REFLEXÃO BÍBLICA SOBRE Jo 15, 9-17 - 6º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO B

UM DOMINGO PARA CELEBRAR "O AMOR"


Talvez nenhum tema terá sido tão abordado na terra, em todos os tempos, em todas as línguas, em todos os lugares, como o "AMOR". No momento, de tão usada, essa palavra ficou pálida como jornal velho, esmaecida, cediça, e o que é mais grave, emprestaram a ela, desrespeitosamente, sentido que ela não tem, como na expressão usada hoje: "fazer amor". Apesar de tão usada, em prosa e verso, até nas favelas, nunca se viu tantos exemplos de "desamor" como hoje. Exemplo: aquelas mortes banais que os assaltantes infligem depois de saquear totalmente a vítima indefesa, sem ela esboçar nenhuma reação, matam-na por simples desenfado, de maneira barata e incompreensível. Nós temos hoje surtos de solidariedade que nos atacam em horas de calamidade pública, como no momento atual; mas não temos "solidariedade permanente", uma solidariedade de raiz(...) Há ninhos de amor construídos há tanto tempo, como certos casais idosos, já rodeados de filhos florescentes na adolescência, que, por um surto de egoísmo, de uma hora para a outra, resolvem separar-se sem se importarem com a situação psicológica dos jovens que produziram. Há gente que fala que "amigo" é para ser guardado, bem guardado, bem dentro do coração. Mas ninguém amou mais e de maneira mais consistente do que Jesus. Ele disse que "ninguém tem amor maior que aquele que dá a vida pelos seus amigos" e mostrou isso nas lágrimas derramadas junto ao túmulo do seu amigo Lázaro. Provou-as morrendo na cruz por todos os seus amigos.

"PERMANECEI NO MEU AMOR...EU VOS DISSE ISSO PARA QUE A MINHA ALEGRIA ESTEJA EM VÓS."

Jesus disse as palavras acima para ensinar que "a alegria jorra espontânea do amor", Maria, depois de experimentar o que Deus estava realizando no seu próprio corpo, prorrompe na alegria incontida do "MAGNIFICAT" ("Exulta o meu espírito em Deus, meu Salvador"). O ilustre biblista Frei Clarêncio Neotti, ilustre filho da Ordem dos Frades Menores (OFM), diz no seu livro "Ministério da Palavra - Ano B - pág. 135" que São Francisco, "quase cego, hidrópico, com as pernas muito inchadas a ponto de não poder mais andar, ditou para os seus frades "O Cântico das Criaturas" ("Onipotente e bom Senhor,/ a ti a honra, glória e louvor"), que é um grito incontido de alegria, saído de seu mau-estar físico.
Hoje em dia, no meio de tantos casos de depressão e pressão alta, nem é preciso recorrer às práticas modernas de produzir risos, dos japoneses. A alegria fluirá espontaneamente do coração, se o ensinarmos A AMAR.

REFLEXÕES PARA A VIDA:

Temos hoje nas palavras de João muita inspiração para olharmos, com os olhos mágicos do amor, nossos irmãos desfavorecidos da sorte e as velhinhas destituídas das cores da vida. Alguém já disse "que o amor adoça a vida e fertiliza os caminhos. As pedras mais sem graça se tornam belas ao seu bafejo. Caras hediondas se tornam anjos quando ele olha."

FRANCISCO VALMIR ROCHA

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