CONSELHO DIOCESANO DE LEIGOS - CDL

O objetivo geral do CDL será sempre estabelecido pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e pelo Plano de Pastoral de cada diocese.
O CDL deverá alcançar os seguintes objetivos específicos:

- Animar e promover a vocação e a missão dos fiéis leigos na sociedade.
- Animar e promover a organização dos fiéis leigos em associações religiosas, movimentos eclesiais, pastorais, grupos e outras formas associativas, para vivência e realização de sua vocação e missão na sociedade, bem como nas comunidades da Igreja (Diocese e Paróquia).
- Despertar os fiéis leigos, a fim de que desenvolvam uma consciência crítica de sua fé, para uma ação transformadora da sociedade, partindo de uma análise sócio-econômica, política, cultural e religiosa, de um aprofundamento bíblico- teológico, à luz da Evangélica opção preferencial pelos pobres.
- Estimular a participação permanente dos fiéis leigos nos processos de planejamento, decisão execução e avaliação da Ação Pastoral e Evangelizadora da Igreja no Brasil, em cada diocese.
- Incentivar e subsidiar a formação dos fiéis leigos para que participem de associações, sindicatos, partidos políticos, meios de comunicação social, movimentos populares e outros, à luz da fé e do Evangelho.
- Ser instrumento de expressão, comunicação e comunhão dos fiéis leigos e de suas organizações e ser instrumento de representação dos mesmos junto aos setores organizados da sociedade, em nível diocesano.
- Ser órgão de ligação com o Conselho Nacional de Leigos - CNL e o Conselho Regional de Leigos - CRL NE I. Incentivar, articular e colocar o leigo na sociedade.
- Elaborar subsídios e prestar assessoria na formação integral e permanente dos fiéis leigos.
- Fornecer subsídios aos fiéis leigos que atuam em organismos pluralistas, a fim de ajudá-los em suas relações com grupos de outras crenças, visando a uma ação conjunta em favor das grandes causas da humanidade.
- Aprofundar e difundir a espiritualidade dos fiéis leigos - comprometidos na Igreja e no mundo.
- Participar das reflexões com as outras Igrejas Cristãs, visando à caminhada ecumênica, frente à realidade sócio-econômica, política, religiosa e cultural, exigida pelo Reino de Deus.

EM QUE SE BASEIA A ORGANIZAÇÃO DOS CRISTÃOS LEIGOS?

Pelo Batismo, os fiéis leigos "são incorporados a Cristo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, participando assim da missão de todo o povo cristão".
"A dignidade fundamental do cristão leigo que o insere no mistério de Cristo provém do Batismo que o torna membro de Seu Corpo e templo do Espírito Santo". Em virtude da comum dignidade batismal, o leigo é co-responsável, juntamente com os ministros ordenados, os religiosos e religiosas na missão da Igreja.
Os leigos são chamados a "ser plenamente Igreja", não apenas em função da urgência que se coloca hoje de sua participação na missão global da Igreja, mas, sobretudo, em virtude de sua vocação batismal. O Papa Pio VII já dizia em 1946: "Os leigos são a Igreja. A inserção em Cristo através da fé e dos sacramentos da iniciação cristã é a raiz primeira que dá origem, na base, a todas as vocações e ao dinamismo da vida cristã dos fiéis leigos".
O leigo segundo o documento de Puebla, "é o homem da Igreja no coração do mundo e o homem do mundo no coração da Igreja". Sua primeira tarefa é a de construir o Reino de Deus a partir do engajamento nas realidades do mundo. Essa "Índole secular" do leigo é também ressaltada pela “Christifideles Laici”.
Os leigos são os cristãos mais aptos a "modificar, pela força do Evangelho, os critérios do julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus".
A organização dos leigos que, desde o Concilio Vaticano II, é vista como "sinal de comunhão unidade", recebeu um grande impulso com a publicação da "Christifideles Laici" como conclusão do Sínodo dos Bispos sobre os leigos e vem sendo incentivada de forma crescente sobretudo na América Latina a partir de Puebla. Mas foi em Santo Domingo que ficou mais explícito esse incentivo. Também a Igreja no Brasil, através das Diretrizes Gerais e outros documentos, vem incentivando cada vez mais os leigos a se organizarem. Esse apoio ficou mais explícito ainda com a aprovação por unanimidade das "Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil pela 33º Assembléia Geral da CNBB”.
As conclusões da Conferência de Santo Domingo ressaltam o protagonismo dos leigos na nova evangelização, na promoção humana e na cultura cristã e recomendam que se favoreça a organização dos fiéis leigos, "baseada nos critérios de comunhão e participação e no respeito à liberdade de associação dos leigos na Igreja".
A organização dos leigos não é uma concessão da Igreja hierárquica, mas um direito que "emana do Batismo" em função do chamado à comunhão na missão da Igreja. "Respeitada à devida relação com a autoridade eclesiástica, os leigos têm o direito de fundar associações para fins de caridade ou de piedade, ou para fomentar a vocação cristã no mundo e reunir-se para alcançar em comum esses mesmos fins". Os conselhos de leigos vão nesta linha se fomentar a vocação cristã no mundo e buscam se organizar em "plena comunhão com os Pastores" conforme recomenda o Documento de Santo Domingo.

