantos fazem de tudo para provar que não houve ressurreição é porque, vivo ou morto, Jesus os incomoda. Se não ressuscitou, como diz São Paulo, os cristãos estão ferrados. Mas se aquele túmulo vazio aponta para a ressurreição, os adversários que se cuidem! Perderão e Jesus prosseguirá. E talvez inadvertidamente algum coveiro ainda porá uma cruz sobre seus túmulos!
FONTE: PE. ZEZINHO, SCJ


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