REFLEXÃO DOMINICAL - Mc 4, 35-41 - 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

NOTA PARA COMPREENSÃO DO TEXTO: TEMPESTADES NO "MAR DA GALILEIA"
Primeiramente, notemos que "Mar da Galileia", "Mar de Tiberíades", "Lago de Genesaré", "Lago de Tiberíades" são a mesma coisa.
- O maior comprimento dele de norte a sul é 21 Km (3 léguas e meia).
- A maior largura de leste a oeste é 12 Km (2 léguas).
- A sua profundidade varia de 42 a 48 m.
- A água é doce, bastante limpa, rica em peixes. A pesca nele é bastante explorada.
- É formado pelo rio Jordão.
- É mais populosa a sua margem ocidental, onde se encontravam as cidades de Cafarnaum, Tiberíades e Mágdala (terra de Maria Madalena).
- O Mar da Galileia é cercado por serras. A água evapora muito sob o sol escaldante do verão. Se a corrente de ar ascendente se encontra com o ar mais fresco do mar Mediterrâneo (frente fria), pode nascer uma tempestade. É o que muito acontece e aconteceu no evangelho de hoje(...)

"JESUS ESTAVA NA PARTE DE TRÁS, DORMINDO SOBRE UM TRAVESSEIRO"
O dia tinha sido muito estafante para Jesus. Tinha-o passado na cidade ruidosa de Cafarnaum, situada ao norte do Mar da Galileia, havia curado enfermos, expulsado demônios e, sobretudo, pregado muito: tinha-lhes contado as lindas parábolas do Reino dos Céus. Era natural que Ele tivesse pegado no sono na popa da embarcação, onde costumam ficar os tripulantes. Quem sabe tivesse querido Ele experimentar a fé apoucada dos discípulos como fez na morte de Lázaro?! O que é certo é que gerou-se uma grande tempestade e embarcações pequenas oferecem muito perigo. Os discípulos estavam tomados de pavor, principalmente porque, naquele tempo, havia uma crença de que os demônios moravam no fundo do mar e empolavam as águas quando estavam furiosos. A imagem horripilante dos possessos de Cafarnaum ainda estavam na imaginação deles. Para a fé apoucada deles era um descaso Jesus deixar-se ficar dormindo no fundo da embarcação. Foi quando aconteceu o milagre.
O EPISÓDIO DA TEMPESTADE ACALMADA PODE SER PARA NÓS HOJE UMA GRANDE PARÁBOLA
- O barco simboliza a nossa vida.
- As tempestades são os momentos difíceis por que podemos passar. Eles nos amedrontam em situações inesperadas como se fossem grandes borrascas. Jesus, que sempre estava conosco em determinadas situações em que parecíamos tocar a mão dele, desta vez se esconde e finge dormir. O que é preciso é ter fé suficiente para nem precisar acordá-lo, porque, se Ele está conosco, quem prevalecerá contra nós?
A IMPORTÂNCIA DA FÉ ("Ainda não tendes fé?")
A fé é o combustível de nossa espiritualidade. O nosso modelo é Abraão. Dele diz São Paulo (Rm 4, 18): que ele esperou contra toda a esperança e "tornou-se assim pai de muitos povos". Jesus exige a fé para curar os doentes do seu tempo. A mulher que tinha o fluxo de sangue ouviu dele: "Minha filha, tua fé te salvou, vai em paz e esteja curada desse teu mal" (Mc 5, 34). Noutra ocasião, louva a fé do Centurião romano (Mt 8, 10): "Em verdade eu vos digo que em Israel não achei ninguém que tivesse tal fé". Frequentemente, Jesus censurava a pouca fé dos seus discípulos como no evangelho de hoje: "Ainda não tendes fé?".
Protejamos, portanto, a luz da nossa fé como ambas as mãos das lufadas tempestuosas que nos cercam hoje.
REFLEXÕES:
- Como anda a nossa fé nas horas de tempestades? Será que temos a humildade para nos submeter aos desígnios de Deus, mesmo sem O entender? Podemos imaginar que o mundo seja uma firma multinacional de imensa extensão e complexidade. Nós somos os varredores, encarregados da limpeza da empresa. É muito natural que, com a nossa pouca capacidade, não compreendamos os atos gerenciais da imensa firma. Vamos, antes de mais nada, bendizer o Deus imenso que nos governa e louvar a sua sabedoria. Vamos, então, ficar com os limites a aspirar para a nossa fé.
- Fé mesmo é "acreditar" em Deus quando as circunstâncias nefgam que Ele possa estar conosco, como aconteceu com Abraão.
- Fé mesmo é "acreditar" quando achamos que a tentação é maior do que as nossas forças.
- Fé é "acreditar" em Deus quando achamos que estamos sós.
- Refletindo nas verdades acima, vamos cantar para Ele:
" Põe tua mão na mão do meu Senhor da Galileia,
Põe tua mão na mão do meu Senhor, que acalma o mar,
Meu Jesus, que cuida de mim, noite e dia, sem cessar,
Põe tua mão na mão do meu Senhor, que acalma o mar".
(Louvemos o Senhor, canto nº127)

FRANCISCO VALMIR ROCHA

Um comentário :

Vitor disse...

Como é difícil entender os desígnios de Deus as vezes...
Tantas vezes nos revoltamos contra a vontade do Pai...
Peçamos ao Senhor, por intercessão de Sua Santíssima Mãe, que possamos compreender a Santa Vontade de Deus em nossas vidas e que nós nunca reclamemos das situações do dia-a-dia que nos desagradam.

Maravilha de artigo! Parabéns! :-)

Vitor
MOVIMENTO SALVAI ALMAS

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