REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Lc 1, 1-4; 4, 14-21 - 3º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C

NOTAS PARA COMPREENSÃO DO TEXTO

Sinopse sobre Lucas

- Lucas não foi apóstolo nem era judeu. Foi um pagão convertido, originário da Antioquia, onde floresceu uma grande comunidade cristã.
- Era médico e acompanhou São Paulo em suas viagens. São Paulo o chama "médico caríssimo" e fez valer nele a sua influência: há muita semelhança no vocabulário empregado pelos dois. 84 palavras foram destacadas de uso comum.
- Lucas é o autor do 3º Evangelho e dos Atos dos Apóstolos. Escreveu seu evangelho em grego, língua que ele dominava acima de todos os evangelistas.
- A tradição acrescenta que Lucas era pintor e que teria até pintado o rosto de Maria(...)


ASPECTOS DE JESUS VISTOS POR LUCAS

a) Lucas viu em Jesus "um homem de oração".
Jesus orava muito;
Ele orava na solidão das montanhas e no silêncio das madrugadas;
Orava antes das refeições;
Orava antes dos momentos importantes da sua vida:
- antes do seu batismo;
- antes da escolha dos doze;
- antes de ensinar o Pai Nosso;
- antes da confissão de Cesareia;
- na transfiguração;
- no jardim das oliveiras;
- no alto da cruz;

b) Lucas viu em Jesus "o homem da misericórdia".
A misericórdia era a tônica da sua pregação e a testemunhava em sua vida. Era ela que o enchia de ternura diante da pecadora pública que ia ser apedrejada, diante daquela mulher que lhe lavava os pés com as suas lágrimas, foi ele que lhe inspirou a história adorável do Filho Pródigo.

c) Lucas viu em Jesus um Rei Universal.
O escritor sagrado não era judeu, mas um pagão convertido. Por isso, muito cedo, da longínqua e desgarrada Antioquia, percebeu a universalidade do Reino de Deus.

- Jesus não se limita a evangelizar

O corpo também tem de ser levado em conta. É bem certo o adágio popular: "saco seco não se põe em pé". Então, Jesus incluiu em seu programa distribuir o pão, dar a visão aos cegos, fazer os paralíticos andarem, trazer a esperança aos pobres e "oprimidos", libertar os cativos tanto dos grilhões do corpo quanto dos grilhões da alma. Como Ele poderia proclamar a libertação, se as cadeias materiais da cegueira, das doenças nervosas que a insciência daqueles tempos dava o nome de possessão demoníaca, das prisões de todos os tipos, da discriminação, estavam impedindo? Padre Paulo Besaglia SSP, na coluna-laranja de "O Domingo" de hoje escreve: "Ele bem sabe que não pode haver liberdade verdadeira com a fome, a miséria, a doença, a prisão". Oportuna é essa lição para se levar em conta em nosso apostolado. Não podemos nos fazer de desentendidos, se a pessoa a quem vamos falar de Jesus estiver em extrema penúria e algo puder ser feito por ela. Então, em primeiro lugar, está esse algo que pode ser feito por ela. Há quem descura, inteiramente, essas providências nas lides do apostolado.

- Jesus voltou para a Galileia com a força do Espírito

Antes de tudo, vamos ser sensíveis à moção do Espírito. Ele é que anima tudo, ele é que comove os rochedos, é que torna leve o fardo, é que nos dá asas, torna possível e rápida a libertação. Afinal, "o mesmo Espírito que fortaleceu Jesus em sua missão terrena (é)que está em nós, animando e encorajando nossa missão." (Pe. Paulo Baságlia SSP - coluna-laranja de O Domingo de hoje)

REFLEXÕES:

1- Às vezes, no piedoso intento de alimentar o espírito, distribuir a Eucaristia por exemplo, descuidamos inteiramente o socorro material, o socorro urgente que não pode ser adiado e que pode ser prestado. Esse socorro é que vai nos mostrar como legítimo representante de Cristo naquela hora.

2- Antes de entrar em cena na roda do seu grupo ou pastoral, que vamos animar, não nos esqueçamos de saudar aquele Espírito, que dá vida, coragem e "animação" mesmo àquela reunião.

FRANCISCO VALMIR ROCHA

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