
A história do julgamento, flagelação e morte de Jesus mostra o requinte de sofrimento a que se submeteu Jesus. Não satisfeito por morrer por nós, ele quis se submeter a um suplício que, dificilmente, aconteceria com outro condenado. Pois parce que Cristo quis passar, caprichosamente, por todos os tipos de sofrimento como se quisesse deixar a lição para nós. Sofrimento moral de ser objeto da traição de dois amigos: Judas e Pedro. Sofrimento moral de ouvir o grito "Crucifica-o" da mesma multidão que o tinha aclamado "Rei" ao entrar em Jerusalém, poucos dias antes. Sofrimento psicológico de uma pessoa inocente diante da visão horrorosa dos grandes pecados humanos, que o fez suar sangue no jardim das oliveiras(...) Foi entregue ao furor de uma fria soldadesca, acostumada a flagelar, e que se divertiu fazendo dele um rei de brincadeira. Percorreu as ruas apinhadas de Jerusalém com a cruz às costas, na figura de um rei deposto. Sofreu, por intermináveis momentos, as agonias da morte com um letreiro cheio de zombaria acima da cabeça.
AS TRAIÇÕES DE JUDAS E PEDRO
Reportemo-nos ao que diz o insigne biblista Frei Clarêncio Neotti no seu livro "Ministério da Palavra - ano B, pág. 94.
Pedro e Judas traíram feio a Jesus. Traições que, com certeza, ofenderam fortemente a Jesus, visto que eleseram amigos do peito, principalmente Pedro. Além do mais, eles tinham presenciadoos milagres de Jesus. Pedro, por exemplo, chegou a andar sobre as águas naquele episódio da tempestade acalmada. Pedro traiu "por medo e orgulho"; Judas, "por decepção e orgulho". Com certeza, a traição de Pedro foi mais grave, porque ele tinha sido escolhido para representar o próprio Cristo perante a Igreja e porque ele o negou três vezes. Entre os dois há, porém, uma enorme diferença: Pedro se arrependeu. Os evangelistas são testemunhas informadoras das lágrimas de Pedro. Os historiadores narram que toda vez em que Pedro contava os episódios da Paixão para os primeiros cristãos, lágrimas abundantes caíam dos seus olhos. Lição para nós! Não há culpa tão grande que não possa ser perdoada, se sobrevém o arrependimento.
PILATOS TAMBÉM ENTROU NO "CREDO" E NO DRAMA DA PAIXÃO
Pilatos (Pôncio Pilatos) - A palavra "pilatus" vem do latim e significa "cabeludo".
- Era Procurador Romano (o representante do imperador de Roma na Judeia) no período de 26 a 36 da Era Cristã.
- Não se entendia com o povo judeu e, muitas vezes, bancou o tirano e ofendeu os sentimentos religiosos deles. Chegou a mandar fazer um aqueduto (encanamento dágua) com o tesouro do templo. Antipatizava, sobretudo, os galileus, como Jesus. Ao desconfiar de que um grupo deles tramava conspiração contra ele dentro do templo, assassinou a todos, que estavam, inocentemente, oferecendo sacrifícios.
- Foi juiz no processo de Jesus. O sinédrio pronunciou a condenação e Pilatos ratificou-a, mas de maneira sorrateira, covarde ("Lavou as mãos"). Condenou Jesus, traiu a Justiça para manter-se no seu posto. Será que os nossos políticos não fizeram o mesmo várias vezes?
CONCLUSÕES:
O exemplo de Pedro, que chegou a puxar a espada no Jardim das Oliveiras e cortar a orelha de um soldado romano, deve pôr nossas barbas de molho para não trairmos a Jesus também. Mas Pedro, igualmente, é exemplo para nós no arrependimento, que foi vasto e copioso. Lembrarmo-nos de que a misericórdia de Deus é infinita e que não há culpa tão grande, que não possa ser perdoada. O importante é não seguir o exemplo de Judas.
FRANCISCO VALMIR ROCHA
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