O QUE É CONSELHO DIOCESANO DE LEIGOS?

O Conselho Diocesano de Leigos - CDL é um organismo de articulação, organização e representação dos cristãos leigos em nível Diocesano. É parte integrante do Conselho Regional de Leigos CRL, os quais, por sua vez integram o Conselho Nacional de Leigos - CNL.
Não se trata de mais um "movimento" ou "pastoral", mas de um organismo que busca integrar os movimentos, pastorais e os leigos presentes em outras organizações eclesiais (paróquias, comunidades, associações etc), organizados em nível Diocesano, bem como os leigos, inclusive de outras denominações cristãs, comprometidos com a evangelização e não integrados em grupos apostólicos.
Também não devem ser confundidos com os Conselhos Diocesanos de Pastoral, dos quais participam não só leigos, mas também o Bispo, sacerdotes, diáconos e religiosos e cuja função especifica é a de planejar e executar as atividades pastorais da Diocese. Uma função, portanto, prioritariamente "ad-intra". Aos Conselhos de Leigos compete antes articular e organizar a ação dos fiéis leigos para que possam melhor cumprir sua vocação e missão na Igreja, mas sobretudo no mundo, respondendo aos imensos desafios do vasto e complicado mundo da política, da economia, da cultura, das ciências e das artes... . Dessa forma, embora todos os organismos da Igreja sejam co-responsáveis na evangelização da sociedade como um todo, aos Conselhos de Leigos é atribuída a tarefa imensa e difícil de transformar, por dentro, as estruturas sociais que estão a serviço de um sistema excludente e profundamente injusto, isto significa que sua ação deve ser prioritariamente "ad-extra".


PARA QUE SERVE O CONSELHO DIOCESANO DE LEIGOS?

Muitas vezes tentamos justificar a criação do conselho de leigos argumentando que os outros segmentos da Igreja já possuem sua organização. Fica a impressão de que estamos nos organizando "contra" esses outros segmentos ou para não ficarmos "por baixo", quando na verdade nossa organização deve dar-se para, em comunhão com esses outros setores da Igreja "graças a Deus" já organizados, para podermos realizar a ação evangelizadora e enfrentar nosso inimigo comum que é um sistema perverso de exclusão e uma realidade profundamente desafiante para nós leigos, que temos no mundo, nosso "campo específico de missão". Na tarefa de organizar os leigos, devemos evitar "uma visão clerical às avessas", tentando criar uma hegemonia de leigos em substituição à hegemonia dos clérigos. Na verdade temos é de superar a própria noção de hegemonia, procurando ver a Igreja "como comunidade, com poderes-serviço". (Igreja comunidade de comunidades com poderes-serviço)
A organização do laicato se coloca hoje como uma tarefa imprescindível frente ao imenso desafio que é a "nova evangelização" proposta pelo saudoso Papa João Paulo II, quando se aproximava o terceiro milênio da era cristã. Superar os limites históricos do nosso cristianismo, por um empenho mais profundo na articulação entre fé e vida; pela superação do "mais devastador e humilhante flagelo" da miséria extrema a que são submetidos milhões de brasileiros, atingidos por diversas formas de exclusão social, étnica e cultural" é o grande desafio que nos é proposto. Na verdade, esses novos tempos nos colocam diante de problemas e dificuldades decorrentes do "indiferentismo religioso, do ateísmo, do secularismo, do consumismo" cujo enfrentamento exige muita coragem e organização.
Quais são, então, os objetivos da articulação e organização do laicato?
Em primeiro lugar o de despertar a consciência da identidade, da vocação e missão dos leigos na busca de uma presença efetivamente transformadora no mundo e na Igreja;
Incentivar a vivência da Igreja-Comunhão, mediante a troca de experiências e vivências entre os diversos movimentos, pastorais, leigos engajados em paróquias e comunidades, no respeito mútuo e na busca de caminhos comuns;
Criar e incentivar mecanismos para oferecer uma formação integral, gradual e permanente aos leigos, mediante "organismos que facilitem a "formação de formadores" e programem cursos e escolas diocesanas...", buscando capacitar os leigos para que possam responder com mais eficácia aos desafios que são chamados a enfrentar num mundo profundamente marcado pelo pluralismo, individualismo, pela "crise ética pública e pelo subjetivismo ético na vida privada".
Levar os leigos a descobrirem e vivenciarem sua espiritualidade nos seus ambientes, à moda do sal e do fermento;
Incentivar a articulação e organização dos leigos nos diferentes níveis da Diocese ( Foranias, Paróquias, Comunidades etc. ) .
Estimular a participação permanente dos leigos nos processos de planejamento, decisão e execução e avaliação da ação evangelizadora da Igreja;
Representar o laicato junto aos setores organizados da Igreja Católica e outras Igrejas Cristãs e da sociedade;
Fazer-se presente na caminhada ecumênica, incentivando a ligação e comunhão entre leigos católicos e de outras Igrejas Cristãs, na base do povo de Deus.

Um comentário :

campogrande disse...

Eita turminha boa!
Sucesso no Conselho de Leigos. Espero que vossos objetivos possa sintonizar com o grande projeto da nossa igreja e tranforme em realidades concretas.
Tenho muita saudades...
A foto ficou linda.

Um beijo no coracao.

Adahilson