REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Jo 6, 41-51- 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

O PÃO DA VIDA É UM MISTÉRIO DA FÉ

"Eu sou o pão que desceu do céu...e o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo."

Essas palavras soavam como uma bomba nos ouvidos dos judeus dos tempos de Jesus. "A lei era rigorosa e detalhada no uso das carnes. Porque a lei vetava consumir sangue e proibia derramar sangue humano" (Frei Clarêncio Neotti in "Ministério da Palavra - Ano B - pag. 172). Depois, nós lemos nos Atos dos Apóstolos: "Mas se lhes escreva que se abstenham do que está contaminado pelos ídolos, das uniões ilegítimas, das carnes sufocadas e do sangue." (15, 20).(...)

Depois, os judeus tinham acompanhado o crescimento de Jesus, o filho do conhecido carpinteiro de Nazaré, José. Muitos o tinham visto ajudando José no amanho de madeira, aviando as encomendas que lhes eram feitas. Ouvir de um momento para outro que o nazareno Jesus tinha descido do céu e que sua carne ia ser dada como alimento para o mundo era "um escândalo" para as mentes despreparadas daqueles judeus e até mesmo para as mentes cultas dos Mestres da Lei.

PARA NÓS O RACIOCÍNIO DE JESUS É CLARO

Ele entregou o seu corpo e derramou o seu sangue até a última gota para que sua carne e seu sangue servissem de força e vigor não para o corpo, mas para a alma. E ele explicou isso claramente, até didaticamente, quando, na véspera da sua paixão, tomou o pão, partiu-o e deu um pedaço a cada um dos seus discípulos, dizendo: "tomai, todos, e comei - isto é o meu corpo." E, depois de tudo, disse: "fazei isto que eu fiz em memória de mim." O raciocínio é este: assim como o pão proporciona a vida do corpo humano, assim o seu corpo vivo, que iria ser sacrificado daí a momentos, daria a vida espiritual à nossa alma.

E POR QUE HÁ TANTA INDIFERENÇA, AINDA HOJE, DIANTE DESSE PÃO SOBRENATURAL, GUARDADO EM NOSSO SACRÁRIO?

Porque não se trata de uma questão de raciocínio nem um ato de religião. Trata-se de um ato de fé. É o que o sacerdote diz logo que acaba de consagrar o pão: "Eis um mistério da fé." A fé era justamente o que esperava Cristo dos judeus. Eles deviam deixar de olhá-lo com os olhos da carne por onde eles enxergavam o carpinteiro, filho de José, mas deviam olhá-lo com os olhos da fé; como fez Pedro, que também conhecia a parentela toda de Jesus, mas, interrogado, exclamou: "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo."

O QUE SE ESPERA DE NÓS PARA SERMOS AGRACIADOS COM UM "ATO DE FÉ"?

- Humildade para não sermos vencidos pelos engodos da orgulhosa Razão;
- Predisposição para aceitar a luz de Deus, que é capaz de iluminar a nossa mente;
- Oração;

REFLEXÕES

O que tiramos para o nosso gasto do evangelho de hoje é a necessidade imperiosa da FÉ. Por ela nós conseguiremos o consentimento da inteligência para aceitarmos o que Deus nos diz, por ser Ele quem é. O exemplo a seguir é o de Abraão. Ele tinha 99 anos de idade e sua mulher, 90, quando ouviu de Javé: "Tua mulher te dará um filho." E ele acreditou. Nascido esse filho, rapazinho ainda, Javé mandou que ele o sacrificasse no monte Moriá, e ele obedeceu.

Francisco Valmir Rocha

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