A PACIÊNCIA

A vitória é fruto de um trajeto de espera, de paciência e de certezas. É uma via de alegrias e tristezas, de ânimos, desânimos, mas que não pára por isto. Uma força positiva se faz sempre presente, não deixando que tudo termine antes da hora.

Assim acontece na quaresma, num caminho de paciência e de conversão, na espera da inauguração do Reino proposto por Deus. Em sintonia com a Campanha da Fraternidade, esse Reino é constituído pela prática de uma economia de solidariedade(...)

O mundo é chamado a cuidar da natureza, a valorizar a vida como o bem mais precioso. Isto só acontece quando temos em mente o verdadeiro sentido e valor da pessoa humana, que deve ser preservada como imagem e semelhança do Criador.

Não podemos eliminar a vida só porque ela é improdutiva, ou porque vive na situação de sofrimento. A atitude deve ser de solidariedade e paciência, levando em conta que “quem pensa estar de fé tome cuidado para não cair”.

No mundo, ninguém é melhor do que o outro. Todos nós devemos produzir frutos bons, cada um dentro de suas condições, mesmo levando consigo alguns traços de egoísmo e de falta de amor. É por isto que na quaresma se diz que “todos devemos converter-nos sempre”.

A celebração da Páscoa exige de nós pureza de coração e eliminação do orgulho, ambição, inveja, exploração, intenções ambíguas, traição e tudo aquilo que mancha nosso ser é o nosso fazer. É realmente um caminho paciente de purificação do coração.

Nem sempre somos tão pacientes como acontece com a ação de Deus na História da Salvação. Temos em nós a presença do trigo e do joio, atitudes boas e más. O tempo é de purificação e de luta pela realização daquilo que gera e promove a vida.

Celebrar Quaresma e Páscoa é dar sempre passos de paciência pedagógica como oportunidade de reflexão e de retomada solidária, reconhecendo a ação de Deus em nós e a possibilidade da nossa busca da perfeição, facilitando uma vida mais feliz.

Dom Paulo Mendes Peixoto

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