REFLEXÃO DOMINICAL - Jo 20, 19-23 - FESTA DE PENTECOSTES - ANO A

-PENTECOSTES: A palavra “pentecostes” vem do grego e significa “cinquenta”. É, pois, uma festa que se celebra cinquenta dias depois da Páscoa. No início da Igreja, Pentecostes era celebrado logo depois da Páscoa. Por isso é que a liturgia de hoje traz o mesmo evangelho do Segundo Domingo da Páscoa até o episódio de São Tomé. Sem narrar, portanto, a descida do Espírito Santo(...) Tinha que ser, porque os quatro evangelhos terminam todos com a Ascensão. Já no II século, Pentecostes passou a ser celebrado cinqüenta dias depois da Páscoa, trazendo a leitura dos Atos dos Apóstolos, narração isolada da descida do Espírito Santo.

-PENTECOSTES – Dia do Nascimento da Igreja:

Achamos que a definição mais marcante de Pentecostes é esta: dia do nascimento da Igreja. A semente da Igreja estava lá, reunida no cenáculo: os doze escolhidos sob a presença marcante da Mãe da Igreja, Nossa Senhora; mas a Igreja, vamos dizer, era uma massa amorfa, fria, encerrada dentro do cenáculo por medo dos judeus. Com a vinda do Espírito Santo, o corpo da Igreja cria sangue, estremece, porque a alma dela, que é o Espírito Santo, se entranha nela e a vivifica. “Os discípulos se tornam apóstolos” (Frei Clarêncio Neotti). A Igreja começa a falar.

-O ESPÍRITO SANTO – Até a época de Jesus, o Espírito Santo era “O Deus Desconhecido”, numa alusão ao que São Paulo viu escrito sobre um altar no monumento Areópago em Atenas. (Vide Frei Clarêncio Neotti in Ministério da Palavra –Ano B – PAG. 139). Os judeus não tinham a menor ideia do mistério da Santíssima Trindade. Foi Jesus quem revelou a existência de um Deus único em três pessoas distintas. O Espírito Santo esteve sempre na boca dele inúmeras vezes. O Pai foi sempre uma figura bem marcante desde o início da criação. O rosto dele é o de “Criador do Mundo”. A Ele foi atribuído este atributo marcante e caracterizante de ter criado todas as coisas. O Filho tem o rosto de “Um Homem”. E o Espírito Santo? Bem! O Espírito Santo é conhecido pelos efeitos de suas ações. Num esforço para criar a figura dele, dizemos que todos os seus efeitos compõem o “Rosto do Espírito Santo”. Ele é “O Unificador”, aquele que reúne. Foi aquele que, no dia de Pentecostes, reuniu pessoas de várias regiões, de várias etnias, de vários costumes, de várias línguas, em torno de uma só língua. Foi o Milagre de Pentecostes. “O vento”, “ a Pomba”, “o Fogo” são também traços do seu rosto. Ele é o Inspirador dos profetas e dos pregadores. É “O Consolador” e tem o traço forte do amor. Toda vez que amamos um irmão fazemos nascer um rosto do Espírito Santo. Estamos fazendo alusão aqui ao ilustre biblista Frei Clarêncio Neotti no seu livro Ministério da Palavra – ao B – PAG. 141.

-REFLEXÕES: O traço mais forte do rosto do Espírito Santo é o de “Unificador”. E ele faz milagre como unificador no seio da nossa Igreja Católica quando aceitamos e abraçamos a maneira de ser Igreja de cada um. Cada um tem uma devoção especial, que anima e agita sua espiritualidade: uns são mais devotos de São Francisco de Assis; outros, das almas do purgatório; outros mantém sua espiritualidade em torno da devoção a Nossa Senhora; outros defendem e propagam a devoção ao Pai Eterno; outros como a Renovação Carismática acentuam o culto ao Divino Espírito Santo. E todos nós os aceitamos e abraçamos como Igreja.

-Invoquemos o Divino Espírito Santo também para aceitarmos, sem qualquer discriminação, os irmãos de todas as classes sociais: os pobres, os irmãos de todas as tonalidades do negro que os temos em nosso meio, todos sentados na nossa roda do círculo bíblico, que tem a configuração do círculo para acentuar a mesa redonda que ele é. Aceitemos as falas deles, letrados e iletrados, certos de que o Espírito Santo sopra onde quer.

Por Francisco Valmir Rocha - membro da Pastoral Bíblica de Camocim/CE

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