REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL - Mt 5, 1-12a - FESTA DE TODOS OS SANTOS - ANO B

As Bem-aventuranças são:

- O retrato de Jesus;
- O resumo dos Evangelhos;
- O projeto de sua missão na terra;

BEM-AVENTURADOS

- Para os gregos da antiguidade, ser "bem-aventurado" significava estar livre de sofrimentos e preocupações(...)
Era o estado eufórico e permanente dos deuses.
- Para o judeu, ser "bem-aventurado" consistia num bem-estar material, que vinha como recompensa da observância da Lei.
- para o cristão, o termo representa uma felicidade espiritual que advém da vivência do Reino de Deus.

REINO DOS CÉUS (MATEUS) - REINO DE DEUS (OS OUTROS EVANGELISTAS)

O Reino dos Céus (Reino de Deus) é a ideia central de toda a pregação de Jesus. Não é por coincidência que a expressão Reino dos Céus é usada 39 vezes por Mateus e Reino de Deus, usada 14 vezes por Marcos e 39 vezes por Lucas.
O Reino dos Céus é o domínio régio de Deus sobre nós. Como o seu reinado é o reinado do coração, Reino dos Céus é este viver fraterno de todos nós que nos amamos por causa d'Ele.
O Reino dos Céus tem duas frases: uma atual, escondida e humilde, aqui no mundo; a outra futura, em glória e esplendor, no Céu.
Observação: Não confundir "reino dos Céus" com o "Paraíso Celestial". O Paraíso Celestial é a segunda fase do Reino dos Céus.

CONSIDERAÇÕES E CONTROVÉRSIAS SOBRE AS BEM-AVENTURANÇAS

"Bem-aventurados os "pobres" em espírito..."

Há muitas interpretações para o versículo acima. Alguns deram a esta palavra "pobre" o sentido de "humilde". Então, quando Jesus disse "Bem-aventurados os pobres", queria dizer "Bem-aventurados os humildes".
Outros quiseram ver nesta palavra "pobre" uma pobreza de coração, o estado de espírito daqueles que não deixaram suas riquezas dominarem o coração.
A interpretação correta, porém, é a de que Jesus quis significar com esta palavra "pobre" os despojados de bens materiais mesmo. Ele quis chocar seus ouvintes. No seu tempo, "felizes" eram os "ricos", os rodeados de bens materiais mesmo. Ele quis chocar seus ouvintes. No seu tempo, "felizes" eram os "ricos", os rodeados de bens materiais. Pelo novo critério de Jesus, "felizes" não eram os que experimentavam o conforto dos bens materiais, mas a "vivência feliz" do Reino dos Céus, que estava nascendo no meio de todos.

"Bem-aventurados os aflitos..."

Pelos critérios humanos do tempo de Jesus, "feliz" era o que não sofria (havia preconceito até com os doentes). Pelos novos "critérios divinos" inaugurados por Cristo, sofrer não é taxa. Doença e aflição não são castigos do pecado, não são privação das bênçãos de Deus.

"Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra..."

Significa "felizes os que têm espíritos de mansidão porque possuirão não a Terra Prometida (A Palestina), mas a terra da Nova Promissão, O Reino do Céus.

Fome e sede de "justiça"

O "justo", no tempo de Jesus, era o observante da Lei Mosaica. Hoje é o observante da Lei Cristã, incluindo a justiça social.

Os "puros do coração"

Os quais não têm ligação com castidade, são as pessoas sinceras, transparentes, sem fingimentos, retas de intenção.

Reflexão:

Neste dia de Todos os Santos, contemplemos, num só lance de vista, aquela multidão que São João viu no seu Apocalipse. Deixemo-nos contagiar daquela solenidade que ele quis passar quando escreveu: "Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão." Procuremos ver, no meio dessa multidão, os nossos santos queridos, São Francisco, Santa Terezinha, e depois as pessoas santas dos nossos dias, que estão mais atrás. E digamos, resolutos: "Se esses estão lá, por que não eu?

FRANCISCO VALMIR ROCHA

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