SACERDÓCIO E EUCARISTIA: UNIDOS PELA MISERICÓRDIA

Nós estamos celebrando o Ano Sacerdotal proclamado pelo Papa Bento XVI, iniciativa que teve início no último dia 19 de junho na Festa do Sagrado Coração de Jesus. Pensando neste mistério de vocação que é o sacerdócio, imediatamente penso para que essa vocação foi feita. O sacerdócio foi feito para a Eucaristia. O padre existe para a Eucaristia e ambos existem para a salvação do povo. Jesus, com o Coração mais generoso que a face da terra já viu, nos deu dois grandes presentes. Na Última Ceia, antecipando a Sua doação total, mesmo diante da traição e do mistério de dor pelo qual teria de passar para salvar o mundo das trevas do pecado e da morte, entrega aos discípulos o Sacramento do Amor: A Eucaristia. “A Santíssima Eucaristia é a doação que Jesus Cristo faz de si mesmo, revelando-nos o amor infinito de Deus por cada homem. Neste Sacramento admirável, manifesta-se o amor maior: o amor que leva a dar a vida pelos amigos” (Bento XVI)(...)

O sacerdócio e a Eucaristia nascem do mesmo lugar, das fontes misericordiosas do Coração de Jesus!. Nesse mesmo dia o Mestre “divide” o Seu sacerdócio com os Apóstolos e faz deles ministros do Sacramento do Amor, ministros do perdão, ministros da misericórdia. O vínculo intrínseco entre a Eucaristia e o Sacramento da Ordem é deduzido das próprias palavras de Jesus no Cenáculo: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22,19). Nós sacerdotes usamos as mesmas palavras de Jesus quando instituiu o mistério de amor, porque somos os primeiros a estar no lugar de Cristo Jesus para a salvação do mundo. Portanto, o sacerdócio é um movimento Divino do Amor de Deus Pai, que continua agindo em Sua Igreja em todo tempo e o tempo todo. Onde existe um sacerdote, há a possibilidade do amor e da misericórdia de Deus se manifestarem pelo homem.

O lema do meu sacerdócio é: “Tudo posso naquele que me dá força” (Filipenses 4,13). A força do meu sacerdócio não vem de mim mesmo, mas a força do sacerdote vem da fonte pela qual ele oferece todos os dias torrentes de “Água Viva” ao povo fiel e sedento desse amor, que é Jesus. Eu busco a força para exercer minha vida como ministro desse Sacramento nas palavras que eu dirijo todos os dias ao Pai: “Tomai e comei, isto é o meu corpo; tomai e bebei isto é o meu sangue, sangue da nova e eterna aliança, para a remissão dos pecados, fazei isto em memória de mim!” As mesmas palavras de Cristo são fonte de vida, de salvação em primeiro lugar para mim, alimento substancioso para a minha intimidade com o Senhor e para servir ao povo de Deus, que procura no sacerdote não ele mesmo, mas Jesus Cristo, o seu Salvador.

O saudoso Papa João Paulo II disse para os sacerdotes em sua última carta na Quinta-feira Santa de 2005: “O povo tem o direito de ver Jesus Cristo na pessoa do sacerdote”. Essas palavras do Santo Padre ficaram gravadas em minha alma como uma missão, apesar de ser pecador e cheio de limitações como todo homem, eu não sou um homem comum, eu sou ministro do Sacramento do Amor e da Misericórdia. Cristo hoje e na Última Ceia se depôs do manto, sinal de Sua dignidade de Senhor, de Rei, para servir aos discípulos, para lavar os seus pés; esse gesto de humildade revela o caminho que o discípulo deve seguir: imitar o Mestre: “Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais à mesma coisa que eu fiz”. “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (cf. Jo13, 1-15). Aos sacerdotes, hoje, felicidades, força e que eles saibam que não estão sozinhos, pois disse o Senhor: “Eu estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos!”.

Oração: Jesus sumo e eterno Sacerdote, dai-me a graça como padre de viver como o Senhor viveu e ser para o Vosso povo sinal vivo de Vossa misericórdia.

Maria, mãe dos sacerdotes, quero sempre estar sobre os teus cuidados na proteção do teu manto de mãe, pois sou o teu filho predileto. Quero estar imerso nestes dois mistérios para os quais eu fui feito: Sacerdócio e Eucaristia para que eu seja ponte para os meus irmãos do Amor misericordioso de Deus. Dá-me a graça da fidelidade de Cristo.

Eu sou feliz e realizado em minha vocação como sacerdote.

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