
Em entrevista, Dufraine destaca que a maioria das crianças haitianas está nas tendas com os religiosos. Elas não podem ir para a escola ainda, mas saem para a rua, brincam, jogam e são uma fonte de alegria para o povo. O religioso, porém, ressalta que o medo ainda continua entre a população daquele país. “As pessoas ficaram hipersensíveis, porque traumatizadas com o terremoto. Quando ouvem algum ruído de carros, já pensam que vem outro tremor. Após o terremoto elas não conseguiam sair nem brincar, nem falar comumente, de tão traumatizadas e apavoradas que estavam”.
Ao relembrar o dia 12 de janeiro, Auguste Dufraine, diz que os religiosos que estavam no centro de formação foram as primeiras vítimas do terremoto. “Ali no centro de formação se encontrava além dos religiosos, a Dra Zilda Arns. No dia seguinte soubemos de outras Congregações que perderam seus religiosos. Ao todo foram 50 religiosos mortos e 40 que ficaram gravemente feridos”, acentuou.
Dufraine diz que a iniciativa da Nunciatura Apostólica no Haiti teve papel importante para acionar serviços de emergência na capital do país. “Como o arcebispo de Porto Príncipe morreu, a Nunciatura Apostólica nos prestou grande ajuda. Entrou em contato com a Cáritas e o ‘Catholic Service of United States’ que nos trouxeram comida, água e tendas. Mas tudo isso ainda é muito pouco. Precisamos de muito mais”.
A Igreja no Haiti já se organizou para reconstruir as casas religiosas no país. Segundo Dufraine, foi formada uma comissão para a reconstrução da vida religiosa em conjunto, de forma que as congregações serão solidárias umas com as outras se ajudando a na reconstrução das casas. “É um momento de solidariedade. Há instituições que não são de cunho internacional, só tinham casa no Haiti e perderam tudo”, completou o presidente.
Participam da reunião em Brasília 22 países da América Latina e Caribe. Encontra-se no evento também o presidente da CLAR, irmão Paulo Petry, lassalista; a presidnete da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Márian Abrósio; o presidente do Conselho Episcopal Latinoamericano (Celam), dom Raymundo Damasceno Assis; e o secretário geral da CLAR, padre Gabriel Naranjo, da Colômbia.
Informações: CNBB com irmã Rosa Maria Martins Silva, assessora executiva para as comunicações da CRB.
FONTE: CNBB
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